O sujeito urbano escolarizado e as políticas de língua(s): de pobre a excluído

Autores

  • Mariza Vieira da Silva Unicamp

DOI:

https://doi.org/10.51359/2175-294x.2018.238188

Resumo

Neste artigo, visamos compreender os processos discursivos que estruturam a posição sujeito urbano escolarizado e seus efeitos no que diz respeito às políticas de lingua(s), tomando como trajeto de leitura, sob a perspectiva da análise de discurso pechetiana, os termos/noções pobre e excluído, e tendo como referência para a construção de nosso arquivo o século XIX e a segunda metade do século XX. O trabalho permitiu-nos explicitar contradições presentes nos processos de nomeação, de construção de referentes discursivos, de individuação do sujeito, observando o confronto que aí se dá do simbólico com o político.

Biografia do Autor

Mariza Vieira da Silva, Unicamp

Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1998) e mestre também em Linguística pela Universidade de Brasília (1977), com pós-doutorado em “História das Ideias Linguísticas” (2000 2 2008) na École Supérieure Lettres et Sciences Humaines em Lyon/França. Áreas de interesse: alfabetização, políticas de línguas, sujeito e linguagem sob a perspectiva teórica da Análise de Discurso. Professora aposentada; atualmente, pesquisadora vinculada ao Laboratório de Estudos Urbanos – LABEURB/NUDECRI/UNICAMP.

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Publicado

29-12-2018

Como Citar

Silva, M. V. da. (2018). O sujeito urbano escolarizado e as políticas de língua(s): de pobre a excluído. Revista Investigações, 31(2), 248–263. https://doi.org/10.51359/2175-294x.2018.238188

Edição

Seção

Seção 4 – SUJEITO(S), LÍNGUA(S), INSTITUIÇÕES: RELAÇÕES DE CONTATO/CONFRONTO ENTRE O POLÍTICO E O SIMBÓLICO