Exercícios têxteis para sobreviver ao fim do mundo
DOI:
https://doi.org/10.51359/2763-8693.2022.251205Palavras-chave:
bordado, memórias, artes visuais, presente-preces, pandemiaResumo
No presente texto são feitas reflexões que têm como ponto de partida três experiências artístico-pedagógicas. As experiências articuladas no texto são: 1) a revitalização de uma peça antiga de vestuário (um cachecol), onde o trabalho artístico foi deflagrado das vivências e memórias no norte do Brasil. Ao resultado tem-se o título de Águas do Norte; 2) um bordado livre desenvolvido em virtude das memórias e não-presença de uma mãe falecida, chamado de Rosalina; 3) a criação de uma narrativa têxtil inspirada na técnica das arpilleras chilenas intitulada Denúncia ao povo, que articula reflexões de denúncia no tempo pandêmico e, por fim, o exercício artístico de presentear, em que foram construídos três bordados onde preces são traduzidas por plantas de uso religioso e medicinal resultando em presentes-preces. O percurso do texto é feito de forma que estão costuradas memórias com relances autobiográficos e poéticos, reflexões sobre a pandemia e a necropolítica instaurada no país e as práticas de solidariedade. Em todas essas dimensões encontram-se exercícios para a sobrevivência ao fim do mundo.
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