Percepção docente sobre o Ensino Remoto Emergencial e conexões com o processo de Reconfiguração Digital da Escola
DOI:
https://doi.org/10.51359/2177-9309.2024.263364Palavras-chave:
Tecnologias digitais, dinâmica e estrutura escolar, renovação pedagógicaResumo
As limitações e baixo impacto das políticas e outras iniciativas, destinadas à Reconfiguração Digital das escolas e redes de ensino, tornaram-se mais explícitas com a adoção compulsória do Ensino Remoto Emergencial – ERE durante o período pandêmico. Diante desse cenário e percepção, este estudo é parte de uma pesquisa sobre o processo de Reconfiguração Digital das escolas a partir dos movimentos de adequação e potencialização das redes municipais de ensino, tendo como contexto mobilizador o ERE. Nessa conjuntura, o artigo tem como objetivo analisar contextualmente o ERE a partir de percepções de professores considerando como campo de intervenção e análise a Rede Municipal de Ensino do Paulista, em Pernambuco. As opções metodológicas adotadas envolveram questionários digitais, enquanto instrumentos de coleta, aplicados a partir da mobilização de equipes gestoras, que garantiram disponibilização por mídias digitais oficiais, com a intenção de potencializar o alcance e garantir a consistência da amostra. Diante dessa contextualização, pavimenta-se viés teórico pelos Estudos Culturais, à medida que explicita-se o modus operandi da condução do movimento metodológico que posteriormente é amparada e refletida através de criticidade em resultados e discussão ancorados em percepções docentes sobre o ERE e indicativos para formulação de políticas públicas futuras. Como resultados destacamos, a partir da percepção docente, as limitações pedagógicas das estratégias adotadas, subutilização de recursos tecnológicos digitais e aderência dos profissionais aos movimentos de formação e acompanhamento. Indicativos de que, apesar dos esforços emergenciais, as experiências construídas não possuíram a força necessária para contribuir na reconfiguração digital da rede de ensino.
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