Escrever, filmar, corresponder
as cartas de Chantal Akerman, o filme-diário e outros endereçamentos da imagem
DOI:
https://doi.org/10.51359/2763-8693.2025.264583Palavras-chave:
escrita de si, cartas e diários, filmes de artistas, processo artístico contemporâneoResumo
O artigo propõe uma reflexão acerca das relações entre filmar e escrever a partir do enfoque nos tipos textuais de cartas e diários presentes tanto nos filmes News from home e De L’autre Côté de Chantal Akerman, Lettre de Sibérie de Chris Marker e Diário de David Perlov, como no cruzamento com o processo artístico da autora. As abordagens dos tipos textuais são ancoradas nas análises das formas de escrita de si de Foucault (1992) e Blanchot (2005), assim como da escrita de cartas como um exercício feminista e decolonial a partir do pensamento de Anzaldúa (2021). Na busca por ressonâncias entre as palavras e as imagens, evoca-se uma escrita ao lado dos filmes de artistas e do ato de filmar que não pressupõe uma preparação anterior nem um relato posterior às imagens, mas moventes posicionamentos entre as práticas de filmar/escrever, ora correspondentes, ora transbordantes.
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