A lei 13.415/2017 e o lugar da geografia escolar na estrutura curricular do ensino médio

Autori

DOI:

https://doi.org/10.51359/2594-9616.2020.245116

Parole chiave:

Lei 13.415, Currículo, Ensino Médio, Geografia Escolar

Abstract

Este estudo objetiva analisar os impactos da Lei 13.415/2017, que reformulou a Lei 9.394/1996 e instaurou o chamado “Novo Ensino Médio”. Atenta para a questão da estrutura curricular proposta por ela para essa etapa do ensino e como nessa estrutura a Geografia aparece contemplada. A análise toma a própria Lei como instrumento de investigação empírica, constituindo-se a partir de uma abordagem qualitativa e documental. No campo das ideias, fundamenta-se nas teorias críticas da Educação e da Geografia. Conclui-se que a reforma curricular estabelecida pela Lei 13.415/2017, ao tornar a Geografia Escolar matéria optativa no currículo do Ensino Médio, poderá empobrecer a formação dos jovens brasileiros das classes populares, interditando as suas possibilidades de fazer a leitura crítica do mundo através do espaço geográfico, o que limitará a sua ação política em seus contextos espaciais. No geral, a desobrigação curricular da Geografia é parte do caráter “minimalista, dual e desigual” que caracteriza essa reforma educacional. Por outro lado, expressa as tendências pedagógicas pragmáticas coincidentes com os postulados neoliberais vigentes atualmente na educação nacional.

 

Biografia autore

Paulo Sérgio Cunha Farias, Universidade federal de Campina Grande-UFCG

Professor associado I da Unidade Acad~emica de Educação do Centro de Humanidades da Universidade federal de Campina Grande

Riferimenti bibliografici

AZEVEDO, J. M. L. A educação como política pública. Campinas-SP: Autores Associados, 1997.

BIANCHETTI, R. G. Modelo neoliberal e políticas educacionais. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

BRASIL. Lei n. 13.415, de fevereiro de 2017. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Disponível em http//www.planalto.gov.br. Acesso em01 de junho de 2017.CASTILHO, D. Reforma do Ensino Médio: desmonte na educação e inércia do enfrentamento retórico. In: PragmatismoPolítico. Disponível emhttps://www.pragmatismopolitico.com.br.Acessoem 28 de maio de 2017

CHAUÍ, M. Sociedade brasileira: autoritarismo por todos os lados. Entrevista. In: Revista Cult, ano 19, n. 209, Fevereiro/2016.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Entrevista. In: Portal de Periódicos da Fiocruz. 2016a. Disponível em periódicos.fiocruz.br/pt/gov/gaudencio-frigotto. Acesso em 01 de Junho de 2017.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Reforma de ensino médio do (des)governo de turno: decreta-se uma escola para os ricos e outra para os pobres. 2016b. Disponível em www.anped.org.br. Acesso 01 de junho de 2017.

FRIGOTTO, G & CIAVATTA, M. Educar o trabalhador produtivo ou o ser humano emancipado? In: Trabalho, Educação e Saúde, 1(1); 45-60 p, 2003.

GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. Volume 2. Tradução de Carlos Nelson Continho. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006

LACOSTE, Y.A geografia isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra.Tradução de Maria Cecília França. 4. ed. Campinas: Papirus, 1997.

MÉSZÁROS,I. Educação para além do capital. 2. ed.São Paulo: Boitempo, 2008.(Mundo do trabalho).

PAINS, C; ALVIM, M. & MARIZ, R. Ausência de História e Geografia no novo ensino médio gera apreensão.In:O globo. Disponível em https://oglobo.globo.com. Acessoem01 de maio de 2017.

PEREZ, C. L. V. Leituras de mundo/leituras de espaço: um diálogo entre Paulo Freire e Milton Santos. In: GARCIA, R. L (org.). Novos olhares sobre a alfabetização. São Paulo: Cortez. 2001.

ROSSI, M. Reforma do Ensino Médio é aprovada no Senado. In: El País Brasil. Disponível em https://brasil.elpais.com. Acessoem 01 de maio de 2017.

SANTOS, M.Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo: Hucitec, 1997.

SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1999.

Pubblicato

2020-09-09

Come citare

Farias, P. S. C. (2020). A lei 13.415/2017 e o lugar da geografia escolar na estrutura curricular do ensino médio. Revista Ensino De Geografia (Recife), 3(2), 1–18. https://doi.org/10.51359/2594-9616.2020.245116