Dinâmicas do feminismo contemporâneo: análise da formação da #partida (2015-2017)

Auteurs

  • Gabriela Luiz Scapini UFRGS
  • Mayara Bacelar Rita UFRGS
  • Maria Florência Guarche Ribeiro UFRGS

DOI :

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2017.237064

Mots-clés :

movimentos feministas, feminismo dialógico, feminismo na web, #partida feminista

Résumé

O movimento feminista brasileiro cresceu substancialmente nos anos recentes. A diversidade de blogs feministas e diferentes articulações possibilitadas pelo feminismo na web têm contribuído para o crescimento e fortalecimento do movimento no país. Face a essa conjuntura, no ano de 2015, observou-se a emergência de um projeto político feminista em nível partidário: cria-se o projeto a #partidA, uma tentativa de formar um partido político ligado ao feminismo. Trazendo uma proposta ético-política feminista de democracia radical, a #partidA é formada por militantes e intelectuais de diversas regiões do país que articulam-se majoritariamente através de mecanismos de web. Neste trabalho, busca-se analisar a construção desse novo partido político, resgatando a sua formação e trajetória recente e verificando como esse movimento surge enquanto uma alternativa que busca superar a dicotomia entre institucionalização e autonomização através da iniciativa de criação de um movimento social que funcione como partido político feminista. A metodologia de pesquisa utilizada será a qualitativa, com o uso de análise de conteúdo das postagens oficiais da #partidA localizadas na web; também utilizam-se informações adquiridas em entrevistas realizadas com integrantes do eixo-sul buscando maiores informações sobre o movimento.

Bibliographies de l'auteur

Gabriela Luiz Scapini, UFRGS

Bacharela em Ciências Sociais (UFRGS). Mestranda em Ciência Política (UFRGS)

Mayara Bacelar Rita, UFRGS

Bacharela em Jornalismo (PUCRS). Mestranda em Ciência Política (UFRGS)

Maria Florência Guarche Ribeiro, UFRGS

Bacharela em Relações Internacionais (Unipampa). Mestranda em Ciência Política (UFRGS)

Références

ABREU, Zina. 2002. Luta das mulheres pelo direito de voto: movimentos sufragistas na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.ARQUIPÉLAGO-Revista da Universidade dos Açores, Ponta Delgada.v. VI p. 443-469.

ADRIÃO, Karla Galvão. 2008. Encontros do Feminismo: uma análise do campo feminista brasileiro a partir das esferas do movimento, do governo e da academia. Tese. (Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

ALVAREZ, Sonia. 2014. Para além da sociedade civil: reflexões sobre o campo feminista.cadernos pagu, Campinas. v. 43, p. 13-56.

ARAÚJO, Clara. 2005. Partidos políticos e gênero: mediações nas rotas de ingresso das mulheres na representação política.Revista de Sociologia e Política, Curitiba. n. 24.

BAIRROS, Luiza. 2000. Lembrando Lelia Gonzalez. Em WERNECK, Jurema; MENDONÇA, Maisa e WHITE, Evelyn C.O livro da saúde das mulheres negras – nossos passos vêm de longe. Rio de Janeiro, Criola/Pallas.

BAQUERO, Marcello. 2001. Cultura política participativa e desconsolidação democrática: reflexões sobre o Brasil contemporâneo.São Paulo em perspectiva, Porto Alegre. v. 15, n. 4, p. 98-104.

BUTLER, Judith. 1998. Fundamentos contingentes: o feminismo e a questão do “pós-modernismo.cadernos pagu, Campinas. n. 11, p. 11-42.

BUTLER, Judith.2003. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Editora Record.

CALDWELL, Kia Lilly. 2010. A institucionalização de estudos sobre a mulher negra: perspectivas dos Estados Unidos e do Brasil.Revista da Associação Brasileira de Pesquisadores/as Negros/as (ABPN), Uberlândia. v. 1, n. 1, p. 18-27.

CAMISÓN, Miren Goienetxea. 2008. Feminismo Dialógico. Recrearte: Revista Internacional de Creatividad Aplicada Total. Barcelona.

CAMPOS, Luiz Augusto; MACHADO, Carlos. 2017. O que afasta pretos e pardos da representação política? Uma análise a partir das eleições legislativas de 2014.Revista de Sociologia e Política. Curitiba. v. 25, n. 61, p. 125-142.

CANOFRE, Fernanda. 2015. Márcia Tiburi e a #partidA: A única democracia concreta e radical é feminista, é negra, é trabalhadora.Disponível em: https://www.sul21.com.br/jornal/marcia-tiburi-e-a-partida-a-unica-democracia-concreta-e-radical-e-feminista-e-negra-e-trabalhadora/. Acesso em 13 de novembro de 2017.

CARNEIRO, Sueli. 2003. Mulheres em movimento.Estudos avançados,São Paulo. v. 17, n. 49, p. 117-133.

CASTELLS, Manuel. 2015.Networks of outrage and hope: Social movements in the Internet age. New Jersey: John Wiley & Sons.

COLLING, Ana Maria.1997. A resistência da mulher à ditadura militar no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Rosa dos Tempos.

COSTA, Ana Alice Alcântara. 2009. O feminismo brasileiro em tempos de Ditadura Militar.Labrys, Revista estudos feministas. Florianópolis. Disponível em https://www.labrys.net.br/labrys15/ditadura/analice.htm. Acesso em 10 de novembro de 2017.

COSTA, Ana Alice Alcântara. 2013. O movimento feminista no Brasil: dinâmicas de uma intervenção política. Revista Gênero, Niterói. v. 5, n. 2.

COSTA, Ana Alice Alcântara. 2014. Duas faces da participação política da Mulheres. Revista feminismos. Bahia. Vol.2, N.2, Maio - Ago. p. 23-30.

DA SILVA, Maria Amélia Gonçalves. 1996. Rompendo o silêncio: A participação feminina no Movimento Operário de Rio Grande-Pelotas (1890-1920). Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre. v. 22, n. 2, p. 157-176.

DAHLBERG, Lincoln; SIAPERA, Eugenia (Ed.). 2007. Radical democracy and the Internet: Interrogating theory and practice. London: Springer.

DAVIS, Angela. 2016. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo Editorial.

DE BOTTON, Lena; PUIGVERT, Lídia; SÁNCHEZ-AROCA, Montse.2005. The inclusion of other women: Breaking the silence through dialogic learning. Berlin: Springer Science & Business Media.

DE MATOS, Maria Izilda Santos. 1996. História das mulheres e gênero: usos e perspectivas. Caderno Espaço Feminino, v. 3, n. 1/2, p. 35-50.

DE MATOS, Maria Izilda Santos. 2013. História das mulheres e das relações de gênero: campo historiográfico, trajetórias e perspectivas. Mandrágora, v. 19, n. 19, p. 5-15.

DUARTE, Ana Rita Fonteles. 2006. Betty Friedan: morre a feminista que estremeceu a América. Revista Estudos Feministas. Florianópolis. v. 14, n. 1, p. 287-293.

FERREIRA, Carolina Branco de Castro. 2015. Feminismos web: linhas de ação e maneiras de atuação no debate feminista contemporâneo. cadernos pagu.Campinas, V. 44, p. 233-263.

FIRESTONE, Shulamith. 2003. The dialectic of sex: The case for feminist revolution. New York: Farrar, Straus and Giroux.

FRANCO, Marielle. 2016. Por que ser feminista hoje? Parte I Marielle Franco. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=gIY35Z09IM0. Acesso em 25 de março de 2018.

FRANCO, Marielle. 2017. Dizemos não ao distritão. Disponível em: https://partidanet.wordpress.com/2017/08/23/dizemos-nao-ao-distritao/. Acesso em 28 de março de 2018.

GROSSI, Miriam Pillar; MIGUEL, Sônia. 2001. Transformando a diferença: as mulheres na política.Revista Estudos Feministas, Florianópolis. v. 9, n. 1, p. 167-206.

GROSSI, Miriam Pillar. 2004. A Revista Estudos Feministas faz 10 anos uma breve história do feminismo no Brasil.Revista Estudos Feministas. Florianópolis. V. 12, pp. 211-221.

JABARDO, Mercedes. (Ed). 2012. Feminismos negros: una antología. Madrid. Traficantes de Sueños.

KARAWEJCZYK, Mônica. 2016. Suffragettes nos trópicos?! A primeira fase do movimento sufragista no Brasil.Locus-Revista de História, Juiz de Fora.v. 20, n. 1.

LEMOS, Leany Barreiro; MARCELINO, Daniel; PEDERIVA, João Henrique. 2010. Porque dinheiro importa: a dinâmica das contribuições eleitorais para o Congresso Nacional em 2002 e 2006.Opinião pública,Campinas. v. 16, n. 2, p. 366-393

LÉVY, Pierre. 1999. Cibercultura. São Paulo: Editora 34.

MANINI, Daniela. 2012. A crítica feminista à modernidade e o projeto feminista no Brasil dos anos 70 e 80.Cadernos AEL, Campinas. v. 2, n. 3/4.

MARIANO, Silvana Aparecida. 2005. The subject of feminism and post-structuralism.Revista Estudos Feministas. Florianópolis. v. 13, n. 3, p. 483-505.

MILENA, Lilian. 2016. Feminismo não é ideologia, afirma Marcia Tiburi. Disponível em: https://jornalggn.com.br/noticia/feminismo-nao-e-ideologia-afirma-marcia-tiburi. Acesso em 13 de novembro de 2017.

MILLETT, Kate. 1970. Sexual politics. Illinois: University of Illinois Press.

NICHOLSON, Linda. 2000. Interpretando o gênero. Tradução Luiz Felipe Guimarães Soares. Revista Estudos Feministas. Florianópolis.v. 8, n. 2.

PARTIDA. Disponível em: https://www.facebook.com/sigapartida/?ref=br_rs. Acesso em 10 de junho de 2017.

PARTIDAMAZONAS. Disponível em: https://www.facebook.com/partidAmazonas/. Acesso em 12 de junho de 2017.

PARTIDA PORTO ALEGRE RS. Disponível em: https://www.facebook.com/PartidAPortoAlegreRS/. Acesso em 08 de junho de 2017.

PIEDADE, Vilma. 2017. Caminhando para resistir: sobre racismos religioso, dororidade e feminismo. Disponível em: https://partidanet.wordpress.com/2017/09/28/caminhando-para-resistir-sobre-racismo-religioso-dororidade-e-feminismo/ Acesso em: 22 de fevereiro de 2018.

PINTO, Céli Regina J. 2003. Uma história do feminismo no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo.RAGO, Margareth. “A ‘nova’ historiografia Brasileira”, Anos 90, Porto Alegre, n.11, julho de 1999, p.73-96.

ROTH, Benita. 2004.Separate roads to feminism: Black, Chicana, and White feminist movements in America’s second wave. Cambridge: Cambridge University Press.

SACCHET, Teresa; SPECK, Bruno Wilhelm. 2012. Financiamento eleitoral, representação política e gênero: uma análise das eleições de 2006. Opinião Pública, Campinas. v. 18, n. 1, p. 177-197.

SAFFIOTI, Heleieth Iara Bongiovani. 1976. A mulher na sociedade de classes. Petrópolis: Vozes

SAMUELS, David. 2006. Financiamento de campanha no Brasil e proposta de reforma. Reforma política: lições da história recente. Rio de Janeiro: FGV Editora, p. 133-153.

SARTI, Cynthia. 2004. O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma trajetória. Revista Estudos feministas, Florianópolis. V. 12, n. 2. p. 35-50.

SCHMIDT, Benito Bisso. 1998. Companheiras!: as mulheres e o movimento operário brasileiro (1889-1930). Colóquios de História Canário Americana.Sevilha. v. 13, n. 13, p. 1458-1469.

SCOTT, Joan. 1995. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade. Porto Alegre, vol. 20, nº 2, pp. 71-99.

SOIHET, Rachel. 2006. A pedagogia da conquista do espaço público pelas mulheres e a militância feminista de Bertha Lutz. Revista Brasileira de Educação ANPED, Rio de Janeiro, nº 15, número especial, Ed. Autores Associados

THOMPSON, Becky. 2002. Multiracial feminism: Recasting the chronology of second wave feminism.Feminist Studies, v. 28, n. 2, p. 337-360.

TIBURI, Marcia. 2016a. partidA, um movimento feminista feito de alegria política. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/partida-um-movimento-feminista-feito-de-alegria-politica/ Acesso em 03 de novembro de 2017.

TIBURI, Marcia. 2016b. partidA feministA. Disponível em: https://partidanet.wordpress.com/2016/11/19/partida-feminista/. Acesso em 04 de novembro de 2017.

TIBURI, Marcia. 2016c. I Encontro Nacional da #partidA feminista.Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Lnv2J5DxgTg. Acesso em 23 de fevereiro de 2018.

TIBURI, Marcia. 2017. Marcia Tiburi Contextualiza Feminismo Dialógico. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hTpeIZtSi2Q. Acesso em 29 de fevereiro de 2018.

TONG, Rosemarie. 2013. Feminist thought: A more comprehensive introduction. Boulder:Westview Press.

VICENTE, Terezinha. 2015. #Partida por uma democracia feminista. Disponível em: https://www.carosamigos.com.br/index.php/artigos-e-debates/5346-partida-por-uma-democracia-feminista. Acesso em 13 de novembro de 2017.

WOLFF, Cristina Scheibe; PEDRO, Joana Maria; DA SILVA, Janine Gomes. 2016. “Gendered” Memories: Women’s Narratives from the Southern Cone. In:Memory, Subjectivities, and Representation. Palgrave Macmillan. p. 57-73.

Téléchargements

Publiée

2018-06-29