Escritas de Mulheres: confissões de condição e emancipação da mulher em A Mulher Desiludida, de Simone de Beauvoir
Palavras-chave:
Escrita da mulher, Crítica feminista, Escrita de si, A Mulher DesiludidaResumo
Desde o nascimento, a mulher é exposta a imposições do patriarcado. Enquanto o homem é criado para o trabalho formal e para o espaço público, a mulher é criada para o privado, o casamento e a maternidade. Sendo assim, o objetivo deste artigo é analisar a questão da conquista da emancipação da mulher diante de uma sociedade patriarcal, no conto A Mulher Desiludida, de Simone de Beauvoir (2015). Com fundamentos teóricos baseados na história e condição das mulheres brancas em Perrot (2006) e em Beauvoir (2016); de gêneros confessionais em Foucault (1992) e Lejeune (2008) e na escrita da mulher em Woolf (2014); Castello Branco; Brandão (2004); Rich (1982) e Showalter (1977), a análise segue para questões de opressão e de independência e emancipação da mulher, e em como é importante a construção de uma identidade feminina para a liberdade, numa pesquisa bibliográfica sob a perspectiva da crítica feminista em literatura. O conto A Mulher Desiludida (BEAUVOIR, 2015) vai explorar o aspecto do casamento e da maternidade, a partir das vivências de uma mulher de 44 anos, traída e totalmente dependente emocional e financeiramente do marido. A partir do sofrimento da traição, a narradora-personagem Monique revela desde a autopunição e autodepreciação à busca de emancipação. Além disso, os resultados apontam para a culpa da vítima e para a vitimização do opressor. Assim, percebemos que a escrita de mulheres para mulheres pode desencadear a busca pela liberdade para outras, a partir desse compartilhar de experiências.Referências
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