Arquivos de Barbacena, a Cidade dos Loucos: o manicômio como lugar de aprisionamento e apagamento de sujeitos e suas memórias
Abstract
O presente estudo, inserido na vertente francesa da AD, examina o documentário Em nome da razão (1979) e o livro-reportagem Holocausto brasileiro (2013) que, apesar da distância temporal e das diferentes materialidades em que se apresentam, abrem as portas do Hospital Psiquiátrico Colônia, entendido aqui como arquivo de sujeitos e de memórias, o qual atuará tanto no apagamento dos sujeitos custodiados quanto no processo de identificação da cidade de Barbacena (MG) como a Cidade dos Loucos.
Palavras-chave: discurso, sujeito, arquivo, memória, manicômio.
Riferimenti bibliografici
ARBEX, Daniela. (2013) O holocausto brasileiro: vida, genocídio e 60 mil mortes no maior hospício do Brasil. São Paulo: Geração Editorial, 2013.
COURTINE, Jean-Jacques. (1983) “O chapéu de Clémentis. Observações sobre a memória e o esquecimento na enunciação do discurso político.” In. INDURSKY, Freda; FERREIRA, Maria Cristina Leandro (Orgs.). Os múltiplos territórios da Análise do Discurso. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 1999. p.15-22. (Ensaios, n.12)
COURTINE, Jean-Jacques. (1981) Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Carlos: EdUFSCar, 2009.
DAVALLON, Jean. (1983) “A imagem, uma arte da memória”. In. ACHARD, Pierre et al. Papel da memória. 3.ed. Campinas: Pontes Editores, 2010.
DERRIDA, Jacques. (1994) Mal de arquivo: uma impressão freudiana. Rio de Janeiro: Relume-Dumara, 2001.
FERREIRA, Maria Cristina Leandro. (2010) Análise do Discurso e suas interfaces: o lugar do sujeito na trama do discurso. Organon – Revista do Instituto de Letras da UFRGS, Porto Alegre, v.24, n.48, 2010. (ISSN eletrônico: 2238-8915)
FERREIRA, Maria Cristina Leandro. (2004) Análise de Discurso e Psicanálise: uma estranha intimidade. Cadernos da APPOA. Porto Alegre, n.131, dez. 2004, p. 37-52.
FONTES, Malu. A casa dos mortos. RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação e Inovação em Saúde. Rio de Janeiro, v.3, p.97-99, jun., 2009. Disponível em http://www.acasadosmortos.org.br/arquivos/fontes_resenha.pdf
FOUCAULT, Michel. (1975) Vigiar e punir: nascimento da prisão. 41.ed. Petrópolis: Vozes, 2013.
FOUCAULT, Michel. (1969) A arqueologia do saber. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.
GUILHAMOU, Jacques; MALDIDIER, Denise. (1987) “Efeitos do arquivo. A análise do discurso no lado da história.” In. ORLANDI, Eni (Org.). Gestos de leitura: da história no discurso. 3. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2010. p.161-183.
HALBWACHS, M. (1950) La mémoire collective. Paris: Presses Universitaires de France. Apud. ACHARD, Pierre. “Memória e produção discursiva do sentido.” In. ACHARD, Pierre et al. Papel da memória. 3.ed. Campinas: Pontes Editores, 2010.
INDURSKY, Freda. (2011) “A memória na cena do discurso.” In. INDURSKY, Freda; MITTMANN, Solange; FERREIRA, Maria Cristina Leandro (Orgs.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas: Mercado de Letras, 2011. p.67-89.
INDURSKY, Freda. (2003) “Lula lá: estrutura e acontecimento”. In: Organon – Revista do Instituto de Letras da UFRGS, Discurso, língua e memória. Porto Alegre, v.17, n.35, 2003.
ORLANDI, Eni Puccinelli. (2011) “Documentário: acontecimento discursivo, memória e interpretação”. In. ZANDWAIS, Ana; ROMÃO, Lucília Maria Sousa (Orgs.) Leituras do político. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011. p.53-64.
PÊCHEUX, Michel. (1983) “Papel da memória.” In. ACHARD, Pierre et al. Papel da memória. 3.ed. Campinas: Pontes Editores, 2010.
PÊCHEUX, Michel. (1982) “Ler o arquivo hoje.” In. ORLANDI, Eni (Org.). Gestos de leitura: da história no discurso. 3. Ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2010. p. 49-59.
PÊCHEUX, Michel. (1975) Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. 4.ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2009.
RATTON, Helvécio. (Diretor) Em nome da razão. [Documentário]. Barbacena, Grupo Novo de Cinema e Associação Mineira de Saúde Mental, outubro de 1979. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=R7IFKjl23LU (Publicação nesse endereço em 06 de junho de 2013) e em http://www.youtube.com/watch? v=9iGGHNLAB8U (Publicação nesse endereço em 17 de setembro de 2013). Acesso em outubro de 2013.
ROSA, Guimarães. (1962) “Sôroco, sua mãe, sua filha”. In:_____ Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. p.18-21.
ROUDINESCO, Elisabeth. (2001) A análise e o arquivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2006.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2015 Ana Boff de Godoy

TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam na Revista Investigações concordam com os seguintes termos:
Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (exemplo: depositar em repositório institucional ou publicar como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Qualquer usuário tem direito de:
Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato para qualquer fim, mesmo que comercial.
Adaptar — remixar, transformar e criar a partir do material para qualquer fim, mesmo que comercial.
O licenciante não pode revogar estes direitos desde que você respeite os termos da licença.
De acordo com os termos seguintes:
Atribuição — Você deve dar o crédito apropriado, prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas. Você deve fazê-lo em qualquer circunstância razoável, mas de nenhuma maneira que sugira que o licenciante apoia você ou o seu uso.
Sem restrições adicionais — Você não pode aplicar termos jurídicos ou medidas de caráter tecnológico que restrinjam legalmente outros de fazerem algo que a licença permita.