O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE EM TEMPOS DE PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-2307.2021.249020Palavras-chave:
Competência, COVID-19, Federalismo, Legalidade, SaúdeResumo
O presente artigo versa sobre o princípio da legalidade no contexto da crise sanitária causada pelo coronavírus em 2020. Especificamente, busca-se aqui questionar o senso comum de que a situação emergencial pode justificar mitigações à reserva de lei no âmbito do direito administrativo ordenador. Para trabalhar essa temática, começamos por uma análise da competência dos entes federados em matéria de saúde dentro no contexto do federalismo brasileiro. A partir daí, traçamos as características e implicações do princípio da legalidade administrativa para, num terceiro momento, analisar sua imperatividade no tocante aos atos normativos sancionatórios expedidos pelas Administrações estaduais e municipais. Concluímos, como não poderia deixar de ser, pela higidez do primado da legalidade e do Estado Constitucional de Direito mesmo diante das demandas urgentes da crise sanitária, expondo que o ordenamento jurídico dispõe de meios que podem acelerar o processo legislativo sem que se precise recorrer à flexibilização da legalidade.
Referências
AGRA, Walber de Moura. A política econômica como instrumento para realização da Constituição Econômica. Belo Horizonte. Revista Forum de Direito Financeiro Econômico – RFDFE, Editora Forum, 2019, pp 161 a 184.
BARRA, Tiago Viana. Breves considerações sobre o Direito à Proteção da Saúde. O Direito, ano 144, II, 2012.
BERCOVICI, Gilberto. A descentralização de políticas sociais e o federalismo cooperativo brasileiro. Revista de Direito Sanitário, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 13-28, mar. 2002.
CAETANO, Marcelo. Manual de direito administrativo. 10ª ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1990. Tomo I.
CAMERON, David R. The expansion of the Public Economy: a comparative analysis. The American Political Science Review, Vol. 72, No. 4 (Dec., 1978).
CANOTILHO, J. J. Gomes. Constituição da República Portuguesa Anotada. 4ª ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. Vol. I.
CARAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 29ª ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
CASTLES, Frank; MCKINLAY, Robert D. Does politics matter?. European Journal of Political Research, volume 31, pp. 99–107, 1979.
CAVALCANTI, Amaro. Regimen federativo – a Republica Brazileira. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1900.
HORTA, Raul Machado. Direito constitucional. 5ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010.
LOEWENSTEIN, Karl. Verfassungsrecht und Verfassungspraxis der Vereinigten Staaten. Berlin: Springer-Verlag, 1959.
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017.
MIRANDA. Jorge. Estado social, crise econômica e jurisdição constitucional. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, v. LIII, ns. 1 e 2, Coimbra Editora, 2012, p. 266
NOBRE JÚNIOR, Edilson Pereira. Sanções administrativas e princípios de direito penal. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 219, p. 129, 2000.
OBINGER, Herbert. CASTLES, Francis; LEIBFRIED, Stephan. Introduction: federalism and the welfare state. In Obinger, Herbert; Leibfried, Stephan; Castles, Francis (orgs.). Federalism and the welfare state: new world and european experiences. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
RICCI, Paolo; TOMIO, Fabricio. O poder da caneta: a Medida Provisória no processo legislativo estadual. Opinião Pública, vol. 18, nº 2, Campinas, Nov. 2012. Disponível em < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-62762012000200001 > Acesso em 19 de junho de 2012
SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 19ª ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam na Revista Acadêmica da Faculdade de Direito do Recife (doravante "RevAcadFDR") concordam com os seguintes termos de licenciamento:
(1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à RevAcadFDR o direito da primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
(2) Autores têm autorização para assumir publicações adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial na RevAcadFDR.
(3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) depois do artigo ser publicado na RevAcadFDR, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Informações adicionais:
Os artigos publicados na Revista Acadêmica da Faculdade de Direito do Recife estão sujeitos a licença CC-BY qual, em resumo:
Permite a cópia e Redistribuição em qualquer formato, desde que atribuída sua autoria e publicação inicial na RevAcadFDR.
Adotamos esse tipo de licenciamento pois é finalidade maior da Revista Academica da Faculdade de Direito a difusão de conhecimento e não sua monopolização.