Exercícios têxteis para sobreviver ao fim do mundo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2763-8693.2022.251205

Palavras-chave:

bordado, memórias, artes visuais, presente-preces, pandemia

Resumo

No presente texto são feitas reflexões que têm como ponto de partida três experiências artístico-pedagógicas. As experiências articuladas no texto são: 1) a revitalização de uma peça antiga de vestuário (um cachecol), onde o trabalho artístico foi deflagrado das vivências e memórias no norte do Brasil. Ao resultado tem-se o título de Águas do Norte; 2) um bordado livre desenvolvido em virtude das memórias e não-presença de uma mãe falecida, chamado de Rosalina; 3) a criação de uma narrativa têxtil inspirada na técnica das arpilleras chilenas intitulada Denúncia ao povo, que articula reflexões de denúncia no tempo pandêmico e, por fim, o exercício artístico de presentear, em que foram construídos três bordados onde preces são traduzidas por plantas de uso religioso e medicinal resultando em presentes-preces. O percurso do texto é feito de forma que estão costuradas memórias com relances autobiográficos e poéticos, reflexões sobre a pandemia e a necropolítica instaurada no país e as práticas de solidariedade. Em todas essas dimensões encontram-se exercícios para a sobrevivência ao fim do mundo.

Biografia do Autor

Jossier Sales Boleão, Universidade Federal de Goiás

Doutorando em Arte e Cultura Visual, no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual, da Faculdade de Artes Visuais – Universidade Federal de Goiás, na linha de pesquisa Educação, Arte e Cultura Visual. Possui Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade, linha de pesquisa Literatura e Interculturalidade (POSLLI/UEG) e graduação em Letras Português.

Referências

BARTHES, Roland. A câmara clara: nota sobre fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

BEIGUELMAN, Giselle. A pandemia das imagens: retóricas visuais e biopolíticas do mundo covídico. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, 23(3), 549-563, set. 2020 http://dx.doi.org/10.1590/1415-4714.2020v23n3p549.7

CANTON, Katia. Tempo e memória. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

CARVALHO, C.; GOTTARDI, P.; SOUZA, H. R. L. R. Corpos[pandêmicos]: ação e subjetividade na arte educação. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v. 15, e2015527, p. 1-15, 2020.

DAS, V. Encarando a Covid-19: Meu lugar sem esperança ou desespero. DILEMAS: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social. Rio de Janeiro: Reflexões na Pandemia 2020, pp. 1-8. Disponível em: https://www.reflexpandemia.org/texto-26.

DIDI-HUBERMAN, Georges. Quando as imagens tocam o real. Pós: Belo Horizonte, v. 2, n. 4, p. 204 – 2019, nov. 2012.

FLUSSER, Vilém. A arte: o belo e o agradável. Revista ArteFilosofia, vol 11, jul-dez 2001, p. 9-13.

GUATTARI, Félix. Caosmose: um novo paradigma estético. São Paulo: Editora 34, 1992.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. 2ª ed. São Paulo: Centauro, 2013.

MARTINS, Alice Fátima. Exercícios para uma poética da solidariedade. Revista Apotheke, v.4, nº 2, ano 4, 2018.

MARTINS, Alice Fátima. Dar presentes como experiência poética. Disponível em: http://blocodenotaserabiscos.blogspot.com/. Acesso em 15 de julho de 2020.

MARTINS, Alice Fátima. ROCHA, Cleomar. Arte relacional em uma poética colaborativa: nós & nós. 22º Encontro nacional ANPAP, 2013, outubro de 2013, p. 3519 – 3530.

SAMAIN, Etienne. Como pensam as imagens. São Paulo: Unicamp, 2012.

Schwarcz, L. M (2020). Quando acaba o século XX. Companhia das Letras. Edição do Kindle. Acesso em 7 set. 2020.

Downloads

Publicado

01.05.2022

Como Citar

Boleão, J. S. (2022). Exercícios têxteis para sobreviver ao fim do mundo. Cartema, 10(10), 90–107. https://doi.org/10.51359/2763-8693.2022.251205

Edição

Seção

Cartema 10 - Dossiê: A memória e o textil.