Orlando Patterson e a crítica ao eurocentrismo: religião, morte social e niilismo negro
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2025.265757Parole chiave:
Orlando Patterson, morte social, religião, niilismo negro, violência antinegraAbstract
O presente artigo explora a relação entre religião, escravidão e o conceito de "morte social", privilegiando os estudos de Orlando Patterson. Como método, utiliza a pesquisa bibliográfica. Apesar da consolidação das democracias ocidentais, o genocídio negro ainda persiste. A obra de Patterson é pontual ao analisar a questão da violência antinegra, associando-a à categoria de morte social. Historicamente, a morte social foi legitimada por meio de rituais religiosos em antigas civilizações. Nas sociedades modernas ocidentais, ela é reproduzida pela exclusão social, pelo racismo e pela violência antinegra. A partir de Patterson, dialogamos com debates contemporâneos, como o afropessimismo e o niilismo negro, que ampliam o conceito de morte social ao incluir violências contemporâneas, como a brutalidade policial, o encarceramento em massa e a violência psíquica. A ideia de morte social está presente também em autores brasileiros que estudam o genocídio negro. Concluindo, temos que este estudo identificou contribuições teóricas relevantes, que questionam as bases do humanismo ocidental e propõem uma crítica radical às estruturas sociais que perpetuam a violência antinegra.
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