Análise do sensível: por uma metodologia híbrida decolonial

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.261031

Schlagworte:

estética, hibridismo, metodologia decolonial, sensibilidades, subjetividades

Abstract

O presente artigo compõe um coletivo de reflexões metodológicas que venho me debruçando na dissertação de mestrado. Primeiramente, selecionei autoras/es que dialogam estritamente com a proposta, compondo um quadro teórico diverso e comprometido com a analítica decolonial. Em seguida, fiz a leitura dessas contribuições, e sistematizei seis conceitos que serão basilares para a Análise do Sensível. Metodologicamente, este artigo foi construído através de levantamento bibliográfico, análise documental e reflexão teórica crítica-reflexiva. Tendo como objetivo geral edificar a metodologia híbrida Análise do Sensível, abrindo uma discussão dos métodos para futuras pesquisas em torno da junção sensibilidade-teoria social-decolonialidade. Concluímos, portanto, que, os seis eixos orientadores: (1) corporificação do discurso; (2) entrevistas narrativas autobiográficas ou reconstrução biográfica; (3) análise documental; (4) analítica da colonialidade; (5) analítica da decolonialidade e (6) ontologia da estética, serão essenciais para a construção e execução desta metodologia. A Análise do Sensível é proposta como uma metodologia que envolve a ressensibilização dos sentidos e da subjetividade, indo além do texto para compreender e incorporar elementos estético-corporais na produção do conhecimento acadêmico. Essa abordagem visa descolonizar o discurso, contribuindo para a luta contra a hierarquia de conhecimentos e promovendo uma análise mais completa e inclusiva das complexidades humanas.

Autor/innen-Biografie

Marília Renata Félix Rodrigues, Universidade Federal de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco. Cientista Social, mestra e doutoranda em Sociologia pelo PPGS/UFPE. É membra da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN), do Grupo de Estudos sobre Crítica da Colonialidade (UFPE) e do Ubuntu - Grupo de Estudos da Capoeira Angola e Frevo, em Pernambuco. Bolsista FACEPE.

Literaturhinweise

CARDOSO, Edson. A mancha indelével da cor: uma aproximação às questões raciais no Brasil. Casa Sueli Carneiro. In: Curso: Ler o Brasil, 2022. Disponível em: https://cursos.casasuelicarneiro.org.br/courses/ler-o-brasil/. Acesso em 20 de Nov. 2023.

CARNEIRO, Sueli. Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não-ser como fundamento do ser. São Paulo, Zahar, 2023.

CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos. Petrópolis: Vozes, 2012.

COLLINS, Patricia Hill. Black Feminist Thought. Knowledge, Consciousness, and the Politics of Empowerment. New York: Routledge, 2000.

FANON, Frantz. Os Condenados da Terra. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2005.

FANON, Frantz. Pele Negra, máscaras brancas. Tradução de Sebastião Nascimento e colaboração de Raquel Camargo. São Paulo: Ubu Editora, 2020.

GOMES, ngela C. Escrita de si, escrita da História: a título de prólogo. In: GOMES, A. C. (Org.). Escrita de si, escrita da história. Rio de Janeiro: Editora da FGV, 2004, p. 7 - 24.

KILOMBA, Grada. Memórias de plantação: episódios de racismo cotidiano. Tradução de Jess Oliveira. 1ª Ed. Rio de Janeiro: Cobogó, 2019.

MALDONADO-TORRES, Nelson. A topologia do Ser e a geopolítica do conhecimento. Modernidade, império e colonialidade. In: Revista Crítica de Ciências Sociais [Online], 80 | 2008, publicado a 01 outubro 2012.

MALDONADO-TORRES, Nelson. Analítica da colonialidade e da decolonialidade: algumas dimensões básicas. In: BERNARDINO-COSTA, J; MALDONADO-TORRES, N; GROSFOGUEL, R (Org.). Decolonialidade e pensamento afrodiaspórico. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2019.

MIGNOLO, Walter. Desobediência epistêmica: a opção descolonial e o significado de identidade em política. In: Cadernos de Letras da UFF –Dossiê: literatura, língua e identidade, nº 34, 2008.

MIGNOLO, Walter. Habitar la Frontera. 1ª ed. Barcelona e Chihuahua: CIDOB y UACJ, 2015.

RANCIÈRE, Jacques. A partilha do sensível: estética e política. Tradução de Mônica Costa Netto. São Paulo; EXO experimental org.; Ed. 34, 2005.

RODRIGUES, Marília. Educar e ressensibilizar: Reflexões teóricas acerca de uma Educação do Sensível. In: Anais do Colóquio Latino-americano sobre Insurgências Decoloniais, Psicologia e os Povos Tradicionais. Anais. Sobral(CE) Faculdade Luciano Feijão, 2021.

SCRIBANO, Adrián. Políticas de resistência al vaciamiento metodológico. In. GANDÍA, C; MAGALLANES, G; SCRIBANO, A; VERGARA, G. Metodología de la Investigación Social: una indagación sobre las prácticas del enseñar y el aprender. 1.ed. Córdoba: Buena Vista Editores, 2007.

SIMMONDS, Felly Nkweto. My Body, Myself: How does a Black woman do sociology?. In: Feminist theory and the body. Routledge, 2017. p. 50-63.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. In: Perú indígena, v. 13, n. 29, p. 11-20, 1992..

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: QUIJANO, Anibal. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 117-142.

Veröffentlicht

2024-09-11