O IMPACTO NEOCONSTITUCIONAL E O JUIZ GARANTIDOR NO SISTEMA PROCESSUAL PENAL BRASILEIRO
DOI :
https://doi.org/10.51359/2448-2307.2018.236653Résumé
O Código de Processo Penal brasileiro de 1941 (CPP) foi impactado pela promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988, em razão da edição de extenso rol de direitos e garantias, assim como pela apresentação de características inerentes ao sistema processual Acusatório. O referido sistema processual estabelece limites ao gerenciamento e iniciativa probatória do juiz criminal, sendo objeto desta pesquisa a definição desses limites. Para tanto foi apresentado como primeira hipótese a possibilidade do sistema processual ser fixado pela Constituição e ainda, como segunda hipótese, a decorrente invalidade de atos judiciais e dispositivos legais que atribuem ao juiz criminal competência para iniciar ou gerir provas no processo penal, em virtude da força normativa do texto Ápice. O desenvolvimento teórico e investigativo impresso na pesquisa se deram por meio de método científico hipotético-dedutivo, sendo apresentados conceitos gerais, sobre os quais, em um segundo momento, foram testas as hipóteses previamente formuladas. A pesquisa possui caráter eminentemente teórico e possui como referencial teórico a compreensão esposada por Aury Lopes Júnior acerca do núcleo fundante do sistema processual penal Acusatório em sua obra: Direito Processual Penal (2014/2016). As hipóteses formuladas foram confirmadas, observando-se que o juiz criminal deve se afastar do gerenciamento e iniciativa probatória estando sua ação limitada ao esclarecimento de dúvidas sobre as provas propostas e gerenciadas pelas partes, cabendo ao magistrado ainda a proteção e promoção dos direitos e garantias fundamentais.
Références
LVES, Fernando Brito. Constituição e participação popular: a construção histórico-discursiva do conteúdo jurídico-político da democracia como direito fundamental. Curitiba: Juruá, 2013;
AMARAL, Sérgio Tibiriçá; TEBAR, Wellington Boigues Corbalan. Da legitimação democrática do poder judiciário. Revista Direitos fundamentais e políticas públicas, Bebedouro, v. 2, n. 1, p. 141-164, 2014.
BARROSO, Luís Roberto. Curso de Direito Constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. São Paulo: Saraiva, 2010;
BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito: O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. Revista eletrônica sobre a reforma do Estado (RERE). Salvador, nº 9, março/maio, p. 1-53. 2007;
BINEBOJM, Gustavo. Uma Teoria do Direito Administrativo: Direitos fundamentais, democracia e constitucionalização. Rio de Janeiro: Renovar. 2006;
BOFF, Leonardo. Inquisição: um espírito que continua a existir. In: EYMERICH,
Nicolau. Directorium Inquisitorum: Manual dos inquisidores. Brasília: Rosa dos Tempos, 1993;
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Pesquisa de jurisprudência. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=%28SISTEMA+ACUSAT%D3RIO%29&pagina=2&base=baseAcordaos&url=http://tinyurl.com/jbu6glx> Acesso em 02 jan. 2018;
CAMBI, Eduardo. Neoconstitucionalismo e neprocessualismo: direitos fundamentais, políticas públicas e protagonismo do Judiciário. São Paulo: Revista dos Tribunais. 2009;
CANARIS, Claus-Wilhelm. Pensamento Sistemático e Conceito de Sistema na Ciência do Direito. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1996;
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. São Paulo: Saraiva, 2016;
COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda. O papel do juiz no novo processo penal. In:
COUTINHO, Jacinto Nelson de Miranda (org). Crítica à Teoria Geral do Direito Processual. Rio de Janeiro: Renovar, 2001;
DEZEM, Guilherme Madeira. Curso de Processo Penal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2016;
FEREJOHN, J.;PASQUINO. P. Tribunais constitucionais como instituições deliberativas. In: Limites do controle de constitucionalidade. Trad. Adauto Villela et al. Antônio Carlos Alpino Bigonha e Luiz Moreira (org.). Rio de Janeiro: Lumen Juris, p. 41-64, 2009;
FIORAVANTI, Maurizio. Constitución, de laantigüedad a nuestros días. Trad. Manuel Martínez Neira. Madrid: Trotta, 2001;
GOMES, Luiz Flávio. A Dimensão da Magistratura no Estado Constitucional e Democrático de Direito: independência judicial, controle judiciário, legitimação da jurisdição, politização e responsabilidade do juiz. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997;
HORTA, Renato. Controle concentrado de constitucionalidade: elemento estrutural de validade das decisões sobre política pública. Curitiba: Juruá, 2017;
KHALED JUNIOR, Salah Hassan. A busca da verdade no processo penal: para além da ambição inquisitorial. São Paulo: Atlas, 2013;
LIMA, Renato Brasileiro de. Código de Processo Penal comentado. Salvador: Juspodivm, 2017;
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 2014;
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. São Paulo: Saraiva, 2016;
NUCCI, Guilherme de Souza. Código de Processo Penal comentado. Rio de Janeiro: Forense, 2016;
POLI, Camilin Marcie. O inquérito policial e sua utilização na fase processual: (des)conformidade com devido processo legal. 213 f. Dissertação (Mestrado em Direito). Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2015;
PRADO, Geraldo. Sistema acusatório: a conformidade constitucional das leis
processuais penais. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2005;
OLIVEIRA, Eugênio Pacelli de. Curso de Processo Penal. São Paulo: Atlas, 2017;
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. Rio de Janeiro. Lúmen Juris, 2008;
RUST, Leandro Duarte. Bulas inquisitoriais: ad abolendam (1184) e vergentis in
senium (1199). In: Revista de História da USP, São Paulo, n. 166, p. 129-161, jan./jun. 2012;
SAMPAIO, José Adércio Leite. Teoria da constituição e dos direitos fundamentais. Belo Horizonte: Del Rey, 2013;
SILVA, Paulo M. C. O pós-positivismo do neoconstitucionalismo. Revista Direito e liberdade. Natal, V. 16, nº 1, p. 171-189, jan/abr. 2014;
TÁVORA, Nestor. ALENCA, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. Salvador: Jus Podivm, 2016;
VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História geral e do Brasil. vol. 1. São Paulo: Scipione, 2013a;
VICENTINO, Cláudio. DORIGO, Gianpaolo. História geral e do Brasil. vol. 3. São Paulo: Scipione, 2013b.
Téléchargements
Publié-e
Numéro
Rubrique
Licence
Les auteurs qui publient dans la Revue Académique de la Faculté de Droit du Recife («RAFDR») acceptent les termes suivants:
- Les auteurs conservent le droit d'auteur et accordent à la RAFDR le droit de première publication, l'ouvrage étant alors disponible simultanément, sous la licence Licence d’attribution Creative Commons permettant à d'autres de partager l'ouvrage tout en en reconnaissant la paternité et la publication initiale dans cette revue.
- Les auteurs peuvent conclure des ententes contractuelles additionnelles et séparées pour la diffusion non exclusive de la version imprimée de l'ouvrage par la revue (par ex., le dépôt institutionnel ou la publication dans un livre), accompagné d'une mention reconnaissant sa publication initiale dans la RAFDR.
- Les auteurs ont le droit et sont autrisés et encouragés à publier leur ouvrage en ligne (par ex., dans un dépôt institutionnel ou sur le site Web d'une institution) après que l'article a été publié en RAFDR, car cela peut mener à des échanges fructueux ainsi qu'à un nombre plus important, plus rapidement, de références à l’ouvrage publié (Voir The Effect of Open Access).
Informations complémentaires:
Les articles publiés dans RAFDR sont soumis à la licence CC-BY qui, en résumé: