O papel da escola nas unidades de internação de jovens, segundo os atores

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2359-1382.2021.251129

Palavras-chave:

socioeducativo; direito a educação; privação de liberdade

Resumo

Este artigo é o recorte de uma pesquisa de mestrado de inspiração marxista, tendo como referenciais teóricos os conceitos de hegemonia de Gramsci (1968), de Aparelhos Ideológicos do Estado de Althusser (1985) e a docilidade dos corpos de Foucault (1999). Seu objetivo foi analisar as percepções do papel da escolarização para os sujeitos inseridos em duas Comunidades de Atendimento Socioeducativo de Internação a partir da análise de 13 (treze) entrevistas semiestruturadas contemplando quatro segmentos inseridos na educação formal dos adolescentes internados: gerentes, diretores, professoras, alunos; e socioeducadores. Os resultados levaram a considerar que institucionalização dos mecanismos do poder disciplinar sobre os corpos e as normas das Unidades de Internação limitam experiências de democracia e participação dos sujeitos nas decisões, ao passo que a escolarização é identificada como principal diferença entre os espaços prisionais e as unidades de atendimento socioeducativo.

Biografia do Autor

Washington Luís Andrade Cardoso Junior, Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Educação.

Doutorando em Educação (UFBA); pesquisador vinculado à
linha a Linha de Pesquisa em Política e Gestão da Educação do PPGE (UFBA). 

Maria Couto Cunha, Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Educação.

Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação; pesquisadora vinculada à linha a Linha de Pesquisa em Política e Gestão da Educação do PPGE (UFBA).

Referências

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Publicado

2021-12-02

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Artigos