Os Desafios no Uso de Tecnologias na Governança Eletrônica: o que diz a produção acadêmica nacional?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21714/1679-18272019v17Esp.p134-148

Palavras-chave:

Governança eletrônica, Governo eletrônico, Administração pública, Tecnologia da informação e comunicação

Resumo

Um passo decisivo para o aprofundamento nos estudos sobre as práticas de governança eletrônica na administração pública é a investigação da produção acadêmica sobre a temática, de modo que se possa elaborar uma visão sistematizada do que diz a academia brasileira. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi analisar a produção acadêmica nacional acerca do uso das tecnologias nas práticas de governança eletrônica no âmbito da gestão pública. Foi realizada uma revisão sistemática da literatura e os resultados apontaram diversos desafios, entre os quais a  subutilização do potencial interativo do ambiente virtual, a desigualdade entre os cidadãos na acessibilidade aos portais públicos, a discrepância entre os diferentes municípios no que se refere à infraestrutura e à apropriação das TICs, a inobservância de diversos aspectos  da  Lei de Acesso à Informação - LAI. Conclui-se que os desafios identificados se referem, principalmente, a aspectos contextuais nos quais o ritmo da mudança dos gestores públicos e a mobilização dos cidadãos encontram-se, muitas vezes, em descompasso com as possibilidades tecnológicas contemporâneas.

http://dx.doi.org/10.21714/1679-18272019v17Esp.p134-148

Biografia do Autor

Mirella Patrícia Bonfim Neves, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Estudante de Administração pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Maria Iraê de Souza Corrêa, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1983), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (2007) e doutorado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (2013). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Tem experiência na área de Administração, principalmente nos seguintes temas: mobilidade urbana, sistemas tecnológicos e comportamento organizacional. Integra como pesquisadora o Grupo de Pesquisas Laboratório de Estudos Urbanos e Política da Mobilidade - MOBIS - da Universidade Federal de Pernambuco e o Grupo de Pesquisa Administração da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Angela Cristina Rocha de Souza, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Professora associado I da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Doutora e Mestre em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e graduada em Engenharia Química pela mesma instituição. Especialista em Administração Financeira pela Faculdade de Administração de Pernambuco/UPE. Atualmente, é pesquisadora do Grupo de Pesquisas Laboratório de Estudos Urbanos e Política da Mobilidade - MOBIS - da Universidade Federal de Pernambuco e do Grupo de pesquisa Administração da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Ionete Cavalcanti de Moraes, Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

Possui graduação em Administração de Empresas pela Universidade Federal da Paraíba (1991), mestrado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (2004), e Doutorado em Administração pela Universidade Federal de Pernambuco (2013). Atualmente é professora Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Comportamento Organizacional, atuando principalmente nos seguintes temas: mentoria e aprendizagem organizacional. Participa do Grupo de pesquisa Administração-UFRPE. 

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Publicado

2020-04-03

Edição

Seção

Edição Especial: VIII Simpósio Brasileiro de Tecnologia da Informação (2019)