Polarização pandêmica: efeitos de sentido produzidos por cartazes em manifestações pró e contra governo bolsonarista
DOI:
https://doi.org/10.51359/2175-294x.2022.254166Parole chiave:
análise do discurso, heterogeneidade enunciativa, enunciado dividido, protestos.Abstract
O presente artigo insere-se no campo de investigações a respeito dos efeitos de sentido produzidos em determinados enunciados a partir de suas condições materiais de produção. Portanto, seguiremos o referencial teórico da Análise do Discurso de linha francesa orientada por M. Pêcheux e E. Orlandi, tomando a concepção de enunciado dividido (COURTINE, 2009) relacionando-o à atuação da memória discursiva (ORLANDI, 2006) e de pré-construídos (INDURSKY, 2011). Assim, poderemos analisar as discursividades urbanas (cartazes) em manifestações de rua pró e contra Bolsonaro.
Riferimenti bibliografici
ARANTES, P. C. C.; DEUSDARÁ, B. Grupo focal e prática de pesquisa em Análise do Discurso: metodologia em perspectiva dialógica. Revista de Estudos da Linguagem, Belo Horizonte, v. 25, n. 2, p. 791-814, 2017.
ARENADO, Y.; CAVALHEIRO, S.; OLIVEIRA, E.; RUBIO, T. Movimentos sociais: “caras pintadas” e “vem pra rua”. Anais do 14º Encontro Científico Cultural Interinstitucional, [s. l.], p. 1-15, 2016. Disponível em: https://www.fag.edu.br/upload/ecci/anais/5b91289bb099b.pdf. Acesso em: 12 set. 2021.
AUTHIER-REVUZ, J. Heterogeneidade(s) enunciativa(s). Tradução de Celene Cruz e João Wanderley Geraldi. Caderno de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 19, p. 25-42, 1990.
CAMARGO, C. M. dos S. Memória discursiva e a Análise do Discurso na perspectiva pecheuxtiana e sua relação com a memória social. Revista Saber Humano, Restinga Sêca, v. 9, n. 14, p. 167-181, 2019.
CANDIDO, D. S. et al. Evolution and epidemic spread of SARS-CoV-2 in Brazil. Science 369, “[s. l.]”, p. 1255-1260, 2020.
COURTINE, J-J. [1981] Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos: EDUFSCar, 2009.
COURTINE, J-J; MARANDIN, J-M. Que objeto para a análise do discurso? In: CONEIN, Bernard et al. Materialidades discursivas. Campinas: Editora da Unicamp, 2016. p. 33-53.
CUTRIM, I. G.; MARQUES, M. S. O materialismo histórico na epistemologia da análise do discurso. Revista de Letras da Universidade do Estado do Pará - UEPA, [s. l.], p. 112-125, jul./set., 2017.
ERNST-PEREIRA, A.; QUEVEDO, M. Pré-construído e discurso-transverso: ferramentas de derrisão em uma charge de Latuff. Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, v. 9, n. 2, p. 325-339, 2013.
EVANGELISTA, D. F. Polarização e movimentos sociais contemporâneos no Brasil e na França. Rio de Janeiro, 2020. 275 f. Tese de Doutorado (Doutorado em Ciências Sociais) – Departamento de Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2020.
FOLHAPRESS. ‘Brasil acima de tudo’: conheça a origem do slogan de Bolsonaro. Brado paraquedista do Exército brasileiro surgido no final da década de 1960 inspirou o presidenciável. Grupo era chamado de Centelha Nativista. Publicado em 24/10/2018, às 16:51. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/eleicoes-2018/brasil-acima-de-tudo-conheca-a-origem-do-slogan-de-bolsonaro-7r6utek3uk1axzyruk1fj9nas/. Acesso em: 27 set. 2021.
HAROCHE, C. et.al. A semântica e o corte saussuriano: lingua, linguagem, discurso. Tradução Roberto Leiser Baronas e Fábio César Montanheiro. In: BARONAS, Roberto. Análise do discurso: apontamentos para uma história da noção conceito de formação discursiva. 2. ed., São Carlos: Pedro & João Editores, 2011. p.13-32.
INDURSKY, F. A memória na cena do discurso. In: INDURSKY, F; MITTMAN, S; FERREIRA, M. C. L. (orgs.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas: Mercado de Letras, p. 67-89, p. 2011.
MESQUISTA, D. P. C. de; ROSA, I. F. As heterogeneidades enunciativas como aporte teórico-metodológico para a Análise do Discurso de linha francesa. Veredas Online - Revista de Estudos Linguísticos, Juiz de Fora, v. 14, n. 2, p. 130-141, 2010.
MUSSIO, S. C. Um olhar alteritário em Bakhtin: o estudo do enunciado como forma de diálogo. Revista Soletras, Rio de Janeiro, n. 30, p. 178-190, 2015.
ORLANDI, E. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 13. ed. Campinas: Pontes Editores, 2020.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso. In: ORLANDI, E. P.; LAGAZZI-RODRIGUES, S. (orgs.). Introdução às ciências das linguagens – Discurso e textualidade. Campinas: Pontes, p. 11-31, 2006.
PAVAN, P. D. A negação do discurso-outro: efeitos de sentido em outdoors. Revista Virtual de Letras, Jataí, v. 5, n. 2, p. 74-88, 2013.
PÊCHEUX, M. A análise de discurso: três épocas. In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.). Por uma análise automática do discurso. Uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 3. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1997. p. 311- 318.
PÊCHEUX, M. Análise Automática do Discurso (AAD-69). In: GADET, F.; HAK, T. (orgs.) Por uma análise automática do discurso. Uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Campinas: Editora da UNICAMP, 1990. p. 61-87.
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. (Org.) Papel da memória. Tradução e introdução José Horta Nunes. Campinas: Pontes, 1999.
PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Orlandi et al. 2. ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1995.
PERINI, R. da C. O que se vê nas faíscas: sobre formações discursivas antagônicas, heterogeneidade enunciativa e enunciado dividido. Revista Palimpsesto, Rio de Janeiro, v. 18, n. 31, p. 130-148, 2019.
ROCHA, D. Representar e intervir: linguagem, prática discursiva e performatividade. Linguagem em (Dis)curso – LemD, Tubarão, v. 14, n. 3, p. 619-632, 2014.
SANTOS, R. M. T. Na língua, na história e na memória: a imagem do movimento das “Diretas Já”. São Paulo, 2007, 126 f. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Língua Portuguesa) – Departamento de Língua Portuguesa, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. 2007.
SCHERER-WARREN, I. Manifestações de rua no Brasil 2013: encontros e desencontros na política. Caderno CRH, Salvador, v. 27, n. 71, p. 417-429, maio/ago. 2014.
SILVA, M. V. da. Delimitações, inversões, deslocamentos: sujeito e história. In: INDURSKY, F.; LEANDRO FERREIRA, M. C. (orgs.). Michel Pêcheux e a Análise do Discurso: uma relação de nunca acabar. São Carlos: Claraluz, 2005. p. 199-208.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2022 Ana Sousa da Silva

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.