Presença trans e travesti na antropologia

Autori

Parole chiave:

trans , decolonidade , epistemologia, ontologia

Abstract

O diálogo da mesa quatro do I Seminário de Antropologia do Centro-Oeste: retomadas e resistências no Brasil contemporâneo – antropologias, contra-epistemologias e pesquisas de antropólogas trans – será base para repensarmos como pessoas transexuais ocupam os espaços acadêmicos e do saber. Este artigo percebe a inserção de pessoas trans e travestis no debate da antropologia do Brasil, questionando como os conceitos de conhecimento, epistemologia e quem tem direito de falar perpassam por uma elaboração ocidental e binária. O objetivo é investigar como as experiências de mulheres trans e travestis mudam as perspectivas de análise para a antropologia. Os escritos enfatizam que pessoas trans não rompem apenas com a antropologia clássica, mas desafiam as perspectivas epistemológicas e ontológicas atuais. Assim, incluir essas narrativas no escopo antropológico amplia o campo para abordar questões de interseccionalidade, colonialismo e agência no contexto pós-contemporâneo.

Biografia autore

Azzy Melo de Sousa, UNILAB

Graduada em design-moda na Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em direitos humanos, gênero e sexualidade pela Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca ENSP (FIOCRUZ / RJ). Mestranda em Antropologia (UFC/UNILAB) e no curso de licenciatura em história (UNILAB). Email: contatoazzymelo@gmail.com.

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Pubblicato

2025-09-12