Notas sobre o corpo em Frantz Fanon
a epidermização do racismo anti-negro
DOI:
https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.259273Palabras clave:
Frantz Fanon, corpo, epidermização do racismoResumen
Sendo particularmente conhecido por conta dos seus escritos acerca da questão do colonialismo e de suas implicações para as populações periféricas, em especial para os negros, Frantz Fanon deixou um legado enquanto obra que já denunciava as mazelas que o imperialismo havia engendrado para toda uma população. Dos estudos sobre a dimensão psicológica do sujeito assimilado pela brancura, passando pelos escritos sobre a questão clínica e chegando sobre a crítica ao colonialismo no âmbito político, econômico e subjetivo, sua obra perpassa por uma série de discussões contemporâneas, donde destacamos o problema do racismo como marcador diverso. Só que, uma questão que é abordada pelo autor, mas ainda pouco explorada em literatura, diz respeito a dimensão corpórea do racismo, em especial à compreensão de corpo no texto fanoniano. O corpo negro naturalizado já era atravessado na realidade pelos maniqueísmos de branco e negro, superior e inferior e tantos outros criados pelo eurocentrismo narcísico desde a consolidação da prática da violência racial e colonial dotadas de lógica própria. Tendo isso em vista, este é um artigo que tem o objetivo de trazer notas sobre o corpo nos estudos fanonianos, crítico original a esse estado de coisas. Em poucas palavras, o que é o corpo em Fanon? Qual a dimensão da corporeidade para realização do sujeito na sociedade frente ao que se apreende de seu corpo? No intermédio disso, é proposta a hipótese de que Fanon tem dois patamares distintos em seu desenvolvimento argumentativo: o da descrição maniqueísta e o do humanismo radical. Para tanto, foi feita pesquisa bibliográfica das obras consolidadas de Fanon e da literatura especializada a seu respeito.
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