FRONTEIRAS EM SAÚDE E ECOLOGIA DE ABERES: acupuntura numa perspectiva pós-colonial
Abstract
A acupuntura situa-se na fronteira entre as terapias alternativas e a medicina biomecânica: consolida-se como especialidade para a maioria das profissões de saúde no Brasil, porém, pouco se sabe acerca de seus mecanismos de atuação, pelo menos nos moldes da ciência ocidental. Tal lacuna vem sendo preenchida por um discurso segundo o qual alterações bioquímicas e neurológicas são apresentadas como explicação para seus resultados, num processo de falsa tradução que ausenta do debate o arcabouço filosófico e teórico da Medicina Tradicional Chinesa, perpetuando e impondo a lógica científica ocidental de dividir sem considerar o sentido do todo. Neste contexto, a acupuntura passa a ser incorporada como técnica alijada de seus métodos próprios de diagnose e propedêutica, uma estratégia que implica na redução drástica de suas possibilidades de cura, mas garante sua submissão à Medicina Biomecânica, restringindo sua atuação apenas aos casos em que esta não oferece bons resultados. A proposta para este artigo é questionar a legitimidade deste tipo de tradução através de uma abordagem pós-colonial, que faz emergir os interesses ocultados no discurso científico e favorece urna maior ecologia entre saberes, salvaguardando a autonomia deste conhecimento milenar no ocidente.
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