Tocar, interpretar, escutar: praticar a música ou fazê-la agir?
DOI :
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2019.243761Mots-clés :
performance, música, jogo, amador, participação, públicoRésumé
Neste artigo, Antoine Hennion retoma de forma magistral as questões da mediação sociológica. Socorrendo-se das particularidades da música, defende que esta fornece um modelo de abordagem das obras de arte que funciona numa dupla entrada: de um lado, a música é objeto de uma performance necessária da obra; mas do outro, a música assume-se como uma performance ativa de quem a aprecia (amador) no amplo sentido. Para existir, uma obra musical deve ser executada e (re)vivida. Indo mais além, Hennion argumenta que ler música não é a mesma coisa que ler um romance e tem ainda menos a ver com a ideia de ler um quadro. Sem falar na necessidade de interposição de um intérprete ou de uma orquestra entre o ouvinte comum e a partitura. Mesmo no caso de uma leitura mental, a operação é muito diferente: “ler” música supõe que a executemos na cabeça, que sejamos seu próprio intérprete, o que demanda uma ação, uma competência e uma habilidade altamente treinadas, de modo incomensurável à simples leitura de uma obra escrita, uma competência que – do contrário – é ordinária e transparente. Não estamos mais diante de uma oposição dual entre obra e recepção, mas envoltos em camadas superpostas de presença, passagens que tornam mais denso o acontecimento e intensificam as coisas de forma oblíqua.
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