NÃO É ILUSÃO! (Um estudo sobre a relação entre humanos, ambiente e técnicas na prática do ilusionismo)

Autor/innen

  • Christianne Silva Galdino UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Abstract

A mágica desafia nossa visão, nossa racionalidade e até a nossa noção de pessoa. Profissão cercada de mistério, o ilusionismo é um lugar privilegiado para analisarmos a relação entre humanos, ambiente e técnicas. E nesse sentido, adotamos como pontos de partida alguns conceitos de autores que redimensionam (e/ou redirecionam) a dicotomia natureza-cultura, trazendo importantes contribuições ao debate antropológico sobre a ‘relação humanos-não humanos’. Ganham destaque aqui os conceitos sobre prática e técnica de Phillipe Descola; a antropologia simétrica defendida por Bruno Latour; e as noções de skill e ‘organismo-pessoa’, desenvolvidas por Tim Ingold. Na busca de entender onde está a ‘essência’ da arte mágica- se no aparelho, na habilidade técnica ou na persona do ilusionista- dialogo também com outros autores do ilusionismo, das artes cênicas e da própria antropologia, onde incluo desde Claude Lévi-Strauss e Manuela Carneiro da Cunha, até textos mais recentes, como o do brasileiro Carlos Emanuel Sautchuk.

Autor/innen-Biografie

Christianne Silva Galdino, UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

Doutoranda em Antropologia no Programa de pós graduação em Antropologia- PPGA, da Universidade Federal de Pernambuco- UFPE. Jornalista (UNICAP -1995), com pós-graduação em Jornalismo Cultural (UNICAP-2006), e Mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento Local- POSMEX, pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), em 2009. Desde 2011 está investindo em mapeamento e pesquisas relacionadas à arte mágica, tendo realizado em 2013 uma pesquisa de campo, entrevistando ilusionistas de algumas cidades do Nordeste brasileiro. Essa investigação foi a base para seu projeto de tese, que está desenvolvendo no Doutorado. Colabora como repórter e crítica em dança na revista Continente Multicultural (Ed.CEPE) desde 2006, em sites especializados e no seu blog http://escritosdedanca.blogspot.com. Autora do livro Balé Popular do Recife: a escrita de uma dança (Ed. Bagaço/Ed. do Autor- 2008) e do título infantil Brasil Africano: FREVO (Ed. Construir, 2009). Atua também como produtora e gestora de eventos e projetos culturais, além de ter participado de importantes comissões de seleção, júris e curadorias especializadas em artes cênicas. De 2010 ao início de 2015, fez parte do corpo docente dos cursos de comunicação social da FACULDADE JOAQUIM NABUCO (Grupo Ser Educacional). Entre agosto de 2011 e fevereiro de 2013 atuou como Gerente de Serviços de Dança da Fundação de Cultura Cidade do Recife.

 

Literaturhinweise

BOLOGNESI, Mario Fernando. Circo e Teatro: aproximações e conflitos. In: Revista Sala Preta. V. 6, nº 1, Universidade de São Paulo, Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas- PPGAC. São Paulo: 2006.
CUNHA, Manuela Carneiro da. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009.
DESCOLA, Philippe. In the society of nature: a native ecology in the Amazonia. Cambridge, Cambridge University Press, 1994.
__________________Más allá de la naturaleza y la cultura. (S/D) Publicado por Jardín Botánico de Bogotá José Celestino Mutis, 2005.
GALDINO, Christianne. Mágica: um mundo de ilusão. In Revista Continente, nº 151, Ano XIII. Recife: Ed. CEPE, 2013.
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LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: ed. 34, 1994.
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LÉVI-STRAUSS, Claude. Mito e Significado. Lisboa: Edições 70, 1987.
_____________________O Pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989.
OLIVEIRA, Martins. Magia do Século XX. Porto: Editora e Livraria Progredior, 1962.
SAUTCHUUK, Carlos Emanuel. O Arpão e o Anzol: técnica e pessoa no estuário da Amazônia (Vila Sucuruju, Amapá). Universidade de Brasília- UNB, 2007.

Veröffentlicht

2016-06-20