On critique and therapy, normativity and Kant (!)

Comments on Filipe Campello, Crítica dos afetos (São Paulo: Autêntica, 2022)

Authors

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.264191

Keywords:

tarefas da crítica, Reconstrução, Colonialismo, racismo, escravização, justificação normativa

Abstract

Critique of the Affections seeks to position the affections as the object of social criticism and defend their role in diagnosing injustice and correcting the perspective of justice. In the following commentary, I reconstruct the work's argument and raise a number of questions. As well as (1) accusing Campello of having incurred in the metacritical obsession he condemns, I question the "therapeutic" intention he envisages for his critical theory. Next, (2) I turn to the meanings of norm and normativity. I point out that the work oscillates between the proposal to reconstruct the grammar of social practices (pre-discursive level) and the reconstruction of accounts and discourses themselves. I also question a terminological use of the approach presented as "first-order justice" and, above all, I question the provenance and status of the normative criteria. Finally, (3) I question a set of assertions about Kantian philosophy. By highlighting Kantian public law and alluding to the role of feelings and affections in Kant's practical philosophy, I suggest that it could be an ally rather than an opponent of Campello's more general project.

References

ADORNO, Theodor W.; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução: Guido Antônio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.

ARENDT, Hannah. “De Hegel a Marx” [1951]. Em A promessa da política, Tradução: Pedro Jorgensen Jr., 118–30. Rio de Janeiro: Difel, 2008.

ARENDT, Hannah. Sobre a revolução. Tradução: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras, [1963] 2011.

ARENDT, Hannah. “The Concept of History: Ancient and Modern”. Em Between Past and Future: Eight Exercises in Political Thought, 41–90. Viking Press, 1968. [Ed. bras.: Entre o passado e o futuro. Tradução: Mauro W. Barbosa. São Paulo: Perspectiva, 2018].

BENHABIB, Seyla. Critique, Norm, and Utopia: A study of the foundations of critical theory. New York: Columbia University Press, 1986.

BUCK-MORSS, Susan. “Hegel e Haiti”. Tradução: Nascimento Sebastião. Novos estudos CEBRAP, [2000] 2011, 131–71. https://doi.org/10.1590/S0101-33002011000200010.

CAMPELLO, Filipe. Crítica dos afetos. Belo Horizonte: Autêntica, 2022.

DE CAUX, Luiz Philipe. A imanência da crítica: estudo sobre os sentidos da crítica na tradição frankfurtiana. São Paulo: Loyola, 2021.

FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba, [1952] 2008.

FLECK, Amaro de Oliveira. “As desventuras da crítica imanente”. Cadernos de Filosofia Alemã: Crítica e Modernidade 27, no 2 (20 de dezembro de 2022): 87–98. https://doi.org/10.11606/issn.2318-9800.v27i2p87-98.

FRICKER, Miranda. Epistemic Injustice: Power and the Ethics of Knowing. Oxford: Oxford University Press, 2009. [Ed. bras.: Injustiça Epistêmica: O poder e a ética do conhecimento. Tradução: Breno R. G. Santos. São Paulo: Edusp, 2023].

HABERMAS, Jürgen. “Ética do discurso – Notas para um programa de fundamentação”. Em Consciência moral e ação comunicativa. Tradução: Rúrion Melo, 87–192. São Paulo: Unesp, [1983] 2023.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Enciclopédia Das Ciências Filosóficas. Tradução: Paulo Meneses. São Paulo: Loyola, [1830] 1995.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da história. Tradução: Maria Rodrigues, Hans Harden, e Georg Wilhelm Friedrich Hegel. 2. ed. Brasilia: Editora Universidade de Brasilia, 2008.

HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Vorlesungen über die Philosophie der Geschichte. Editado por Eva Moldenhauer e Karl Markus Michel. 1. ed. Werke 12. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1986.

JASPERS, Karl. A questão da culpa: A Alemanha e o Nazismo. Tradução: Claudia Dornbusch. Todavia, [1946] 2018.

KANT, Immanuel. À paz perpétua: Um projeto filosófico. Tradução: Bruno Cunha. Petrópolis: Vozes, [1795] 2020.

KANT, Immanuel. Crítica da faculdade de julgar. Tradução: Fernando Costa Mattos. Petrópolis: Vozes, [1790] 2016.

KANT, Immanuel. Metafísica dos costumes. Tradução: Clélia A Martins, Bruno Nadai, Kosbiau Diego, e Monique Hulshof. Petrópolis: Vozes, [1797] 2013.

KANT, Immanuel. O conflito das faculdades. Tradução: André Rodrigues Ferreira Perez e Luiz Gonzaga Camargo Nascimento. Petrópolis: Vozes, [1798] 2021.

KLEINGELD, Pauline. “Kant’s Second Thoughts on Colonialism”. Em Kant and Colonialism: Historical and Critical Perspectives, organizado por Katrin Flikschuh e Lea Ypi, 44–67. Oxford University Press, 2014.

LOPES, Ana Claudia. “Norma e utopia: a transformação da ética do discurso na teoria crítica de Seyla Benhabib”. Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, 2019. Disponível em: https://repositorio.unicamp.br/acervo/detalhe/1091635. Acesso em: 26/01/2024.

MORI, Massimo. A paz e a razão: Kant e as relações internacionais: direito, política, história. Tradução: Fernando Soares Moreira. São Paulo: Loyola, 2012.

NADAI, Bruno. Progresso e moral na filosofia da história de Kant. São Bernardo do Campo: Editora UFABC, 2017. Disponível em: https://books.scielo.org/id/y3tvp/pdf/nadai-9788568576885.pdf. Acesso em 26/01/2024.

TERRA, Ricardo Ribeiro. “Pensar por si mesmo e uso público da razão: Kant e a Universidade nos limites da razão”. Studia Kantiana 18, n. 2 (2020): 19–36. https://doi.org/10.5380/sk.v18i2.90173.

TROUILLOT, Michel-Rolph. Silencing the Past: Power and the Production of History. Boston: Beacon Press, 1995. [Ed. bras.: Silenciando o passado: poder e a produção da história. Tradução: Sebastião Nascimento. Curitiba: Huya, 2016].

Published

2024-09-19

Issue

Section

Crítica dos afetos