INTERPRETAÇÕES DAS RELAÇÕES ENTRE CURA ANIMARUM E POTESTAS INDIRECTA NO MUNDO LUSO-AMERICANO
Resumo
Neste texto, procuro explicitar que relações se estabeleceram entre cura animarum e potestas indirecta numa zona de expansão do império português. Para tanto, examino inicialmente como o pensamento do teólogo jesuíta Francisco Suárez a respeito da “lei” e do “costume” foi interpretado por um missionário jesuíta, na capitania de São Vicente, no final do século XVII. Num segundo momento, confronto o seu ponto de vista com o de um funcionário régio, buscando identificar a extensão de um consenso que se construía localmente a respeito da legitimidade das formas costumeiras de exploração do trabalho indígena. A questão que quero levantar para discussão concerne à maneira como a circulação de determinadas noções dominantes em âmbito europeu foram incorporadas localmente, pelos missionários da Província do Brasil. A resposta a esta questão deverá permitir esclarecer como os saberes missionários, ao procurarem promover a missão nas zonas de expansão do império português, cessaram imediatamente de se propor como especificamente “missionários”, avançando um feixe coerente de proposições teológicas, políticas e jurídicas que tinha como pressuposto a necessidade da intervenção do missionário no processo de formação da sociedade colonial para obter a conversão do gentio. A tensão entre cura animarum e potestas indirecta traduz a dimensão política da missão jesuíta, no Brasil.
Palavras-chave: Jesuítas; Francisco Suárez; Império Português
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