RELIGIÃO E POLÍTICA NOS RITOS DO MALABAR (SÉC. XVII): INTERPRETAÇÕES DIFERENCIAIS DA MISSIONAÇÃO JESUÍTICA NA ÍNDIA E NO ORIENTE
Resumo
Levando em consideração a problemática evangelizadora jesuítica no contexto asiático, pretendemos destacar algumas particularidades com relação à polêmica e à diferente interpretação dos Ritos (indianos) do Malabar. Inserindo-se na perspectiva das anteriores propostas de Alessandro Valignano, no Japão, e de Matteo Ricci, na China, a missão jesuítica na Índia, segundo a política formulada e defendida por outro padre italiano, Roberto de’ Nobili, também desencadeará uma acesa polêmica, tanto no contexto asiático, quanto junto à Congregação de Propaganda Fide. Em Madurai, o jesuíta italiano tentou conciliar hinduísmo e cristianismo, apresentando os jesuítas nas funções de brâmanes ocidentais. Ao contrário do que aconteceu na China, todavia, as tensões em relação a essa estratégia cresceram aqui, inicialmente, sobretudo no interior das missões indianas da ordem jesuítica. Como aquela relativa aos ritos chineses, essa disputa sobre os ritos do Malabar também se desencadeou a partir do choque entre missionários com relação à oportunidade de permitir ou menos aos neófitos de continuar a praticar alguns ritos ligados às tradições de seu País. O conflito foi se estabelecendo e crescendo ao redor de uma divergência na interpretação desses ritos: tratavam-se de ritos civis ou religiosos? As diferentes respostas subentendiam interesses e implicações bastante relevantes com relação ao projeto missionário jesuítico. Foi, finalmente, na diferente interpretação dos sinais simbólicos dos brâmanes sannyasi, aos quais se inspirava a praxe de adaptação implementada pela proposta missionária de de’ Nobili, que se acendeu o confronto conhecido, sucessivamente, enquanto a polêmica dos ritos.
Palavras-chave: Jesuítas na Ásia, Roberto de’Nobili, Rituais de Malabar
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