O Direito para Judith Butler

poder, sobrevivência; transformação

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.51359/2357-9986.2024.263326

Palabras clave:

direito, poder, sobrevivência, transformação, performatividade

Resumen

Neste artigo, examinarei as ideias de Judith Butler sobre o direito. A tarefa não é trivial, já que a filósofa estadunidense muito escreveu sobre ética e política, mas não desenvolveu de forma detalhada suas ideias acerca do campo jurídico. Buscarei organizar seus argumentos por meio da proposição de três figuras em que apresenta o direito: poder, sobrevivência e transformação. Considerando que Butler, desde o início de sua trajetória, ressalta as ambivalências daquele campo; não pensarei as três figuras de maneira estática, mas as reconstruirei com base em ênfases em determinados papéis que o direito pode vir a desempenhar em contextos diversos. Tentarei defender, ao final, que certas normas jurídicas podem ter uma relação peculiar com a ética na medida em que asseguram a possibilidade de contestar e, potencialmente, desfazer o próprio direito.

Citas

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa. Brasília, DF: Presidência da República, 2023. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 22/01/2024.

BRASIL. Lei nº 13.260, de 16 de março de 2016. Regulamenta o disposto no inciso XLIII do art. 5° da Constituição Federal, disciplinando o terrorismo, tratando de disposições investigatórias e processuais e reformulando o conceito de organização terrorista; e altera as Leis nos 7.960, de 21 de dezembro de 1989, e 12.850, de 2 de agosto de 2013. Diário Oficial da União, n. 52-A, seção 1, p. 1, 17 mar. 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm

» http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2016/Lei/L13260.htm

BUTLER, Judith. “Critically queer”. GLQ: A Journal of Lesbian and Gay Studies, 1(1), 1993b,17-32.

BUTLER, Judith. Excitable Speeches. New York: Routledge, 1997.

BUTLER, Judith. Gender Trouble: Feminism and the Subversion of Identity. New York & London: Routledge, 1999

BUTLER, Judith. Antigone´s Claim: Kinship between Life and Death. New York: Columbia, 2000.

BUTLER, Judith. “What is Critique? An Essay on Foucault’s Virtue”. In: INGRAM, David: The Political: Readings in Continental Philosophy. London: Basil Blackwell, 2002.

BUTLER, Judith. Undoing Gender. New York & London: Routledge, 2004a.

BUTLER, Judith. Precarious Life: The Powers of Mourning and Violence. New York & London: Verso, 2004b.

BUTLER, Judith. Frames of War: When is Life Grievable? New York & London: Verso. 2009a.

BUTLER, Judith. “Antigone’s Claim: A Conversation With Judith Butler”. Entrevista concedida a Pierpaolo Antonello e Roberto Farneti. Theory & Event. V 12, n 1, 2009b.

BUTLER, Judith. Parting Ways. Jewishness and the Critique of Zionism. New York: Columbia, 2012

BUTLER, Judith. Disposession: the Performative in the Political: Conversations with Athena Athanasiou. Cambridge: Polity. 2013

BUTLER, Judith. Notes Towards a Performative Theory of Assembly. Harvard Universty Press, Cambridge & London, 2015

BUTLER, Judith & DAVIS, Angela. “On equality: Judith Butler and Angela Davis in Conversation. Oakland Book Festival, 2017. Vídeo disponível no link: https://www.youtube.com/watch?v=5IYpk1Zj-SU&t=4s. Último acesso em 22/01/2025

BUTLER, Judith. “When Killing Women isn´t a Crime. Entrevista concedida a George Yancy. The New York Times, 10 de jul, 2019. Dispinível em: https://www.nytimes.com/2019/07/10/opinion/judith-butler-gender.html. Último acesso em 22/01/2024

BUTLER, Judith. The Force of Nonviolence: An Ethico-Political Bind. New York & London: Verso, 2020a.

BUTLER, Judith. Sin miedo: Formas de resistencia a la violencia de hoy. Madrid: Taurus, 2020b.

BUTLER, Judith. What World is This? A Pandemic Phenomenology. New York: Columbia, 2022.

EFREM, Roberto. “A reivindicação da violência: gênero, sexualidade e a constituição” da vítima. Cadernos Pagu, 50, 2017.

FISCHER, Mariana Pimentel. “Haveria um déficit agonístico na Teoria de Axel Honneth?”. Dissertatio, 53, 2021. P. 77-100

FISCHER, Mariana Pimentel. “Ler Judith Butler: sujeito, desidentificação, performatividade”. Princípios, v. 21, n 52, 2020, 165-179.

FISCHER, Mariana Pimentel. “A Reconhecibilidade Precede o Reconhecimento? Sobre as críticas de Judith Butler a Axel Honneth”. Dissertatio. V. 47, 2018, p. 203-221.

FONSECA, Márcio. Michel Foucault e o Direito. São Paulo: Saraiva, 2012.

FOUCAULT, Michel. “A Evolução da Noção de “Indivíduo Perigoso” na Psiquiatria Legal do Século XIX”. Ditos e Escritos, Vol V. p. 1- 25. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

KAFKA, Franz. O Processo. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.

Lauretis, Teresa de. “Queer theory: lesbian and gay sexualities”. Differences: a Journal of Feminist Cultural Studies, v. 3,n, 2, 1991, pp. iii-xviii.

LOIZIDOU, Elena. Judith Butler: Ethics, Law, Politics. New York, Routledge-Cavendish, 2007

MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica, 2012.

Rodrigues, Carla, & Vieira, T. Áquila.. “A função política do luto por Marielle Franco”. Cadernos De Gênero E Diversidade, v 6, n 2, 2020, pp 134–150. https://doi.org/10.9771/cgd.v6i2.35003

RODRIGUES, Carla. O luto entre clínica e política:Judith Butler para além do gênero. Belo Horizonte: Autêntica, 2021

UNESCO. Countering online hate speech. UNESCO digital library, 2015. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000233231. Acesso em 30/12/2023

WESTON, Kath. Families We Choose: Lesbians, Gays, Kinship. New York, Columbia UP, 1991

Publicado

2024-07-10

Número

Sección

Dossiê Temático Judith Butler: corpos políticos e políticas da linguagem