A organização didática dos professores bilíngues marcada pelo seu habitus

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2177-9309.2022.252801

Palavras-chave:

educação de Jovens e adultos, campo, ostensivos, surdos

Resumo

O objetivo desse estudo é identificar na organização didática dos professores bilíngues (surdos e ouvintes) da mesma escola, com abordagem bilíngue para surdos, se apresentariam escolhas diferentes de ostensivos, particularmente relacionados às suas especificidades. Para empreender essa identificação apoiamo-nos nas noções de habitus e de campos propostas por Pierre Bourdieu, e também em alguns elementos da Teoria Antropológica do Didático de Yves Chevallard, em especial as noções de organizações matemática e didática, e de objetos ostensivos e não ostensivos. Percebemos que, as organizações didáticas, dos professores bilíngues (surdos e ouvintes), estão próximas da explicação de Bourdieu a respeito de habitus, ou seja, da incorporação de uma determinada estrutura social pelos indivíduos, influindo em seu modo de sentir, pensar e agir.

Biografia do Autor

Nadjanara Ana Basso Morás, Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR)

Possui graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2004) e graduação em Letras/Libras - Bacharelado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2021); mestrado em Ensino pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2018); doutorado em andamento no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Educação Matemática ? Mestrado/Doutorado pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (2019). Atualmente, sou professora da Secretaria da Educação do Estadual do Paraná e da Secretaria da Educação do Município de Foz do Iguaçu, na Escola Bilíngue para Surdos Lucas Silveira/APASFI. Pesquisadora no grupo de pesquisa Grupo de Estudos e Pesquisas em Didática da Matemática (GEPeDiMa), no grupo de pesquisa Grupo de Estudos e Pesquisas em Surdez e Ensino de Matemática (GEPSEM), e Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa, Ensino e Didática das Ciências, Matemática e Tecnologias (NIPEDICMT). Integrante do GT13 da Sociedade Brasileira de Educação Matemática: Diferença, Inclusão e Educação Matemática. Pesquiso na área da Educação Inclusiva, Educação Matemática Inclusiva e Educação de alunos surdos.

Clélia Maria Ignatius Nogueira, Universidade do Oeste do Paraná (Unioeste); Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR)

Possui graduação em Licenciatura Em Matemática, mestrado em Matemática e doutorado em Educação. Professora  Universidade Estadual de Maringá- UEM e do Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Educação Matemática - PPGECEM da Universidade do Oeste do Paraná - Unioeste e docente permanente do Programa de Pós-graduação em Educação Matemática - PRPGEM, da Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR. Atua na área de Educação Inclusiva, com pesquisas nas áreas de Educação Matemática e Educação de Surdos e em Epistemologia Genética. 

Luiz Marcio Santos Farias, Universidade Federal da Bahia

Professor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências Prof. Milton Santos (IHAC) da Universidade Federal da Bahia-UFBA, da Faculdade de Educação da UFBA e do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBA/UEFS. Graduado em Matemática (UFBA/UCSAL), Pós-graduado em Didática e Metodologia do Ensino Superior(EEAB), Mestre(UJF-França) e Doutor (UM2-França) em Didática das Ciências e Matemática. Tem experiência na área de Didática das ciências com ênfase em Formação de professores que lecionam Matemática; pesquisa e desenvolvimento de dispositivos e situações didáticas para o ensino das ciências com enfase em tecnologias educacionais; análise de praxeologias; Inclusão; Teoria Antropológica do Didático-TAD; Teoria da Ação conjunta entre professor e estudantes; Jogos sérios; Etnomatemática, interculturalidade e saberes africanos e das diásporas africanas para enfrentamento do racismo. 

Referências

BOURDIEU, P.; PASSERON, J. A reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.

BOURDIEU, P. Coisas ditas. São Paulo: Brasiliense, 2004a.

BOURDIEU, P. Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: UNESP, 2004b.

BOURDIEU, P. Lições de aula. São Paulo: Ática, 2003.

BOURDIEU. P. Economia das Trocas Linguísticas. In: ORTIZ, R. (Org.). Pierre Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Ática, 1994. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, v.39).

BOSCH, M.; CHEVALLARD, Y. La sensibilité de l’activité mathématique aux ostensifs. Objet d’estude et problematique. Recherches em Didactique des Mathématiques. Grenoble: La Pensé Sauvage-Éditions, v.19, n. 1, p. 77-124, 1999.

BRASIL. Decreto n° 5.626 de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436 de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras e o art. 18 da Lei n° 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Brasília, Distrito Federal, 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em: 05 abr. 2021.

CHEVALLARD, Yves. L’analyse des pratiques enseignantes en théorie anthropologique du didactique. Recherches en didactique des mathématiques, Grenoble, Éditions La Pensée Sauvage, v. 19, n. 2, p. 221-266, 1999. Disponível: https://revue-rdm.com/1999/l-analyse-des-pratiques/. Acesso em: 05 jun. 2021.

CHEVALLARD, Y. Aspectos problemáticos de la formación docente. Conferencia impartida en las XVI Jornadas del Seminario Interuniversitario de Investigación en Didáctica de las Matemáticas (SI-IDM), Escuela de Magisterio de Huesca, Universidad de Zaragoza, 2001.

CHEVALLARD, Y. Approche anthropologique du rapport au savoir et didactique des mathématiques. In: MAURY, S.; CAILLOT, M. (Ed.). Rapport au savoir et didactiques. Paris: Éditions Fabert, 2003. p. 81-104.

QUADROS, R. M. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação/ Superintendência da Educação. Instrução nº 10/2018 – SUED/SEED. Estabelece critérios para a organização das Escolas Bilíngues para Surdos no Sistema Estadual de Ensino. Paraná, 2018. Disponível em: http://www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/instrucoes/2018/instrucao_102018.pdf. Acesso em: 05 abr. 2021.

PIMENTA, N.; QUADROS, R. M. Curso de Libras 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006.

Downloads

Publicado

2022-08-24

Como Citar

Morás, N. A. B., Nogueira, C. M. I., & Farias, L. M. S. (2022). A organização didática dos professores bilíngues marcada pelo seu habitus. Em Teia | Revista De Educação Matemática E Tecnológica Iberoamericana, 13(2), 320–336. https://doi.org/10.51359/2177-9309.2022.252801

Edição

Seção

ARTIGOS