Racismo algorítmico: implicações na vivência de mulheres negras

Autor/innen

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2024.261491

Schlagworte:

racismo algorítmico, identidade, mulher negra

Abstract

O presente artigo é construído a partir de uma metodologia qualitativa, traçando como objetivo a discussão teórica que versa sobre as implicações do racismo algorítmico na vivência de mulheres negras. São mobilizadas discussões sobre o processo de se tornar negra e a resistência através do amor à negritude. Além disso, é direcionada atenção aos algoritmos da opressão e as formas de dissimulação do racismo. Para versar sobre o racismo que se dissimula no ambiente digital, autoras e autores como Patricia Hill Collins e Sirma Bilge, Kabengele Muanga, Safiya Umoja Noble, Tarcízio Silva e Sueli Carneiro, entro outros, são mobilizados. Conclui-se, mobilizando autores que versam sobre o tema e direcionando o olhar a alguns dados já apresentados, que além de tecnologias algorítmicas não apresentarem neutralidade, também excluem e invisibilizam mulheres negras, as mais suscetíveis a ataques na internet. Nesse sentido, redes sociais são mobilizadas por mulheres negras como instrumento de combate e resistência aos processos já presentes na sociedade que migram ao digital.

Autor/innen-Biografien

Cyntia Barbosa Oliveira, Universidade Federal de Pelotas

Universidade Federal de Pelotas. Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UFPel; bolsista CAPES; graduada em Administração pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atuou como bolsista de desenvolvimento institucional no Núcleo de Ações Afirmativas e Diversidade (NUAAD) da UFPel.  Integra o Projeto de Pesquisa Interseccionalidades e Tecnologias da Informação: novas formas sociais, subjetivas e de identidade. Compõe o Projeto de Extensão Desafio Pré-Universitário Popular (UFPel), como educadora na área de Sociologia. Pesquisadora do Grupo Transdisciplinar em Pesquisa Jurídica para uma Sociedade Sustentável da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Mariana Pinheiro de Souza, Universidade Federal de Pelotas

Universidade Federal de Pelotas. Pesquisadora do Grupo Transdisciplinar em Pesquisa Jurídica para uma Sociedade Sustentável na linha de pesquisa: Interseccionalidades e tecnologias disruptivas na (e para a) educação. Graduada em Tecnologia em Processos Gerenciais pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Atua como monitora do grupo de estudos sobre Políticas Públicas e Desigualdades, que atualmente estuda a temática de relações raciais no Brasil.  Possui interesse nas pesquisas sobre religiões afro-brasileiras e relações étnicos-raciais.

Literaturhinweise

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. In: HOLLANDA, HeloÍsa Buarque (org). Pensamento feminista - conceitos fundamentais, Rio de Janeiro: Bazar do tempo, 2019.

COLLINS, Patricia Hill. Pensamento feminista negro: conhecimento, consciência e politica do empoderamento. São Paulo: Boitempo, 2019.

COLLINS, Patricia Hill; BILGE, Sirma. Interseccionalidade. São Paulo: Boitempo, 2021.

FAGUNDES, Mari Cristina; OLIVEIRA, Cyntia Barbosa. Gênero, racismo e política: a interseccionalidade como prática de resistência nos perfis Blogueiras Negras e Alma Preta no Twitter. In: 47º Encontro Anual da ANPOCS, 2023, Campinas. Anais do 47º Encontro Anual da ANPOCS, 2023.

GONZALEZ, Lélia. Por um feminismo afro-latino-americano. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

hooks, bell. Olhares negros: raça e representação. São Paulo: Elefante, 2019.

MUNANGA, Kabengele. Rediscutindo a mestiçagem no Brasil: identidade nacional versus identidade negra. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro: processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva, 2016.

NOBLE, Safiya Umoja. Algoritmos da opressão: como o Google fomenta e lucra com o racismo. Santo André: Rua do Sabão, 2021.

OLIVEIRA, Cyntia Barbosa; SPOLLE, Marcus. Vinicius. O virtual em análise: o racismo algorítmico frente aos sistemas de reconhecimento facial. In: 47º Encontro Anual da ANPOCS, 2023, Campinas. Anais do 47º Encontro Anual da ANPOCS, 2023.

PEREIRA, Deborah Dias; THÉ, Ana Paula Gilfskói. A construção da identidade negra via movimento social: “marcha dos cabelos crespos” enquanto estratégia de enfrentamento do racismo. In: Confluências - Revista interdisciplinar de sociologia e direito, Rio de Janeiro, v. 21, n. 3, p. 169 - 183, 2019.

SILVA, Tarcízio. Racismo algorítmico: inteligência artificial e discriminação nas redes digitais. São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2022.

SOUZA, Neusa Santos. Tornar-se negro ou as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Zahar, 2021.

TRINDADE, Luiz Valério. Discurso de ódio nas redes sociais. São Paulo: Jandaíra, 2022.

Documentos

BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Dispõe sobre a proteção de dados pessoais e altera a Lei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da Internet). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 15 ago. 2018. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13709.htm. Acesso em: [28 dez. 2023].

Veröffentlicht

2024-09-11