O APAGAMENTO DOS POVOS INDÍGENAS NAS NARRATIVAS DO PASSADO E DO PRESENTE Arqueologia e História de São Paulo

Auteurs-es

  • Marianne Sallum
  • Francisco Silva Noelli

Mots-clés :

Colonialismo, Persistência, Comunidades de práticas, Gênero

Résumé

Os povos Indígenas foram apagados nos cinco séculos de construção do passado e presente de São Paulo. Este artigo é uma discussão de alguns aspectos desta situação, destacando o fato de que a arqueologia em perspectiva interdisciplinar deve agir para reverter tal prática e contribuir na consideração das comunidades tradicionais e de seus direitos civis.

Bibliographies de l'auteur-e

Marianne Sallum

Pesquisadora, Laboratório Interdisciplinar de Pesquisas em Evolução, Cultura e Meio Ambiente,
LEVOC, Museu de Arqueologia e Etnologia, MAE, Universidade de São Paulo USP

Francisco Silva Noelli

Discente, Centro de Arqueologia, UNIARQ, Universidade de Lisboa

Références

ALENCASTRO, Luiz F. 1992. O Trato dos viventes. Formação do Brasil no Atlântico Sul. Séculos 16 e 16I. São Paulo: Cia das Letras.

ATALAY, Sonia. 2006. Indigenous Archaeology as Decolonizing Practice. The American Indian Quarterly, v. 30, n. 3, p. 280–310.

ATALAY, Sonya. 2020. Indigenous Science for a World in Crisis. Public Archaeology, vol. 19, 37-52.

BANIWA, Gersen. 2021. https://www.facebook.com/Gersembaniwa

BATTLE-BAPTISTE, Withney. 2011. Black Feminist Archaeology. Walnut Creek: Left Coast Press.

BELAUNDE, Luisa E. 2005. El recuerdo de luna: género, sangre y memoria entre los pueblos amazónicos. Lima: Fondo Editorial de la Facultad de Ciencias Sociales UNMSM.

BRAIDOTTI, Rosi. 2015. Punk women and Riot Girls. Performance Philosophy, v. 1, p. 239-254.

CARDIM, Pedro. 2020. Os povos indígenas, a dominação colonial e as instâncias de justiça na américa portuguesa e espanhola. In A. Domingues, M. Resende, P. Cardim (eds.). Os indígenas e as justiças no mundo ibero-americano (sécs. XVI-XIX). Lisboa: CHAM/PPGH/UFSJ, pp. 29-86.

CARNEIRO, Sueli. 2011. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro.

CASIMIRO, Tânia M.; SEQUEIRA, João L. 2020. Introdução. In Tânia M. Casimiro e João L. Sequeira (eds). Arqueologia contemporânea em Portugal. Séculos XIX e XX. Oeiras: Mazu Press, pp. 9-16.

COELHO, Rui G. 2021. Como descolonizar a arqueologia portuguesa? Arqueologia em Portugal. O Estado da Questão. Lisboa: Associação dos Arqueólogos Portugueses e CITCEM, pp. 25-40.

CUSICANQUI, Silvia, R. Entrevista por Francisco Pazzarelli: Esas papitas me están mirando! Silvia Rivera Cusicanqui y la textura ch’ixi de los mundos. 2017. Revista de @ntropologia da UFSCar, v. 9, n. 2, p. 219-230.

DESPRET, Vinciane. 2013. From Secret Agents to Interagency. History and Theory, 52 (4): 29–44.

DRING, Katherine. S.; SILLIMAN, Stephen. W.; GAMBRELL, Natasha.; SEBASTIN, Shianne; SIDBERRY, Ralph. S. 2019. Authoring and Authority in Eastern Pequot Community Heritage and Archaeology. Journal of the World Archaeological Congress, v. 15, n. 3, p. 352-370.

FERNANDES, Florestan. 1956. Tendências teóricas da moderna investigação etnológica no Brasil. Anhembi, v. 72, p. 460–476.

FOUCAULT, Michel. 1990. Qu’est-Ce Que La Critique? Critique et Aufklärung. Bulletin de la Societé Française de Philosophie, v. 84, n. 2, p. 35–63.

FURQUIM, Laura P.; JÁCOME, Camila P. 2019. “Teorias De Gênero E Feminismos Na Arqueologia Brasileira: Do Dimorfismo Sexual à Primavera Queer”. Revista Arqueologia Pública, 13 (1): 255-79.

FURTADO, Celso. 1970. Formação econômica da América Latina. 2ª ed. Rio de Janeiro: Lia.

GELLER, Pamela. 2016. This is not a Manifesto: Archaeology and Feminism. In: M.C. Amoretti; N. Vassallo (eds.). Meta-Philosophical Reflection on Feminist Philosophies of Science. Boston: Springer, pp. 151-170.

HARTEMANN, Gabby Omoni. 2022. Escavando a Violência Colonial: Arqueologia Griótica e Engajamento Comunitário na Guiana. Cadernos do Lepaarq, v. XIX, n.37, p. 142-191.

HU, Di; QUAVE, Kylie. 2021. Indigenous Persistence in the face of Imperialism. In: L. Panich; Gonzalez (eds.). The Routledge Handbook of the Archaeology of Indigenouscolonial interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 246-261.

JUÁREZ RODRÍGUEZ, Beatriz; LARA CALDERON, Barbarita. 2023. Panteón viejo “Jardín de la Memoria de los Ancestros Martina Carrillo”. Una apuesta político-territorial de la diáspora africana en el Ecuador. Cadernos do Lepaarq, v. XX, n.40, p. 19-39. Kelly, José.; Matos, Marcos. 2019. "Política da consideração: ação e influência nas Terras Baixas da América do Sul." Mana, Revista de Antropologia Social, 25 (2): 391-426.

KRENAK, Aílton. 2019. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Cia das Letras.

LIMA, Tânia A. 2003. Estudos de gênero na arqueologia brasileira: porque não? Habitus, Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Arqueologia, v. 1 n. 1, p. 103-128.

MATOS, Marcos A. 2018. Organização e História dos Manxineru do Alto Rio Iaco. (Tese de Doutorado em Antropologia). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina.

McGUIRE, Randall. 2015. Arqueología crítica y praxis. Cuba Arqueológica: Revista Digital de Arqueología, 8(1): 5-11.

MEGGERS, Betty J. 1955. The coming of age of American Archaeology. In: NEWMAN, M.T. (ed.). New Interpretations of Aboriginal American Culture History. Washington.

MELIÀ, Bartomeu. 1989. Potyró: la cuestión del trabajo indígena Guaraní. Anais do VIII Simpósio Nacional de Estudos Missioneiros. Santa Rosa, pp. 295-326.

MONTEIRO, John M. 1994. Índios. In B Nizza da Silva (ed). Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil. Lisboa: Verbo.

MONTEIRO, John M. 1996. As "raças" indígenas no pensamento brasileiro do império. In: MAIO, M.C., and SANTOS, R.V., orgs. Raça, ciência e sociedade [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; CCBB, 1996, pp. 14-22.

MONTEIRO, John M. 1999. Armas e armadilhas: história e resistência dos índios. In A. Novaes (ed.). A outra margem do Ocidente, São Paulo: Cia das Letras, pp. 237-249.

MORALES, W. 2001. A cerâmica “neo-brasileira” nas terras paulistas: um estudo sobre as possibilidades de identificação cultural através dos vestígios materiais na vila de Jundiaí do século XVIII. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 11: 165-187.

MOTA, Lúcio T. 1992. A construção do "vazio demográfico" e a retirada da presença indígena da história social do Paraná. Pós-História, 1: 123-127.

NOELLI, F.S., SALLUM, M. 2020b. Comunidades de mulheres ceramistas e a longa trajetória de itinerância da cerâmica paulista. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. 34: 132–153.

NOELLI, F.S., SALLUM, M. 2019. A cerâmica paulista: cinco séculos de persistência de práticas Tupiniquim em São Paulo e Paraná, Brasil. Mana, Estudos de Antropologia Social, 25(3): 701–742.

NOELLI, Francisco S. 2008. José Proenza Brochado, vida acadêmica e a Arqueologia Tupi. In: Prous, André P.; Lima Tânia A. (eds). Os ceramistas Tupiguarani. Sínteses Regionais, volume 1. Belo Horizonte: Sigma, p. 17–47.

NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne. 2020a. “Para cozinhar... as panelas da Cerâmica Paulista”. Habitus. Revista do Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, 18(2): 501-538.

NOELLI, Francisco S.: FERREIRA, Lúcio M. 2007. A persistência da teoria da degeneração indígena e do colonialismo nos fundamentos da arqueologia brasileira. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, v. 14, n. 4, p. 1239-1264.

NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne. 2023. Archaeologies of Colonialism and the Indigenous Presence in Brazil: The Remarkable Tupí Guaraní Trajectory. Archaeological Review from Cambridge, 38(1): 113-123.

NOELLI, Francisco. S.; SALLUM, Marianne; PEIXOTO, Silvia A. 2023. Archaeologies of gender, kinship, and mobility in Southeast Brazil: Genealogies of Tupiniquim women and the itinerancy of ceramic practices. Journal of Social Archaeology, 23(2): 193-218.

NOGUEIRA, Renato. 2011. Denegrindo a Filosofia: O Pensamento Como Coreografia de Conceitos e Afroperspectivas. Griot—Revista de Filosofia, v. 4, n. 2, p. 2–19.

PANICH, Lee M. 2020. Narratives of persistence Indigenous negotiations of colonialism in Alta and Baja California. Tucson.

PANICH, Lee M.; ALLEN, Rebecca.; GALVAN, Andrew. 2018. The Archaeology of Native American Persistence at Mission San José. Journal of California and Great Basin Anthropology, v. 38, n. 1, 11–29.

PERRONE-MOISÉS, Beatriz. 2021. Documentos de Legislação Indigenista Colonial, Parte 1 (1500-1700). São Paulo.

PITA, Sebastião R. 1730. História da America Portugueza. Lisboa: Officina de Joseph Antonio da Sylva.

PRADO Jr., Caio. (1983) – Formação do Brasil contemporâneo. 16ª ed. São Paulo: Brasiliense.

RIBEIRO, Loredana. 2017. Crítica feminista, arqueologia e descolonialidade. Revista de Arqueologia, v. 30, n. 1, p. 210-234.

RUBERTONE, Patricia. E. 2020. Native Providence: Memory, community, and survivance in the Northeast. Lincoln: University Press of Nebraska.

SALLUM, M.: NOELLI, F. S. 2020. An Archaeology of Colonialism and the Persistence of Women Potters’ Practices in Brazil: from Tupiniquim to Paulistaware. International Journal of Historical Archaeology, v. 20, n. 3, p. 1–25.

SALLUM, Marianne. 2022. Por uma “aliança afetiva” entre a Arqueologia e os Saberes Tradicionais: Contribuições para o entendimento da sociedade moderna no Brasil. Cadernos do Lepaarq, 19(37): 273-300.

SALLUM, Marianne. 2023. Rethinking Latin American Archaeology: “Affective Alliances” and Traditional Community-Engagement. Papers from the Institute of Archaeology, 34(1): 1–42.

SALLUM, Marianne; IORIS, Hyrma; NOELLI, Francisco. S. 2020. A Cerâmica Paulista e o apagamento epistemológico das mulheres Tupiniquim na capitania de São Vicente, Brasil. Arche: Revista Discente de Arqueologia da FURG, 1: 61-63.

LALUK, Nicholas; AGUILAR, Joseph. 2023. Archaeological tropes that perpetuate colonialism. SAPIENS. Disponível em: https://www.sapiens.org/archaeology/indigenouspeople-archaeology/.

SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco. S. 2021a. “Politics of Regard” and the Meaning of Things: The persistence of ceramic and agroforestry practices by women in São Paulo. In Panich, L.M. and Gonzalez, S.L. (eds). Handbook of the Archaeology of Indigenous-Colonial Interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 338–356.

SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco. S. 2021b. ‘A pleasurable job’ Communities of women ceramicists and the long path of Paulistaware in São Paulo.” Journal of Anthropological Archaeology, 61: 101–245.

SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco S. 2022a. Arqueologia do Colonialismo e Povos Indígenas. In: Luís Cláudio Symanski; Marcos André Torres de Souza (Org.):Arqueologia histórica brasileira. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais, pp. 273-305.

SALLUM, Marianne; NOELLI, Francisco Silva; KOFFLER, Mayy. 2023. Mulheres Indígenas e Afrodescendentes e a produção de Cerâmica Paulista nas fotografias de Herta Löell Scheuer, Plácido de Campos Júnior & Mayy Koffler. Cadernos do Lepaarq, v. XX, (40): 72-87.

SALLUM, Marianne; HYRMA, Ioris; GUEDES, Carolina; NOELLI, Francisco. S. 2023. “Carinhosas conservadoras” de saberes ancestrais: o testemunho de Herta Löell Scheuer como exemplo de Arqueologia da Escuta sobre as práticas das mulheres ceramistas de São Paulo e do Paraná. Revista Noctua, 2(8).

SCHNEIDER, Tsin.; HAYES, Katherine. 2020. Epistemic Colonialism: Is it Possible to Decolonize Archaeology? The American Indian Quarterly, v. 44, n. 2, p. 127-148.

SHEPTAK, R.; JOYCE, R. 2019. Hybrid Cultures: The Visibility of the European Invasion of Caribbean Honduras in the Sixteenth Century. In Hofman, C.; Keehnen, F. (eds.). Material Encounters and Indigenous Transformations in the Early Colonial Americas. Leide: Brill, pp. 221-237.

SILLIMAN, Stephen W. 2022. Colonialismo na arqueologia histórica uma revisão de problemas e perspectivas. Cadernos do Lepaarq, 19(37): 26-54.

SILLIMAN, Stephen. 2009. Change and continuity, practice, and memory: Native American persistence in Colonial New England. American Antiquity, v. 74, n. 2, 211–230.

SIMONSEN, Roberto. 1969. História econômica do Brasil. 6ª ed. São Paulo: Cia Editora Nacional.

SUPERNANT, Kisha. 2021. From hybridity to relationality: Shifting perspectives on the archaeology of Métis emergence. In: L. Panich; S. Gonzalez (eds.). The Routledge Handbook of the Archaeology of Indigenous-colonial interaction in the Americas. New York: Routledge, pp. 357-373.

TUXÁ, Yacunã; GAMBELL, Natasha; APIKÁ, Luã; MORSEAU, Blaire; SILLIMAN, W. Stephen; BALANZÁTEGUI, Daniela; SALLUM, Marianne. 2024. Construindo pontes pelo mundo: Arqueologia, Linguagem e Patrimônio Cultural a partir de pessoas das comunidades indígenas Tuxá, Eastern Pequot e Tupi Guarani. Revista Etnográfica, 28(1).

VARNHAGEN, Francisco A. 1932. História Geral do Brasil, vol. 1. São Paulo: Cia Melhoramentos.

WOLFE, Patrick. 2006. Settler colonialism and the elimination of the Native. Journal of Genocide Research, v. 8, n. 4, p. 387–409.

XAKRIABÁ, Célia. 2020. Amansar o giz. Piseagrama, v. 14, p. 110-117.

Téléchargements

Publié-e

2024-02-04

Numéro

Rubrique

Artigo