Processos culturais e relações com a desigualdade: Contribuições teóricas da sociologia cultural
DOI :
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2018.243412Mots-clés :
processos culturais, desigualdades, estratégias de ação, Bourdieu, sociologia culturalRésumé
Este artigo adereça respostas e reflexões acerca do paradigma bourdieusiano da distinção social à luz de estudos identificados com a virada cultural nas ciências sociais a partir da década de 1970, com especial atenção aos desenvolvimentos da sociologia cultural norte-americana. Aludimos tais respostas à tese de Pierre Bourdieu sobre a existência de um campo holístico e objetivo de distinções sociais que implica na definição de fronteiras a priori - através dos conceitos de capital cultural e campo. Estas teses podem induzir o pesquisador social a pressupor os critérios de avaliação que os indivíduos usam, ao invés de descrevê-los em cada situação específica e cujo resultado depende de disputas e de processos não-determinísticos. Sugere-se que a descrição sociológica se revigore a partir dos desenvolvimentos de campos epistêmicos que abarquem dimensões fenomenológicas do acontecimento no processo de elaboração de sentido (meaning-making) dos atores. O quadro teórico da sociologia cultural é explorado como proposta de deslocamento da centralidade da reflexão sobre a contenda entre dominantes e dominados para um quadro complexo e de resultado indeterminado, no qual a disputa é perpassada por diferentes estratégias de ação.
Références
ACKER, Joan. 2006. Inequality Regimes: Gender, Class, and Race in Organizations. Gender & Society, v. 20, n. 4, p. 441–464.
ARCHER, Margaret. 1982. Morphogenesis versus Structuration: On Combining Structure and Action. The British Journal of Sociology, v. 33, n. 4, p. 455–483.
ARCHER, Margaret. 2000. Being human: the problem of agency. Cambridge: Cambridge University Press.
ARCHER, Margaret. 2007. Making our way through the world: human reflexivity and social mobility. Cambridge: Cambridge University Press.
ARENARI, Brand. 2017. Um esboço de um programa weberiano para compreender o Pentecostalismo. Política & Sociedade, v. 16, n. 36, p. 174–194.
BECKER, Howard. 2008a. Outsiders: estudos de sociologia do desvio. Rio de Janeiro: Zahar.
BECKER, Howard. 2008b. Segredos e truques da pesquisa. Rio de Janeiro: Zahar.
BERGER, Peter e LUCKMANN, Thomas. 1998. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. 15. ed. Petrópolis: Vozes.
BLUMER, Herbert. 1986. Symbolic interactionism: perspective and method. Berkeley: University of California Press.
BOLTANSKI, Luc; THEVENOT, Laurent. 1999. The Sociology of Critical Capacity. European Journal of Social Theory, v. 2, n. 3, p. 359–377.
BOLTANSKI, Luc. 2011. On critique: a sociology of emancipation. Cambridge: Polity.
BOURDIEU, Pierre. 2007. A Distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk.
BOURDIEU, Pierre. 1989. O poder simbólico. Lisboa: Difel.
BOURDIEU, Pierre. 2003. Questões de sociologia. Lisboa: Fim de Século.
BRUBAKER, Rogers. 2001. The return of assimilation? Changing perspectives on immigration and its sequels in France, Germany, and the United States. Ethnic and racial studies, v. 24, n. 4, p. 531–548.
BUTLER, Judith. 2004. Bodies and power revisited. In: TAYLOR, Dianna; VINTGES, Karen. (Org.). Feminism and the final Foucault. Chicago: University of Illinois Press. p. 183-194.
CHARLES, Maria. 2008. Culture and Inequality: Identity, Ideology, and Difference in “Postascriptive Society”. The ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, v. 619, n. 1, p. 41–58.
COLEMAN, James. 2000. Foundations of social theory. 3. ed. Cambridge: Belknap Press of Harvard Univ. Press.
CORRÊA, Diogo. 2014. Do problema do social ao social como problema: elementos para uma leitura da sociologia pragmática francesa. Revista Política & Trabalho, v. 1, n. 40, p. 35–62.
DEWEY, John. 2007. Human nature and conduct: an introduction to social psychology. New York: Cosimo.
DIMAGGIO, Paul. 1997. Culture and cognition. Annual Review of Sociology, v. 23, p. 263–287.
DOUGLAS, Mary. 1976. Pureza e perigo. São Paulo: Editora Perspectiva.
DURKHEIM, Émile; MAUSS, Marcel. 1995. Algumas formas primitivas de classificação. In: DURKHEIM, Émile. Sociologia. São Paulo: Ática. p. 183–203.
GARFINKEL, Harold. 1984. Studies in ethnomethodology. Cambridge: Polity Press.
GOFFMAN, Erving. 2004. A representação do eu na vida cotidiana. Petrópolis: Vozes.
GOFFMAN, Erving. 1988. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: LTC.
HOGGART, Richard. 1971. The uses of literacy: aspects of working class life, with special references to publications and entertainments. Reprinted ed. London: Chatto, Windus.
JAMES, William. 1981. Pragmatism. Indianapolis: Hackett Pub. Co.
KEISTER, Lisa. 2008. Conservative Protestants and Wealth: How Religion Perpetuates Asset Poverty 1. American Journal of Sociology, v. 113, n. 5, p. 1237–1271.
KNORR-CETINA, Karin; CICOUREL, Aaron. 2014. Advances in Social Theory and Methodology (RLE Social Theory): Toward an Integration of Micro- and Macro-Sociologies. Hoboken: Taylor and Francis.
LAMONT, Michèle; BELJEAN, Stefan; CLAIR, Matthew. 2014. What is missing? Cultural processes and causal pathways to inequality. Socio-Economic Review, v. 12, n. 3, p. 573–608.
LAMONT, Michèle. 2000. The dignity of working men: morality and the boundaries of race, class, and immigration. New York: Russell Sage Foundation.
LAMONT, Michèle. 2012. Toward a Comparative Sociology of Valuation and Evaluation. Annual Review of Sociology, v. 38, n. 1, p. 201–221.
LAMONT, Michèle; FOURNIER, Marcel (Org.). 1992. Cultivating differences: symbolic boundaries and the making of inequality. Chicago: University of Chicago Press.
LAMONT, Michèle; MOLNÁR, Virág. 2002. The Study of Boundaries in the Social Sciences. Annual Review of Sociology, v. 28, n. 1, p. 167–195.
LAMONT, Michèle; THÉVENOT, Laurent (Org.). 2000. Rethinking comparative cultural sociology: repertoires of evaluation in France and the United States. Cambridge: Cambridge University Press, 2000.
LONG, Elizabeth. 1997. Engaging sociology and cultural studies: disciplinarity and social change. In: LONG, Elizabeth (Org.). From sociology to cultural studies: new perspectives. Malden: Blackwell Publishers. p. 1–36.
MEAD, George. 1962. Mind, self & society: from the standpoint of a social behaviorist. Chicago: University of Chicago Press.
OMI, Michael; WINANT, Howard. 2015. Racial formation in the United States. 3. ed. New York: Routledge/Taylor & Francis Group.
PARSONS, Talcott. 1966. The structure of social action. New York: The Free Press.
PEIRCE, Charles. 1998. Collected papers of Charles Sanders Peirce. Bristol: Thoemmes Press.
RODRIGUES, Léo; NEVES, Fabrício; ANJOS, José. 2016. De coadjuvante a protagonista? A reflexão epistemológica das Ciências Sociais para Século XXI. Sociologias, v. 18, n. 41, p. 14–23.
SEIDMAN, Steven. 1997. Relativizing sociology: the challenge of cultural studies. In: LONG, Elizabeth (Org.). From sociology to cultural studies: new perspectives. Malden: Blackwell Publishers. p. 37–61.
SOUZA, Jessé. 2012. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG.
SOUZA, Jessé. 2009. A ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG.
SWIDLER, Ann. 1986. Culture in Action: Symbols and Strategies. American Sociological Review, v. 51, n. 2, p. 273–286.
WEBER, Max. 1999. Economia e sociedade: fundamentos de sociologia compreensiva. Brasília: Editora UNB. WEST, Candace;
FENSTERMAKER, Sarah. Doing difference. Gender & Society, v. 9, n. 1, p. 8–37.
WILLIAMS, Raymond. 1993. Culture & society. London: Hogarth.
WILSON, William. 2010. More than just race: being black and poor in the inner city. New York: W.W. Norton.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
© Estudos de Sociologia - ISSN: 2317-5427 2018

Cette œuvre est sous licence Creative Commons Attribution 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado