O APAGAMENTO DOS POVOS INDÍGENAS NAS NARRATIVAS DO PASSADO E DO PRESENTE Arqueologia e História de São Paulo
Keywords:
Colonialism, Persistence, Communities of practice, GenderAbstract
The Indigenous peoples were erased in the five centuries of building the past and present of São Paulo. This article discusses some aspects of this situation, highlighting the fact that archaeology from an interdisciplinary perspective must act to reverse such practice and contribute to the consideration of traditional communities and their civil rights.
References
ALENCASTRO, Luiz F. 1992. O Trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico Sul. Séculos 16 e 16I. São Paulo: Cia das Letras.
ATALAY, Sonia. 2006. Indigenous Archaeology as Decolonizing Practice. The American Indian Quarterly, v. 30, n. 3, p. 280–310.
ATALAY, Sonya. 2020. Indigenous Science for a World in Crisis. Public Archaeology, vol. 19, 37-52.
BANIWA, Gersen. 2021. https://www.facebook.com/Gersembaniwa
BATTLE-BAPTISTE, Withney. 2011. Black Feminist Archaeology. Walnut Creek: Left Coast Press.
BELAUNDE, Luisa E. 2005. El recuerdo de luna: género, sangre y memoria entre los pueblos amazónicos. Lima: Fondo Editorial de la Facultad de Ciencias Sociales UNMSM.
BRAIDOTTI, Rosi. 2015. Punk women and Riot Girls. Performance Philosophy, v. 1, p. 239-254.
CARDIM, Pedro. 2020. Os povos indígenas, a dominação colonial e as instâncias de justiça na américa portuguesa e espanhola. In A. Domingues, M. Resende, P. Cardim (eds.). Os indígenas e as justiças no mundo ibero-americano (sécs. XVI-XIX). Lisboa: CHAM/PPGH/UFSJ, pp. 29-86.
CARNEIRO, Sueli. 2011. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro.
CASIMIRO, Tânia M.; SEQUEIRA, João L. 2020. Introdução. In Tânia M. Casimiro e João L. Sequeira (eds). Arqueologia contemporânea em Portugal. Séculos XIX e XX. Oeiras: Mazu Press, pp. 9-16.
COELHO, Rui G. 2021. Como descolonizar a arqueologia portuguesa? Arqueologia em Portugal. O Estado da Questão. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses e CITCEM, pp. 25-40.
CUSICANQUI, Silvia, R. Entrevista por Francisco Pazzarelli: Esas papitas me están mirando! Silvia Rivera Cusicanqui y la textura ch’ixi de los mundos. 2017. Revista de @ntropologia da UFSCar, v. 9, n. 2, p. 219-230.
DESPRET, Vinciane. 2013. From Secret Agents to Interagency. History and Theory, 52 (4): 29–44.
DRING, Katherine. S.; SILLIMAN, Stephen. W.; GAMBRELL, Natasha.; SEBASTIN, Shianne; SIDBERRY, Ralph. S. 2019. Authoring and Authority in Eastern Pequot Community Heritage and Archaeology. Journal of the World Archaeological Congress, v. 15, n. 3, p. 352-370.
FERNANDES, Florestan. 1956. Tendências teóricas da moderna investigação etnológica no Brasil. Anhembi, v. 72, p. 460–476.
FOUCAULT, Michel. 1990. Qu’est-Ce Que La Critique? Critique et Aufklärung. Bulletin de la Societé Française de Philosophie, v. 84, n. 2, p. 35–63.
FURQUIM, Laura P.; JÁCOME, Camila P. 2019. “Teorias De Gênero E Feminismos Na Arqueologia Brasileira: Do Dimorfismo Sexual à Primavera Queer”. Revista Arqueologia Pública, 13 (1): 255-79.
FURTADO, Celso. 1970. Formação econômica da América Latina. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lia.
GELLER, Pamela. 2016. This is not a Manifesto: Archaeology and Feminism. In: M.C. Amoretti; N. Vassallo (eds.). Meta-Philosophical Reflection on Feminist Philosophies of Science. Boston: Springer, pp. 151-170.
HARTEMANN, Gabby Omoni. 2022. Escavando a Violência Colonial: Arqueologia Griótica e Engajamento Comunitário na Guiana. Cadernos do Lepaarq, v. XIX, n.37, p. 142-191.
HU, Di; QUAVE, Kylie. 2021. Indigenous Persistence in the face of Imperialism. In: L. Panich; Gonzalez (eds.). The Routledge Handbook of the Archaeology of Indigenouscolonial interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 246-261.
JUÁREZ RODRÍGUEZ, Beatriz; LARA CALDERON, Barbarita. 2023. Panteón viejo “Jardín de la Memoria de los Ancestros Martina Carrillo”. Una apuesta político-territorial de la diáspora africana en el Ecuador. Cadernos do Lepaarq, v. XX, n.40, p. 19-39. Kelly, José.; Matos, Marcos. 2019. "Política da consideração: ação e influência nas Terras Baixas da América do Sul." Mana, Revista de Antropologia Social, 25 (2): 391-426.
KRENAK, Aílton. 2019. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Cia das Letras.
LIMA, Tânia A. 2003. Estudos de gênero na arqueologia brasileira: porque não? Habitus, Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Arqueologia, v. 1 n. 1, p. 103-128.
MATOS, Marcos A. 2018. Organização e História dos Manxineru do Alto Rio Iaco. (Tese de Doutorado em Antropologia). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.
McGUIRE, Randall. 2015. Arqueología crítica y praxis. Cuba Arqueológica: Revista Digital de Arqueología, 8(1): 5-11.
MEGGERS, Betty J. 1955. The coming of age of American Archaeology. In: NEWMAN, M.T. (ed.). New Interpretations of Aboriginal American Culture History. Washington.
MELIÀ, Bartomeu. 1989. Potyró: la cuestión del trabajo indígena Guaraní. Anais do VIII Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros. Santa Rosa, pp. 295-326.
MONTEIRO, John M. 1994. Índios. In B Nizza da Silva (ed). Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo.
MONTEIRO, John M. 1996. As "raças" indígenas no pensamento brasileiro do império. In: MAIO, M.C., and SANTOS, R.V., orgs. Raça, ciência e sociedade [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; CCBB, 1996, pp. 14-22.
MONTEIRO, John M. 1999. Armas e armadilhas: história e resistência dos índios. In A. Novaes (ed.). A outra margem do Ocidente, São Paulo: Cia das Letras, pp. 237-249.
MORALES, W. 2001. A cerâmica “neo-brasileira” nas terras paulistas: um estudo sobre as possibilidades de identificação cultural através dos vestígios materiais na vila de Jundiaí do século XVIII. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 11: 165-187.
MOTA, Lúcio T. 1992. A construção do "vazio demográfico" e a retirada da presença indígena da história social do Paraná. Pós-História, 1: 123-127.
NOELLI, F.S., SALLUM, M. 2020b. Comunidades de mulheres ceramistas e a longa trajetória de itinerância da cerâmica paulista. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. 34: 132–153.
NOELLI, F.S., SALLUM, M. 2019. A cerâmica paulista: cinco séculos de persistência de práticas Tupiniquim em São Paulo e Paraná, Brasil. Mana, Estudos de Antropologia Social, 25(3): 701–742.
NOELLI, Francisco S. 2008. José Proenza Brochado, vida acadêmica e a Arqueologia Tupi. In: Prous, André P.; Lima Tânia A. (eds). Os ceramistas Tupiguarani. Sínteses Regionais, volume 1. Belo Horizonte: Sigma, p. 17–47.
NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne. 2020a. “Para cozinhar... as panelas da Cerâmica Paulista”. Habitus. Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, 18(2): 501-538.
NOELLI, Francisco S.: FERREIRA, Lúcio M. 2007. A persistência da teoria da degeneração indígena e do colonialismo nos fundamentos da arqueologia brasileira. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 14, n. 4, p. 1239-1264.
NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne. 2023. Archaeologies of Colonialism and the Indigenous Presence in Brazil: The Remarkable Tupí Guaraní Trajectory. Archaeological Review from Cambridge, 38(1): 113-123.
NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne; PEIXOTO, Silvia A. 2023. Archaeologies of gender, kinship, and mobility in Southeast Brazil: Genealogies of Tupiniquim women and the itinerancy of ceramic practices. Journal of Social Archaeology, 23(2): 193-218.
NOGUEIRA, Renato. 2011. Denegrindo a Filosofia: O Pensamento Como Coreografia de Conceitos e Afroperspectivas. Griot—Revista de Filosofia, v. 4, n. 2, p. 2–19.
PANICH, Lee M. 2020. Narratives of persistence Indigenous negotiations of colonialism in Alta and Baja California. Tucson.
PANICH, Lee M.; ALLEN, Rebecca.; GALVAN, Andrew. 2018. The Archaeology of Native American Persistence at Mission San José. Journal of California and Great Basin Anthropology, v. 38, n. 1, 11–29.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. 2021. Documentos de Legislação Indigenista Colonial, Parte 1 (1500-1700). São Paulo.
PITA, Sebastião R. 1730. História da America Portugueza. Lisboa: Officina de Joseph Antonio da Sylva.
PRADO Jr., Caio. (1983) – Formação do Brasil contemporâneo. 16ª ed. São Paulo: Brasiliense.
RIBEIRO, Loredana. 2017. Crítica feminista, arqueologia e descolonialidade. Revista de Arqueologia, v. 30, n. 1, p. 210-234.
RUBERTONE, Patricia. E. 2020. Native Providence: Memory, community, and survivance in the Northeast. Lincoln: University Press of Nebraska.
SALLUM, M.: NOELLI, F. S. 2020. An Archaeology of Colonialism and the Persistence of Women Potters’ Practices in Brazil: from Tupiniquim to Paulistaware. International Journal of Historical Archaeology, v. 20, n. 3, p. 1–25.
SALLUM, Marianne. 2022. Por uma “aliança afetiva” entre a Arqueologia e os Saberes Tradicionais: Contribuições para o entendimento da sociedade moderna no Brasil. Cadernos do Lepaarq, 19(37): 273-300.
SALLUM, Marianne. 2023. Rethinking Latin American Archaeology: “Affective Alliances” and Traditional Community-Engagement. Papers from the Institute of Archaeology, 34(1): 1–42.
SALLUM, Marianne; IORIS, Hyrma; NOELLI, Francisco. S. 2020. A Cerâmica Paulista e o apagamento epistemológico das mulheres Tupiniquim na capitania de São Vicente, Brasil. Arche: Revista Discente de Arqueologia da FURG, 1: 61-63.
LALUK, Nicholas; AGUILAR, Joseph. 2023. Archaeological tropes that perpetuate colonialism. SAPIENS. Disponível em: https://www.sapiens.org/archaeology/indigenouspeople-archaeology/.
SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco. S. 2021a. “Politics of Regard” and the Meaning of Things: The persistence of ceramic and agroforestry practices by women in São Paulo. In Panich, L.M. and Gonzalez, S.L. (eds). Handbook of the Archaeology of Indigenous-Colonial Interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 338–356.
SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco. S. 2021b. ‘A pleasurable job’ Communities of women ceramicists and the long path of Paulistaware in São Paulo.” Journal of Anthropological Archaeology, 61: 101–245.
SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco S. 2022a. Arqueologia do Colonialismo e Povos Indígenas. In: Luís Cláudio Symanski; Marcos André Torres de Souza (Org.):Arqueologia histórica brasileira. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, pp. 273-305.
SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco Silva; KOFFLER, Mayy. 2023. Mulheres Indígenas e Afrodescendentes e a produção de Cerâmica Paulista nas fotografias de Herta Löell Scheuer, Plácido de Campos Júnior & Mayy Koffler. Cadernos do Lepaarq, v. XX, (40): 72-87.
SALLUM, Marianne; HYRMA, Ioris; GUEDES, Carolina; NOELLI, Francisco. S. 2023. “Carinhosas conservadoras” de saberes ancestrais: o testemunho de Herta Löell Scheuer como exemplo de Arqueologia da Escuta sobre as práticas das mulheres ceramistas de São Paulo e do Paraná. Revista Noctua, 2(8).
SCHNEIDER, Tsin.; HAYES, Katherine. 2020. Epistemic Colonialism: Is it Possible to Decolonize Archaeology? The American Indian Quarterly, v. 44, n. 2, p. 127-148.
SHEPTAK, R.; JOYCE, R. 2019. Hybrid Cultures: The Visibility of the European Invasion of Caribbean Honduras in the Sixteenth Century. In Hofman, C.; Keehnen, F. (eds.). Material Encounters and Indigenous Transformations in the Early Colonial Americas. Leide: Brill, pp. 221-237.
SILLIMAN, Stephen W. 2022. Colonialismo na arqueologia histórica uma revisão de problemas e perspectivas. Cadernos do Lepaarq, 19(37): 26-54.
SILLIMAN, Stephen. 2009. Change and continuity, practice, and memory: Native American persistence in Colonial New England. American Antiquity, v. 74, n. 2, 211–230.
SIMONSEN, Roberto. 1969. História econômica do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Cia Editora Nacional.
SUPERNANT, Kisha. 2021. From hybridity to relationality: Shifting perspectives on the archaeology of Métis emergence. In: L. Panich; S. Gonzalez (eds.). The Routledge Handbook of the Archaeology of Indigenous-colonial interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 357-373.
TUXÁ, Yacunã; GAMBELL, Natasha; APIKÁ, Luã; MORSEAU, Blaire; SILLIMAN, W. Stephen; BALANZÁTEGUI, Daniela; SALLUM, Marianne. 2024. Construindo pontes pelo mundo: Arqueologia, Linguagem e Patrimônio Cultural a partir de pessoas das comunidades indígenas Tuxá, Eastern Pequot e Tupi Guarani. Revista Etnográfica, 28(1).
VARNHAGEN, Francisco A. 1932. História Geral do Brasil, vol. 1. São Paulo: Cia Melhoramentos.
WOLFE, Patrick. 2006. Settler colonialism and the elimination of the Native. Journal of Genocide Research, v. 8, n. 4, p. 387–409.
XAKRIABÁ, Célia. 2020. Amansar o giz. Piseagrama, v. 14, p. 110-117.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Copyright (c) 2024 Marianne Sallum, Francisco Silva Noelli

This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A submissão de originais para a Clio Arqueológica implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos da revista Clio Arqueológica sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações mediante citação do nome da Clio Arqueológica como publicação original.
Em virtude do acesso aberto este periódico, permite-se o uso gratuito dos artigos com finalidades educacionais e científicas, desde que citada a fonte conforme as diretrizes da licença Creative Commons.
Autores que submeterem um artigo para publicação na Clio Arqueológica, concordam com os seguintes termos:
a. autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sem pagamento, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
b. autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista;
c. autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho on-line (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado;
d. as ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista.