“É número ou letra?” Notações feitas por crianças da Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental
DOI:
https://doi.org/10.51359/2177-9309.2021.250511Palavras-chave:
conhecimento notacional, letras, números, educação infantil, anos iniciais do ensino fundamentalResumo
O conhecimento notacional consiste na habilidade de reconhecer e produzir notações, em especial, notações convencionais como letras e números. O presente estudo versa sobre a produção de notações linguísticas e numéricas, tendo por objetivo investigar se crianças de 4, 5 e 6 anos seriam capazes de diferenciar esses domínios notacionais e se haveria diferença entre esses dois domínios. Por meio de vídeo chamadas, os participantes foram individualmente solicitados a realizar uma tarefa, com seis itens, que consistia em preencher um cartão com dados pessoais que envolviam a escrita de palavras e de números: nome, idade, altura, peso, cor do cabelo e comida favorita. As notações foram classificadas em icônicas/pictográficas, uso de letras, uso de números, e notações híbridas. Observou-se que independentemente da idade, havia predominância do uso de números nos itens relativos ao domínio numérico e letras nos itens relativos ao domínio linguístico. O uso de representações icônicas/pictográficas foi mais frequente no domínio linguístico, diminuindo com o avanço da escolaridade/idade. Concluiu-se que as crianças desde cedo diferenciam as notações nesses dois domínios, sendo, contudo, pouco expressivo o avanço entre as faixas etárias investigadas.
Referências
ALMEIDA, L. M. W.; TORTOLA, E. Modelagem matemática no ensino fundamental: a linguagem de alunos como foco de análise. Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, v. 7, n. 1, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.17921/2176-5634.2014v7n1p%25p>
BRASIL. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa: Língua Portuguesa. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. – Brasília: MEC, SEB, 2014. Disponível em: <http://pacto.mec.gov.br/materiais-listagem/item/download/21_9945a2941359afb9a5bc726869f697c5>
BRIZUELA, B. M. Desenvolvimento matemático na criança: explorando notações. Porto Alegre: Artmed, 2006.
CAÑELLAS, A. M.; RASSETTO, M. J. Representaciones infantiles sobre las notaciones numéricas. Tecné, Episteme y Didaxis: TED, Colômbia, n. 33, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.17227/01213814.33ted87.101 >
CARRAHER, T. N.; REGO, L. L. B. O realismo nominal como obstáculo na aprendizagem da leitura. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 39, p. 3-10, 1981. Disponível em: <http://publicacoes.fcc.org.br//index.php/cp/article/view/1614>
CORSO, L. V.; DORNELES, B. V. Perfil cognitivo dos alunos com dificuldades de aprendizagem na leitura e matemática. Revista Psicologia: Teoria e Prática, São Paulo, v. 17, n. 2, p.185-198, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.15348/1980-6906/psicologia.v17n2p185-198>
DOCKRELL, J. E.; TEUBAL, E. Distinguishing numeracy from literacy: evidence from children’s early notations. In: TEUBAL, E.; DOCKRELL, J. E.; TOLCHINSKY, L. (Eds.), Notational Knowledge: developmental and historical perspectives. Rotterdam. Sense Publishers, 2007. Cap. 7, p. 113-134.
DORNELES, B. V. Contribuições da epistemologia genética para o entendimento da construção numérica e da escrita alfabética iniciais. In: DORNELES, B. V. (Ed.). Escrita e número: relações iniciais. São Paulo: Artmed, 1998a. Cap. 3, p. 35-57.
DORNELES, B. V. Esquemas da construção numérica e da escrita alfabética em sujeitos de cinco e seis anos. In: DORNELES, B. V. (Ed.). Escrita e número: relações iniciais. São Paulo: Artmed, 1998b. Cap. 4, p. 59-91.
DURKIN, K.; SHIRE, B. Primary school children's interpretations of lexical ambiguity in mathematical descriptions. Journal of Research in Reading, v. 14, n. 1, p. 46-55, 1991. Disponível em: < https://doi.org/10.1111/j.1467-9817.1991.tb00005.x>´.
FERREIRO, E. A escrita antes das letras. In: SINCLAIR, H. (Ed.). A produção de notações na criança: linguagem, número, ritmos e melodias. São Paulo: Cortez, 1990. Cap. 1.
FERREIRO, E. TEBEROSKY, A. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
FIRMENDER, J. M.; CASA, T. M.; COLONNESE, M. W. Write on: Reasoning through mathematical writing. Teaching Children Mathematics. v. 24, n. 2, p. 84-92, 2017.
HIGINO, Z. Desenvolvimento a compreensão da notação escrita do sistema de numeração. In: MEIRA, L.; SPINILLO, A. G.; AVELAR, T. (Orgs.). Anais da II Semana de Estudos em Psicologia da Educação Matemática. Recife, p. 46-53, 1997.
HUGHES, M. Children and number: Difficulties in learning mathematics. Oxford. Blackwell, 1986. Disponível em: <https://www.wiley.com/en-us/Children+and+Number%3A+Difficulties+in+Learning+Mathematics-p-9780631135814>
LOPES-SILVA, J. B.; MOURA, R.; JÚLIO-COSTA, A.; WOOD, G.; SALLES, J. F.; HAASE, V. G. What is specific and what is shared between numbers and words? Frontiers in Psychology v. 7, n. 22, 2016, p. 1-11. Disponível em: <https://doi.org/10.3389/fpsyg.2016.00022>
MACHADO, N. J. Matemática e língua materna: análise de uma impregnação mútua. São Paulo: Cortez, 1993.
MOURA, R.; HAASE, V. G.; LOPES-SILVA, J. B.; BATISTA, L. T.; FREITAS, F. R. de; BAHNMUELLER, J.; MOELLER, K. Reading and writing words and numbers: similarities, diferences, and implications. In: FRITZ, A.; GÜRSOY, E. (Orgs.). Diversity dimensions in mathematics and language learning. Leck: De Gruyter: 2021, p. 291-312.
MUNN, P. Writing and number. In: THOMPSON, I. (Ed.). Teaching and learning early number. Buckingham: Open University Press, 1998. Cap. 8, p. 89-96.
NACARATO, A. M. A escrita nas aulas de matemática: diversidade de registros e suas potencialidades. Leitura: Teoria & Prática, v. 31, n. 61, p. 63-79, 2013. Disponível em: <https://ltp.emnuvens.com.br/ltp/article/view/196/131>
NUNES, T. Systems of signs and mathematical reasoning. In: NUNES, T.; BRYANT, P. (Orgs.). Learning and teaching mathematics. Hove: Psychology Press, 1997, p. 29-44.
OLIVEIRA, R. A.; LOPES, C. E. O ler e o escrever na construção do conhecimento matemático no Ensino Médio. Bolema, Rio Claro, v. 26, n. 42B, p. 513-534, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0103-636X2012000200006>
POWELL, A.; BAIRRAL, M. A escrita e o pensamento matemático: interações e potencialidades. Campinas, SP: Papirus, 2006.
RINSVELD, A. V.; BRUNNER, M.; LANDERL, K.; SCHILTZ, C.; UGEN, S. The relation between language and arithmetic in bilinguals: insights from different stages of language acquisition. Frontiers in Psychology, v. 6, n. 265, p. 1-15, mar. 2015. Disponível em: <https://doi.org/10.3389/fpsyg.2015.00265>
SINCLAIR, A.; MELLO, D.; SIEGRIST, F. A notação numérica na criança. In: SINCLAIR, H. (Org.). A produção de notações na criança: linguagem, número, ritmos e melodias. São Paulo: Cortez, 1989, p. 71-96.
TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática, 1997.
TEUBAL, E.; DOCKRELL, J. E. Children’s developing numerical notations: the impact of input display, numerical size and operational complexity. Learning and instruction, v. 15, p. 257-280, 2005.
TIGGEMANN, I. S. Pontos de encontro entre os sistemas notacionais alfabético e numérico. Revista Psicopedagogia, v. 27, n. 83, p. 288-297, 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84862010000200014&lng=pt&nrm=iso>
TOLCHINSKY, L. Aprendizagem da linguagem escrita: processos evolutivos e implicações didáticas. São Paulo: Ática, 1993.
TOLCHINSKY, L. Desenhar, escrever, fazer números. In: TEBEROSKY, A.; TOLCHINSKY, L. (Eds.). Além da alfabetização: a aprendizagem fonológica, ortográfica, textual e matemática. São Paulo: Ática, 1997. Cap. 9, p. 195-217.
TOLCHINSKY, L. Writing and written numbers as source of knowledge. In: TEUBAL, E.; DOCKRELL, J. E.; TOLCHINSKY, L. (Orgs.). Notational knowledge: developmental and historical perspectives. Rottterdam: Sense Publishers, 2007. p. 135-158.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a. Autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
b. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
d. Os conteúdos da Revista Em Teia estão licenciados com uma Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Esta licença permite que os reutilizadores distribuam, remixem, adaptem e desenvolvam o material em qualquer meio ou formato, desde que a atribuição seja dada ao criador. A licença permite o uso comercial.
Authors who publish with this journal agree to the following terms:
a. Authors retain copyright and grant the journal right of first publication with the work simultaneously licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International (CC BY 4.0) License.
b. Authors are able to enter into separate, additional contractual arrangements for the non-exclusive distribution of the journal's published version of the work (e.g., post it to an institutional repository or publish it in a book), with an acknowledgement of its initial publication in this journal.
c. Authors are permitted and encouraged to post their work online (e.g., in institutional repositories or on their website) prior to and during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as earlier and greater citation of published work.
d. This license allows reusers to copy and distribute the material in any medium or format in unadapted form only, for noncommercial purposes only, and only so long as attribution is given to the creator.