A morte assistida sob a perspectiva de ordenamentos jurídicos internacionais: Uma análise de caminhos possíveis para o desenvolvimento do tema
DOI:
https://doi.org/10.51359/2448-2307.2022.249882Palabras clave:
Dignidade da pessoa humana, Direitos fundamentais, Morte assistida, Ordenamentos jurídicos internacionaisResumen
O presente artigo tem por objetivo o estudo acerca do que está sendo recentemente produzido sobre a temática da morte assistida em alguns ordenamentos jurídicos internacionais, partindo da análise de alguns conceitos para, em seguida, ingressar na questão específica sobre o tema proposto, sendo adotadas duas abordagens metodológicas distintas: a primeira exploratória do enquadramento conceitual de cada um dos principais objetos que envolvem a questão analisada, por meio de uma pesquisa eminentemente bibliográfica, mas também documental; e a segunda analítica, observando alguns ordenamentos jurídicos internacionais, eleitos de acordo com embasamento da primeira metodologia, o que permitiu a seleção, no tempo-espaço, das recentes produções sobre a temática. O artigo também visa a fazer uma abordagem teórica sobre os aludidos tópicos e, ao final, verificar como se encontra a questão da morte assistida em outros ordenamentos jurídicos, para estabelecer um comparativo entre as iniciativas acerca das mudanças sobre a temática: se as alterações partem do Poder Legislativo (“vontade do legislador”) ou se partem de decisões do Poder Judiciário (“vontade de constituição”). Ao final, concluímos, baseado no arcabouço metodológico, doutrinário e documental, que as principais alterações ainda são produzidas pelo Poder Judiciário, mas o tema precisa de um real enfrentamento.Citas
AUBERT, Anna Caramuru Pessoa. Morrer dignamente: aspectos filosóficos, jurídicos e morais da autonomia para morrer. 1. ed. Porto Alegre: Editora Fi, 2021. Disponível em: https://www.editorafi.com/151morrer. Acesso em: 24 maio 2021.
AUSTRÁLIA OCIDENTAL. Voluntary Assisted Dying Act 2019. Disponível em: https://www.legislation.wa.gov.au/legislation/prod/filestore.nsf/FileURL/mrdoc_42491.pdf/$FILE/Voluntary%20Assisted%20Dying%20Act%202019%20-%20%5B00-00-00%5D.pdf?OpenElement. Acesso em: 23 fev. 2021.
ÁUSTRIA. Gesamte Rechtsvorschriftfür Strafgesetzbuch, 05 fev. 2020. Disponível em: https://www.legislationline.org/download/id/8548/file/Austria_CC_1974_am122019_de.pdf. Acesso em: 09 mar. 2021.
BARBOSA-FOHRMANN, Ana Paula; ARAÚJO, Luana Adriano; MELO, Arthur Cezar Alves de. Morte assistida e dignidade humana no direito alemão. In: BARBOSA-FOHRMANN, Ana Paula; VIVAS-TESÓN, Inmaculada. Cruzando Fronteiras: Perspectivas Transnacionais e Interdisciplinares dos Estudos de Deficiência. Porto Alegre: Editora Fi, 2020. p. 271.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 24 fev. 2021.
BRASIL. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010: características gerais da população, religião e pessoas com deficiência. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_deficiencia.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
CALSAMIGLIA, Albert. Sobre laeutanasia. Doxa, Cuadernos de FilosofíadelDerecho, Alicante, Universidad de Alicante, n. 14, 1993, p. 337-358. Disponível em: http://www.cervantesvirtual.com/nd/ark:/59851/bmc12659. Acesso em: 22 fev. 2021.
CÁMARA DE DIPUTADAS Y DIPUTADOS. Cámara apruebaen general proyecto sobre muerte digna y cuidados paliativos, dez. 2020. Disponível em: https://www.camara.cl/cms/noticias/2020/12/17/camara-aprueba-en-general-proyecto-sobre-muerte-digna-y-cuidados-paliativos/. Acesso em: 12 mar. 2021.
CHILE. Proyecto de Ley n. 7736, del 16 junio de 2011. Disponível em: https://www.camara.cl/legislacion/ProyectosDeLey/tramitacion.aspx?prmID=8130&prmBOLETIN=7736-11. Acesso em: 12 mar. 2021.
CHILE. Proyecto de Ley n. 9644, del 09 outubre de 2014. Disponível em: https://www.camara.cl/legislacion/ProyectosDeLey/tramitacion.aspx?prmID=10063&prmBOLETIN=9644-11. Acesso em: 12 mar. 2021.
CHILE. Proyecto de Ley n. 11577, Del 17 enero de 2018. Disponível em: https://www.camara.cl/legislacion/ProyectosDeLey/tramitacion.aspx?prmID=12093&prBOLETIN=11577-11. Acesso em: 12 mar. 2021.
CHILE. Proyecto de Ley n. 11745, del 16 mayo de 2018. Disponível em: https://www.camara.cl/legislacion/ProyectosDeLey/tramitacion.aspx?prmID=12267&prmBOLETIN=11745-11. Acesso em: 12 mar. 2021.
COLÔMBIA. Proyecto de Leyn. 23, de 2018. Disponível em: http://leyes.senado.gov.co/proyectos/index.php/textos-radicados-senado/p-ley-2018-2019/1149-proyecto-de-ley-023-de-2018. Acesso em: 24 fev. 2021.
COLÔMBIA. Proyecto de Leyn. 163, de 2019. Disponível em: http://leyes.senado.gov.co/proyectos/index.php/textos-radicados-senado/p-ley-2019-2020/1634-proyecto-de-ley-163-de-2019. Acesso em: 24 fev. 2021.
COLÔMBIA. Corte Constitucional Colombiana. Sentencia T-970/14. Relator: Luis Ernesto Vargas Silva. Bogotá. J., 15 de dezembro de 2014. Disponível em: http://www.corteconstitucional.gov.co/relatoria/2014/t-970-14.htm. Acesso em: 27 jan. 2021.
DEATH WITH DIGNITY. Death with Dignity Acts. Disponível em: https://www.deathwithdignity.org/learn/death-with-dignity-acts/. Acesso em: 24 fev. 2021.
DIAS, Roberto. O direito fundamental à morte digna: uma visão constitucional da eutanásia. Belo Horizonte: Fórum, 2012.
DINIZ, Débora; LIONÇO, Tatiana.Morte digna e luto: direitos a considerar. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 fev. 2009. Disponível em: https://alias.estadao.com.br/noticias/geral,morte-digna-e-luto-direitos-a-considerar,324173. Acesso em: 24 fev. 2021.
DINIZ, Débora. Quando a morte é um ato de cuidado: obstinação terapêutica em crianças. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, Fundação Oswaldo Cruz, v. 22, n. 8, p. 1741-1748, ago. 2006.
DINIZ, Débora; COSTA, Sérgio. Morrer com dignidade: um direito fundamental. In:
CAMARANO, Ana Amélia (Org.). Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: IPEA, 2004, p. 121-134. Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/Arq_29_Livro_Completo.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
DINIZ. Maria Helena. O Estado Atual do Biodireito. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
DJ FABO ruling: Italy's top court backs assisted dying in extreme cases. BBC, 26 set. 2019. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-europe-49837610. Acesso em: 12 mar. 2021.
DWORKIN, Ronald. Domínio da vida: aborto, eutanásia e liberdades individuais. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA. Suprema Corte de Montana. Baxter v. Montana. Relator: Justice W. William Leaphart. J., 31 de dezembro de 2009. Disponível em: https://www.deathwithdignity.org/wp-content/uploads/2015/12/Baxter-Decision-December-2009.pdf. Acesso em: 23 fev. 2021.
FERRY, Luc. A revolução transumanista. Trad. Éric R. R. Heneault. São Paulo: Manole, 2018.
HURST-MAJNO, Samia; MAURON, Alexandre. Assisted Suicide in Switzerland: clarifying liberties and claims. Bioethics, International Association of Bioethics, v. 31, n. 3, p. 199-208, 2017. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/bioe.12304. Acesso em: 24 fev. 2021.
KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. In: KANT, Immanuel; CHAUÍ, Marilena de Souza (coord.). Os pensadores: Kant II. Marilena de Souza. Trad. Tania Maria Bernkopf, Paulo Quintela e Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Seleção CHAUÍ.
LEPARGNEUR, Hubert. Bioética e eutanásia: argumentos éticos em torno da eutanásia. Revista Bioética, Brasília, v. 7, n. 1, p. 41-48, 1999. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/ar ticle/view/292/431. Acesso em: 24 fev. 2021.
MCDOUGALL, Rosalind; PRATT, Bridget. Too much safety? Safeguards and equal access in the context of voluntary assisted dying legislation. BMC Med Ethics, v. 21, n. 38, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1186/s12910-020-00483-5. Acesso em: 23 fev. 2021.
MELO, Mônica de. Direito fundamental à vida e ao aborto a partir de uma perspectiva constitucional, de gênero e da criminologia. Tese (Doutorado em Direito Constitucional) - Faculdade de Direito, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), 2018. Disponível em: https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/21811/2/M%C3%B4nica%20de%20Melo.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021
MÖLLER, Letícia Ludwig. Direito à morte com dignidade e autonomia. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2007.
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente da; SANTOS, William Douglas Resinente dos. Controle de constitucionalidade: uma abordagem teórica e jurisprudencial. 3. ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2004.
OREGON. DEATH WITH DIGNITY. The Oregon Death with Dignity Act, del 27 de outubro de 1997. Disponível em: https://www.oregon.gov/oha/PH/PROVIDERPARTNERRESOURCES/EVALUATIONRESEARCH/DEATHWITHDIGNITYACT/Documents/statute.pdf. Acesso em: 24 fev. 2021.
PERU. Informe n. 24-2021-JUS/PPMJDH: La posición de La Procuraduría Pública del MINJUSDH frente a la Sentenciadel caso Ana Estrada Ugarte, Lima, mar. 2021a. Disponível em: https://img.lpderecho.pe/wp-content/uploads/2021/03/Informe-24-2021-PPMJDH-caso-Ana-Estrada-LP.pdf. Acesso: 12 mar. 2021.
PERU. Proyecto de Ley 06976/2020-CR, del 21 enero de 2021. Disponível em: http://www2.congreso.gob.pe/sicr/tradocestproc/Expvirt_2011.nsf/visbusqptramdoc1621/06976?opendocument. Acesso em: 12 mar. 2021.
PESSINI, Léo. Distanásia: até quando investir sem agredir? Revista Bioética, Brasília, Conselho Federal de Medicina, v. 4, n. 1, p. 31-43, 1996. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/394/357. Acesso em: 24 fev. 2021.
REYES, Estefánia Esparza. Disposición Del derecho a la vida de los menores de edad: una necesariadiscusión sobre eutanasia y suicidioasistidoen Chile. Acta bioethica, Santiago, v. 25, n. 1, jun. 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4067/S1726-569X2019000100025. Acesso em: 09 mar. 2021.
ROXIN, Claus. A Apreciação Jurídico-Penal da Eutanásia. Trad. Luís Grecco. Revista Brasileira de Ciências Criminais, São Paulo, v. 8, n. 32, p. 9-38, out/dez. 2000.
SÁ, Maria de Fátima Freire de; MOUREIRA, Diogo Luna. Autonomia para morrer: eutanásia, suicídio assistido, diretivas antecipadas de vontade e cuidados paliativos. 2. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2015.
SANTOS, Lina. Morreu João Semedo, “um homem extraordinário”. Diário de Notícias, 17 jul. 2018. Disponível em: https://www.dn.pt/poder/morreu-joao-semedo-antigo-lider-do-be-9602096.html. Acesso em: 12 mar. 2021.
SARMENTO, Daniel. Livres e iguais: estudos de Direito Constitucional. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2006.
SINGER, Peter. Ética prática. 4. ed. Trad. Jefferson Luiz Camargo, São Paulo: Martins Fontes, 2018.
TAVARES, André Ramos. O discurso dos direitos fundamentais na legitimidade e na deslegitimação de uma justiça constitucional. In: Revista Brasileira de Estudos Constitucionais, Belo Horizonte, ano 1, n. 2, p. 09-26, abr./jun. 2007.
TAVARES, André Ramos. Justiça Constitucional e suas fundamentais funções. In: Revista de Informação Legislativa, ano 43, n. 171, p. 19-47, jul./set. 2006.
VALADÉS, Diego. Eutanasia: régimen jurídico de laautonomía vital. In: CARPIZO, Jorge; VALADÉS, Diego. Derechos humanos, aborto y eutanásia. Bogotá: Universidad Externado de Colombia e Universidad Nacional Autónoma de México, 2010. p. 118-119.
VERFASSUNGSGERICHT In: Österreicherlaubt die Beihilfezur Sterbehilfe, Tagesschau, 12 dez. 2020. Disponível em: https://www.rainews.it/tgr/tagesschau/articoli/2020/12/tag-oesterreich-beihilfe-zu-selbstmord-sterbehilfe-verfassungsgericht-56c7deec-d0f3-44a3-9bca-50f776224817.html. Acesso em: 03 mar. 2021.
VITÓRIA. Voluntary Assisted Dying Act 2017. Disponível em: https://content.legislation.vic.gov.au/sites/default/files/2020-06/17-61aa004%20authorised.pdf. Acesso em: 23 fev. 2021.
VON WRIGHT, Georg Henrik. Normas, verdad y lógica. México: Fontamara, 2001.
ZYLBERSZTAJN, Joana. O princípio da laicidade na Constituição Federal de 1988. Tese (Doutorado em Direito) – Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, 2012. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2134/tde-11102012-111708/pt-br.php. Acesso em: 24 fev. 2021.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Aquellos autores/as que tengan publicaciones con la Revista Académica de la Facultad de Derecho del Recife ("RAFDR"), aceptan los términos siguientes:- Los autores/as conservarán sus derechos de autor y garantizarán a la RAFDR el derecho de primera publicación de su obra, el cuál estará simultáneamente sujeto a la Licencia de reconocimiento de Creative Commons que permite a terceros compartir la obra siempre que se indique su autor y su primera publicación esta revista.
- Los autores/as podrán adoptar otros acuerdos de licencia no exclusiva de distribución de la versión de la obra publicada (p. ej.: depositarla en un archivo telemático institucional o publicarla en un volumen monográfico) siempre que se indique la publicación inicial en esta revista.
- Se permite y recomienda a los autores/as difundir su obra a través de Internet (p. ej.: en archivos telemáticos institucionales o en su página web) sólo después de publicado en la RAFDR, lo cual puede producir intercambios interesantes y aumentar las citas de la obra publicada. (Véase El efecto del acceso abierto).