“Ceci n’est pas une oeuvre d’art” O juiz como crítico e o conceito de obra de arte no direito

Autores/as

  • Marcílio Toscano Franca Filho Universidade Federal da Paraíba
  • Mariana Lima Maia Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.52583/cartema.v4i4.251757

Palabras clave:

Direito, Arte, Imposto de importação, Teoria da arte.

Resumen

A definição de obra de arte é elusiva e mutável, disputada há tempos no âmbito da filosofia e da teoria da arte. Contudo, as práticas e objetos envolvidos na atividade artística são suscetíveis à regulação jurídica. O direito, para cumprir sua função de tutelar interesses e dirimir conflitos numa sociedade complexa, adota definições operacionais vinculantes. Partindo dessas constatações, o caso Brancusi v. Estados Unidos serve como paradigma para uma análise do direito público comparado – em especial o direito tributário, com o objetivo investigar se há um conceito jurídico definitivo de obra de arte, estabelecer um diálogo entre os conceitos jurídico e não-jurídico de obra de arte, identificar áreas em que proteção jurídica diferenciada é concedida a objetos classificados como arte e as tensões entre a abrangência cada vez maior da arte contemporânea e a necessidade de certeza jurídica do direito.

Biografía del autor/a

Marcílio Toscano Franca Filho, Universidade Federal da Paraíba

Professor dos Programas de Pós-Graduação em Direito do Centro de Ciências
Jurídicas da Universidade Federal da Paraíba e da Faculdade de Direito do Recife (Universidade
Federal de Pernambuco), além de Procurador do Ministério Público junto ao
Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. Pós-Doutor (European University Institute,
Florença, Calouste Gulbenkian Post-Doctoral Fellow) e Doutor (Universidade de Coimbra,
2006) em Direito. Membro da International Association of Constitutional Law, da
International Society of Public Law e do Instituto Hispano-Luso-Americano de Derecho
Internacional. Atualmente, é Presidente do Ramo Brasileiro da International Law Association.

Mariana Lima Maia, Universidade Federal da Paraíba

Pesquisadora bolsista (PIBIC/CNPQ) dos projetos de pesquisa “Aspectos Jurídicos
do Mundo da Arte” (2014-2015) e “Metáforas e Direito: a expansão da linguagem
jurídica” (2015-2016). Graduanda do curso de bacharelado em Direito da Universidade
Federal da Paraíba.

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Cómo citar

Filho, M. T. F., & Maia, M. L. (2016). “Ceci n’est pas une oeuvre d’art” O juiz como crítico e o conceito de obra de arte no direito. Cartema, 4(4), 25–47. https://doi.org/10.52583/cartema.v4i4.251757