Roland Barthes e Carlito Azevedo nas bordas da escrita
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2023.258927Palabras clave:
Roland Barthes, Carlito Azevedo, ruína, luto, limites da linguagemResumen
Em Diário de luto (2009), Roland Barthes recolhe os fragmentos dos seus dias atingidos pela dor da perda de sua mãe, em 1977. Através e atravessado pela escrita, ele não apenas encontra uma maneira de lidar com seu sofrimento, mas também resgata o sujeito do esgarçamento provocado por essa perda. A linguagem dramatiza a dilaceração do indivíduo e, assim, reconfigura as instâncias do discurso em que ele se reconstrói. Carlito Azevedo, em seu poema “H.”, do livro Monodrama (2009), também tematiza a morte da mãe. Neste caso, o sujeito lírico se embrenha nas frechas da dor por meio da linguagem poética, que reconstitui e mobiliza as referências da formação do poeta em face da perda de quem o gerou. O artigo pretende, assim, comparar e discutir os modos e as tensões nos textos de Barthes e Carlito para não sucumbir diante da dor e se manterem nas bordas da escrita, em que gêneros e gestos se dissolvem.Citas
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