É POSSÍVEL UTILIZAR O CÓDIGO CIVIL PARA REGULAR A DOAÇÃO POST MORTEM?
Résumé
O direito de ir e vir, doar ou adquirir bens é amplamente conhecido pela população e protegido pelo direito, porém a liberdade de dispor do próprio corpo, apesar da legislação vigente, pode apresentar características ainda não tuteladas pelas normas vigentes ou pelo menos não ser de uso corriqueiro. O objetivo desse artigo é buscar na Lei nº 10.406/02, fulcro para alguns casos hipotéticos, onde uma pessoa doa em vida o seu corpo post mortem para o ensino na área de saúde, a revelia dos familiares, que em momento futuro, pleiteiam outra destinação.
Références
ADEODATO, J. M. Filosofia do Direito. São Paulo: Saraiva, 1996. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/HCPA/gppg/leiconce.htm>. Acesso em: 23 maio 2003.
ALBERT, S. L. Historia da Medicina. São Paulo: Editora Manole Ltda, 1997.
ANJOS, C.L. Habeas Corpus DireitoNet. 2006, 03 de setembro de 2011. Disponível em: <http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2862/Habeas-Corpus>. Acesso em 16 ago. 2011.
BARCELLOS, F. C. Intenção de doar órgãos em uma população adulta. Universidade Federal de Pelotas - Anais. Pelotas, RS: 2003.
BERLINGUER, G.; GARRAFA, V. O mercado humano - estudo bioético da compra e venda de partes do corpo. Editora Universidade de Brasília: 2. ed. 2001.
BRASIL LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Código Civil - Presidencia da Republica Federativa do Brasil. 19 de janeiro de 2002 - 02 de junho de 2011. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm>. Acesso em 22 mar. 2011.
BRASIL. CONGRESSO. SENADO. PROJETO DE LEI DA CÂMARA DOS DEPUTADOS N. 177/1995 – DEPUTADO FEDERAL COURACI SOBRINHO. Altera o artigo 2 da Lei n. 8.501, de 30 de novembro de 1992. Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado para fins de estudo ou pesquisas científicas e dá outras providências (incluíndo as escolas de Odontologia e outras relacionadas às ciências da saúde na destinação de cadáver não reclamado, para fins de ensino e pesquisa de caráter científico). Ementa do substitutivo. Em tramitação nas comissões. Comissão d Constituição e Justiça e de redação em 06 d abr.2000. Relator Deputado Roland Lavigne. Disponível em: < htpp://www.camara.gov.br/netacgi/brscgi.exe?s1=cad%E1ver+reclamado&d=PROH&S2=ativa&SECT3=>
BRASIL. LEI FEDERAL N. 8.501 DE 30 DE NOVEMBRO DE 1992. Dispõe sobre a utilização de cadáver não reclamado para fins de estudo ou pesquisas científicas e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, p. 016519, 01 de dez.1992.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Uso de cadáveres para estudo de anatomia humana nas escolas da área da saúde. Brasília: Caderno de Ciências da Saúde, n. 1, 1981.
CAMPOS, R. A. C. & CAMARGO, R. A. E. A Medicina e o direito frente à Bioética - Dilema do fim do século. 2000. Disponível em: <http://www.usp.br/fd/publicacoes/ bioetica.htm>. Acesso em: 30 agosto 2002.
CERQUEIRA, S. Doação de corpos humanos contribui para o avanço da Ciência. 2000. Disponível em <http://www.ufrn.br/ufrn/jornalufrn/doacao.html>. Acessada em 19 de maio de 2003.
CHAGAS, J. Cadáver desconhecido – importância histórica e acadêmica para o estudo da anatomia humana. São Paulo: Unifesp, 2001. 137 p. Dissertação
(Mestrado em Morfologia). Departamento Ciências Morfológicas, Universidade
Federal de São Paulo - Escola Paulista de medicina, 2001.
CHAVES NETO, R. Doação de órgãos e os direitos da personalidade - Lawinter Review. lawinter.com n. 1. - v. 1. ISSN 2153-4042. , mar./2010.
COLOMBO, S. Cadáver road show - Folha.com. março de 2007 - 17 de junho de 2011. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult3891u31.shtml>. Acesso em 11 jun. 2011.
COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS. Projeto de Lei da Câmara n. 22 (SUBSTITUTIVO), de 1996 (n. 177, de 1995, na Casa de origem) que “altera o art. 2º da Lei n. 8.501, de 30 de novembro de 1992, que dispõe sobre a utilização de cadáveres não reclamados para fins de estudo ou pesquisas científicas e dá outras providências”. Projeto de Lei da Câmara n. 22 (SUBSTITUTIVO) de 1996. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/web/senador/lucalc/1997/PARECER/CADAVER.HTM> Acesso em: 19 maio 2003.
FERNANDES, M.S.; ASHTON-PROLLA, P.; MATTE, U.; MEURER, L.; OSVALDT, A.; BITTELBRUNN, A.C.; SCHLATTER, R.; KUCYK, R.; DA SILVA, F.M.P.; CLAUSELL, N.; GOLDIM, J.R. A normativa do Hospital de clínicas de Porto Alegre para o armazenamento e utilização de materiais biológicos Humanos e informações associadas em pesquisa: uma proposta interdisciplinar. Rev.HCPA, n.30, v.2, p.169-179, 2010.
GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O’RAHILLY, R. Anatomia geral – introdução. Anatomia - Estudo regional do corpo humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S/A. p. 3-9, 1978.
GOMES, A.P; REGO, S.; PALÁCIOS, M.; BATISTA, R.S. Análise bioética do uso de recém-cadáveres na aprendizagem prática em medicina - Análise bioética. Rev Assoc Med Bras. - Rio de Janeiro : n. 56, Vol. 1. p. 11-16, 2010.
GRAY, H. Anatomia. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan S/A, 1977.
HERNANDEZ, J. Todo lo que debe saber sobre la II Guerra Mundial: La guia definitiva para conocer y comprender El mayor conflicto bélico de la historia. Ed. Nowtilus, Madrid, 512p., 2009.
LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado, Ed. Saraiva, São Paulo, 2011.
LIMA, E.D.R.P.; MAGALHÃES, M.B.B.; NAKAMAE, D.D. Aspectos éticos-legais da retirada e transplante de tecidos, órgãos e partes do corpo Humano. Rev.Latino-am Enfermagem, n.4, v.5, p.5-12, out./1997.
LYONS, A. S.; PERTRUCELLI, R. J. Medicini: na illustrated history. New York, Harry N. Abrams Inc. 1987.
MARTIN, C.C.S.; SILVEIRA, T.C.P.; GUIMARÃES, M.A.; MELKI, J.A.D. Centro de Medicina legal da FMRP-USP: relato de sete anos de prática humanitária com cadáveres Humanos não identificados. Medicina – Ribeirão Preto, n.41, v.1, p. 3-6, jan.-mar./2008.
MELO, J. M. S. A medicina e sua história. Rio de Janeiro: Editora de Publicações Científicas Ltda, 1989.
MELO, E.N.; PINHEIRO, J.T. Procedimentos legais e protocolos para utilização de cadáveres no ensino de Anatomia de Pernambuco. Rev.Brasileira de educação médica, n.34, v.2, p.315-323, 2010.
MENDES, A.F.M.A. Dança do corpo dissecado: o reverso revelado. Belem, [s.n.], v. 1, 2009.
MENDES, M.I.B.S. O Corpo humano:. Objeto de intervenções e Sujeito da existência - Estudos de Psicologia. Natal, [s.n.], v. 13, p. 185-186. ISSN: 1678-4669, ago. 2008.
NETO, J.B.A.; FEIJÓ, A.G.S.; LOCH, J.A., BILHALVA, G.V.; BÁU, M.K. O valor social do cadáver Humano: personalidade, pesquisa científica, doação de órgãos e corpos. Direito & Justiça, n.1. v.34, p.60-73, jan.-jun./2008.
NORONHA, M. Trajetória de um etnopsiquiatra pelos mistérios da medicina. In: 1° International Pan African Congress of Psychiatry, 1998. Disponível em: . Acesso em: 19 maio 2003.
PETRUCELLI, L. J. História da medicina. São Paulo: Editora Manole Ltda. 1997.
PETRY, A. A Importância do cadáver na construção do conhecimento: percepção dos monitores de anatomia em João Pessoa/PB. Disponível em:< http://www.sbanatomia.org.br/arquivos/v3n1.pdf>. Acesso em: 21 maio 2012.
PETRY, A. A ignorância sobre o corpo, 2002. Disponível em: <http://www2.correioweb.com.br/hotsites/500anos/portugal-brasil/dia10/htm>. Acesso em: 19 maio 2003.
TERRA, Redação Musica. Lady Gaga usará cadáveres em seus shows. Terra, 23 de junho de 2010. Disponível em: <http://musica.terra.com.br/interna/0,,OI4517635-EI1267,00.html> Acesso em 15 ago. 2011.
SANTOS, M.J.; MASSAROLLO, M.C.K.B. Processo de doação de órgãos: Percepção de familiares de doadores cadáveres. Rev.Latino-am Enfermagem, n.13, v.3, p.382-387, maio-junho/2005.
SILVINO, M. J. História da anatomia, agosto de 2001. Disponível em: . Acesso em: 4 agosto 2003.
SINGER, C. Uma breve história da anatomia e fisiologia desde os gregos até Harvey. Campinas, SP: Editora Unicamp, 234 p. ISBN 85-268-0366-2, 1996.
WECKER, J. E. História da anatomia humana, 2002. Disponível em: <http://www.histanatomia.hpg.ig.com.br/index.htm>. Acesso em: 4 agosto 2003.
WOLKMER, A.C. Fundamentos da história do Direito. Ed. Del Rey, Minas Gerais, 464p., 2008.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans la Revue Académique de la Faculté de Droit du Recife («RAFDR») acceptent les termes suivants:
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la RAFDR le droit de première publication, l'ouvrage étant alors disponible simultanément, sous la licence Licence d’attribution Creative Commons permettant à d'autres de partager l'ouvrage tout en en reconnaissant la paternité et la publication initiale dans cette revue.
- Les auteurs peuvent conclure des ententes contractuelles additionnelles et séparées pour la diffusion non exclusive de la version imprimée de l'ouvrage par la revue (par ex., le dépôt institutionnel ou la publication dans un livre), accompagné d'une mention reconnaissant sa publication initiale dans la RAFDR.
- Les auteurs ont le droit et sont autrisés et encouragés à publier leur ouvrage en ligne (par ex., dans un dépôt institutionnel ou sur le site Web d'une institution) après que l'article a été publié en RAFDR, car cela peut mener à des échanges fructueux ainsi qu'à un nombre plus important, plus rapidement, de références à l’ouvrage publié (Voir The Effect of Open Access).
Informations complémentaires:
Les articles publiés dans RAFDR sont soumis à la licence CC-BY qui, en résumé: