O cinema como alegoria para a dinâmica que envolve a subcidadania brasileira

Autori

  • Suze Oliveira Piza UFABC
  • Tom Menezes Pedrosa UFABC

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2021.250933

Parole chiave:

subcidadania, habitus, reconhecimento, capital, Bacurau

Abstract

O presente artigo utiliza Bacurau, filme dirigido por Juliano Dornelles e Kléber Mendonça Filho, para ilustrar elementos das teorias do sociólogo Jessé Souza, expressos em sua obra Subcidadania brasileira. Neste sentido, pretendemos refletir sobre o pensamento tradicional que entroniza o brasileiro com o título de vira-lata da história, a fim de melhor compreender as assimetrias sociais do Brasil, bem como a relação entre os países modernos e aqueles considerados pré-modernos, que constituem a periferia do sistema capitalista. Ademais, fazendo uma aproximação entre as obras – e nos servindo de referenciais teóricos trazidos por Jessé Souza, como Charles Taylor e Pierre Bourdieu –, buscaremos problematizar questões concernentes ao essencialismo culturalista que edifica uma distinção ontológica entre os indivíduos.

Biografie autore

Suze Oliveira Piza, UFABC

Professora de Filosofia na UFABC nos cursos de Filosofia e Bacharelado em Ciências Humanas. Faz parte dos programas de Pós-Graduação em Filosofia, na linha de pesquisa de Ética e Filosofia Política e no Programa de Economia política mundial na linha de pesquisa de Conhecimento, produção e trabalho. É doutora em Filosofia pela Unicamp onde foi pesquisadora de pós-doutorado e professora colaboradora no Departamento de Filosofia (IFCH) UNICAMP entre 2015-2017. É membro do Conselho de pesquisa do IBPW - Instituto Winnicott e pesquisadora na IWA, International Winnicott Association. Tem diversos artigos e livros publicados na área de Filosofia. Atua principalmente nos seguintes temas: produção de pensamento filosófico, pensamento ético-político moderno e contemporâneo, filosofia na América Latina e africana, interfaces entre Filosofia e Psicanálise, interfaces entre a Filosofia e a Educação e pensamento kantiano. Foi presidente do COMFOR - Comitê gestor institucional de formação inicial e continuada de profissionais do magistério da educação básica de educação básica da UFABC entre 2019-2020, é coordenadora institucional do Pibid-Capes na UFABC desde 2018. Coordena o projeto de extensão Produção e reprodução do conhecimento em Heliópolis-SP. É pesquisadora no grupo de pesquisa Metafísica Contemporânea e Rede africanidades.

Tom Menezes Pedrosa, UFABC

Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do ABC. Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco.

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Pubblicato

2021-06-29

Fascicolo

Sezione

Artigos