O PARAÍSO DO ASTRÓNOMO: O CÉU EMPÍREO SEGUNDO CRISTOFORO BORRI (1583-1632)
Resumo
Neste artigo, analisar-se-á a teoria do céu empíreo segundo o astrônomo Cristoforo Borri (1583-1632). Esta era uma das poucas teorias que, a partir de inícios do século XVII e salvo casos excepcionais, foi defendida quase exclusivamente por autores católicos e, em particular, por jesuítas. Na concepção cosmológica tradicional, o céu empíreo era um céu corpóreo que limitava o universo e no qual se encontravam Deus e os bem-aventurados. Não havia evidência física deste céu e, por isso, as razões para defender a existência do céu empíreo eram basicamente de natureza teológica e filosófica. Assim, se compreende que a maioria dos autores que fundamentam a existência e discutem as características deste céu sejam teólogos ou filósofos. Contudo, na primeira metade do século XVII, um conjunto de astrônomos jesuítas dedicou-se, também, à análise do céu empíreo, propondo uma visão integrada do cosmos onde explicações provenientes da teologia, filosofia e matemática se complementavam. Entre estes astrônomos, destaca-se o italiano Cristoforo Borri, autor de Collecta astronomica ex doctrina, obra publicada em Lisboa, em 1631. Nesta obra, que teve grande impacto no mundo cultural de influência portuguesa, Borri defendeu uma divisão tripartida dos céus, segundo a qual o universo se organizaria em céu aéreo, céu etéreo e céu empíreo. Qual era a natureza deste último céu? Era o céu empíreo um corpo sólido ou fluido? Qual era a sua forma? Estas são algumas das questões em análise no presente artigo.
Palavras-Chave: Cristoforo Borri; Teoria do céu empíreo; Astronomia jesuítica
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