A filosofia política neoplatônica de Juliano, o rei-filósofo
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.249939Palabras clave:
Imperador Juliano, Império Romano, leis, neoplatonismo de Plotino, rei-filósofoResumen
O objetivo deste artigo é apresentar a influência do pensamento de Plotino na filosofia política do imperador romano Juliano, entre os anos de 361 a 363. A metodologia consiste em selecionar trechos das obras de Juliano Misopogon e Cartas y fragmentos que possam indicar a influência das ideias da Enéada de Plotino no discurso proferido pelo imperador para legitimar o seu poder político. Juliano argumenta que as leis do império foram criadas pelos deuses para a organização da vida humana, de modo que a obediência aos deuses necessariamente requer uma obediência a essas leis. De acordo com Juliano, o conhecimento ou epistéme sobre as leis do império é condicionado à fuga da realidade sensível em nome da realidade espiritual, em que o governante sábio também precisa transcender o corpo para conhecer e obedecer às leis divinas. Assim, após a análise dos argumentos de Juliano busca-se refletir sobre a viabilidade do sistema político adotado por ele, principalmente se for considerada a recepção de suas ideias pelos governantes do século XX em diante.Citas
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