Homens Negros, Negro Homem: a perspectiva de um feminismo negro
Abstract
Masculinidades negras tem aparecido recorrentemente em discussões públicas e pesquisas acadêmicas em leituras que parecem girar em torno de lugares analíticos opostos. De um lado, ressalta-se a potência social/sexual, certos privilégios sociais limitados e representações de não-humanidade simbólica. De outro lado,impotência social, privilégios subordinados, e representações de quase-humanidade simbólica. Estas leituras, na presente interpretação, não deixam de ser produtivas, pois ainda são necessárias porque ajudam a suscitar a ambivalência das masculinidades vividas por homens negros em sociedades erquidas na dominância, estruturadas nas desigualdades de gênero e constituidas por processos múltiplos de diferenciação racial. Entretanto, ao registrar um conjunto de leituras analíticas de feministas negras sobre masculinidades e homens negros, pretendo registrar que algumas destas análises feitas por estas feministas nos ajudam a fazer inflexões que ajudam a avançar em uma compreensão não-dicotômica acerca destas masculinidades, vistas como processos de socialização e de constituição de sujeitos políticos complexos.
Riferimenti bibliografici
AWKWARD, Michael. 2001. A Black Man's Place in Black Feminist Criticism. Traps: African American Men on Gender and Sexuality. (orgs.) BYRD, Rudolph & GUY-SHEFTALL, Beverly. Indiana University Press, pp. 223-235.
BOBBIO, Norberto. 2002. Política. In: BOBBIO, Noberto; MATEUCCI, Nicola.; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 12. ed. Brasília: Editora da UnB, p. 954-962.
BHABHA, Homi K. 2007. O Local da Cultura. Belo Horizonte: EDUFMG.
BRAH, Avtah. 1996. Cartographies of Diaspora. Contesting identities. Routledge, London.
CASHMORE, Ellis. 2000. Dicionário de Relações Étnicas e Raciais. São Paulo: Selo Negro.
CARNEIRO, Sueli. 2013. Novas Perspectivas para a Militância Feminista e os Rumos do Feminismo Negro na América Latina (Debate). In: Anais do Festival da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha , Brasilia.. Brasilia: Grio, p. 175-183.
________________. 1995. Defining Black Feminism. In: Connecting Across Cultures and Continents: Black Women Speak Out on Identity, Race and Development, Ed. Achola O. Pala,. New York: United Nations Development Fund for Women. p. 11–18.
CONNEL, R. W. 2000. The Men and The Boys. University Of California Press.
_____________. 1997. La Organización Social de La Masculinidad. In: VALDÉS, T. & OLAVARRÍA, J. (Orgs.). Masculinidad/es, Poder y Crisis. Flacso, Chile, pp. 31-48.
COLLINS, Patricia H. 1986. Learnig from the Outsider Within: the Sociological Significance of Black Feminist Thought. Social Problems, v. 33, n. 6, (Oct.-Dec.), p. 14-32.
_________________. 1998. Intersections of race, class, gender, and nation: some implications for black family studies. Journal of Comparative Family Studies. 29.1 Spring, p 27-34.
_________________. 2000a. Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment. New York: Routledge.
_________________. 2000b. Gender, Black Feminism, and Black Political Economy. In: ANNALS of the American Academy of Political and Social Science, n. 568: v. 41.
_________________. 2004. Black Sexual Politics: African Americans, Gender and the New Racism. New York: Routledge.
CRENSHAW, Kimberle. 1993. Mapping the Margins: Intersectionality, Identity Politics, and Violence Against Women of Color. Stanford Law Review, vol. 43, n. 124.
COATES, Ta-Nehisi. 2015. Between the World and Me. New York: Spiegel & Grau.
IKARD, David. 2002. “Love Jones: A Black Male Feminist Critique of Chester Himes's If He Hollers Let Him Go”. African American Review, vol. 36, n. 2.
FANON, Frantz. 2008. Pele Negra, Máscaras Brancas. Rio de Janeiro. Edufba.
FIALHO, Fabrício. 2015. Uma critica ao conceito de masculinidade hegemonica, 2006. Disponível em: http://www.ics.ul.pt/publicacoes/workingpapers/ wp2006/wp2006_9.pdf. Acesso em: 10 jan.
FIGUEROA-PEREA, Juan. 2004. La Representación Social de los Varones en Estudios sobre Masculinidades y Reproducción: un muestrario de reflexiones In: MEDRADO, B. et al. (Orgs.). Homens: tempos, praticas e vozes. Recife: Instituto Papai/Fages/Nepo/Pegapacapá, p.22-34.
FOUCAULT, Michel. 1977. What is an Author?. In: Language, Counter-Memory: Selected Essays and Interviews. BOUCHARD, Donald F. (Org.). Ithaca, New York: Cornell University Press, pp. 113-138.
GATES Jr. Henry Louis. 2001. Thirteen Ways of Looking at a Black Man. Traps: African American Men on Gender and Sexuality. (orgs.) BYRD, Rudolph & GUY-SHEFTALL, Beverly. Indiana University Press, pp. 223-235.
GILROY, Paul. 2001. O Atlântico Negro: modernidade e dupla consciência. São Paulo: Editora 34; Rio de Janeiro: Universidade Cândido Mendes, C. E. Afro-Asiáticos.
_________ 2007. Entre Campos: Nações, Culturas e o fascínio da Raça. São Paulo, Annablume.
HALL Stuart. 1980. Race, Articulation and Societies Structured in Dominance. In Sociological Theories: Race and Colonialism. Paris: UNESCO, p. 305-345.
___________. 1997.(org.) The Work of Representation. In: Representation: Cultural Representations and Signifying Practices. London, Sage Publications, pp. 15-63.
____________. 2009. Que “negro” é esse da cultura negra? In: Da Diáspora: identidades e mediações culturais. Liv Sovik (Org.). Belo Horizonte, Editora UFMG.
hooks, bell. 1989. Talking back: thinking feminist, thinking black. Boston: South End Press.
______. 1990. Postmodern Blackness. In: Yearning: Race, Gender, and Cultural Politics. Boston: South End P, pp: 624-631.
______. 1991. Essentialism and Experience. In: American Literary History, v. 3, n. 1, p. 172-183.
______. 1992. Black Looks: race and representation. Boston: South End Press.
______. 1993. A Revolution of Values: The promise of Multi-Cultural Change, In: The Journal of Midwest Modern Language Association, vol. 26, n. 1, pp. 4-11.
______. 1995. An Aesthetic of Blackness: Strange and Oppositional, In: Lenox Avenue: A Journal of Inter-Arts Inquiry, vol. 1, pp. 65-72.
______; 1996. McKINNON, Tanya. Sisterhood: Beyond Public and Private, In: Signs: Feminist Theory and Practice, Vol. 21, n. 4, (Summer), pp. 814-829.
______. [1984] 2000. Feminist Theory: from margin to center. New York: South and Press, 2ª Ed.
______. 2000a. Where we stand: class matters. New York: Routledge.
______. 2000b. Feminism is for Everybody. Cambridge: South end Press.
______. 2000c. Living to Love. In: PLOTT, M. UMANSKY, Lauri. Making Sense of Women's Lives: An Introduction to Women's Studies. Maryland: Rowman & Littlefield, p. 231-236.
______. 2004. We Real Cool: black man and masculinity. New York: Routledge.
______. 2008. Ensinar novas paisagens, novas linguagens. In: Estudos Feministas, Florianópolis, 16(3): 857-864, (Set.-Dez).
IKARD, David. 2002. A Black Male Feminist Critique of Chester Himes's "If He Hollers Let Him Go". African American Review, Vol. 36, No. 2 (Summer), pp. 299-310.
JOHNSON, Charles. 2001. A Phenomenology of the Black Body. In: Traps: African American Men on Gender and Sexuality. (orgs.) BYRD, Rudolph & GUY-SHEFTALL, Beverly. Indiana University Press, p. 223-235
LAYMON, Kiese. 2013. How to slowly kill yourself and others in America. Chicago: Bolden,.
MERCER, Kobena. 1997. Reading Racial Fetishism. In: HALL, Stuart (org.). Representation: Cultural Representations and Signifying Practices. London, Sage Publications, pp. 153-164.
MEDRADO, Benedito. 2014. Princípios ou simplesmente pontos de partida fundamentais para uma leitura feminista de gênero sobre os homens e as masculinidades. In: Feminismos e masculinidades: novos caminhos para enfrentar a violência contra a mulher (org.) BLAY, Eva Alterman. São Paulo: Cultura Academica.
NEAL, Mark Anthony. 2005. New Black Man. New York, Routledge.
RAMOS, Guerreiro. 1995. Patologia Social do Branco Brasil. In: Introdução crítica à Sociologia Brasileira. Rio de Janeiro: Editora UFRG, pp. 215-240.
SAFFIOTH, Heleith. 2014 [1969]. A Mulher na Sociedade de Classes: Mito e Realidade. São Paulo: Quatro Artes.
SCOTT, J. Experiência. 1999. In: RAMOS, T. (org.). Falas de Gênero. Florianópolis: Editora Mulheres, p. 21-55.
SUMMERS, Martin. 2004. Manliness & Its Discontents: the black middle class & the transformation of masculinity 1900-1930. The University of North Carolina Press.
WEST, Cornel. 1994. Questão de Raça. São Paulo: Companhia das Letras.
____________. 1993. Kepping Faith: Philosophy and Race in America. New York, Routledge.
Downloads
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
Direitos Autorais para textos publicados na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. No caso de submissão paralela a outro periódico, o texto em questão será excluído imediatamente do processo de avaliação e não será publicado na Revista de Estudos e Investigações Antropológicas.