Tempo e narrativa em Quéreas e Calírroe: helenismo e Império Romano

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2020.38.2.04

Palavras-chave:

Pós-antiguidade, Romance grego, Helenismo, Império Romano

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar Quéreas e Calírroe, romance grego atribuído a Cáriton de Afrodísias (século II), a partir das contribuições de Mikhail Bakhtin e Jacyntho Lins Brandão acerca do conceito de “pós-Antiguidade”. Busca-se identificar e compreender que tipo de relação temporal expressou a prosa ficcional, levando em consideração as representações helenísticas sobre a tradição, especialmente as experiências democráticas, em um contexto de hegemonia do Império Romano.

Biografia do Autor

Igor B. Cardoso, Universidade Federal de Minas Gerais

Doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais, atualmente realiza Residência Pós-Doutoral, sob supervisão da Profa. Dra. Maria Cecília de M. N. Coelho, no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais.

Referências

ALVARES, Jean. Some political and ideological dimensions of Chariton’s “Chaereas and Callirhoe”. The Classical Journal, v, 97, n. 2, p. 113-144, Dec. 2001/Jan. 2002.

ARENDT, Hannah. O conceito de História – Antigo e Moderno. In: ARENDT, Hannah. Entre o passado e o futuro. Tradução Mauro W. Barbosa. 7 ed. São Paulo: Perspectiva, 2011.

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. Tradução de Aurora Bernadini [et. al.]. 4 ed. São Paulo: Unesp, 1998.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. A adivinhação no mundo helenizado do segundo século. Clássica, São Paulo, n. 4, p. 103-12, 1991.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. A invenção do romance: narrativa e mimese no romance grego. Brasília: UnB, 2005.

BRANDÃO, Jacyntho Lins. A poética do hipocentauro: literatura, sociedade e discurso ficcional em Luciano de Samósata. Belo Horizonte: UFMG, 2001.

CÁRITON DE AFRODÍSIAS. Quéreas e Calírroe. Tradução do grego, introdução e notas de Maria de Fátima de Sousa e Silva. Lisboa: Cosmos, 1996.

CHARITON. Callirhoe. Edited and translated by G. P. Goold. Cambridge; London: Havard University Press, 1995.

CUEVA, Edmund. The myths of fiction: studies in the canonical greek novels. Ann Arbor: The University of Michigan Press, 2007.

DERRIDA, Jacques. Pensar em não ver. In: DERRIDA, Jacques. Pensar em não ver: escritos sobre as artes do visível (1979-2004). Florianópolis: UFSC, 2012.

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 3: o cuidado de si. Tradução de Maria Thereza da Costa Albuquerque. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985.

FREITAS, Marcus Vinicius. Do pós-moderno ao pós-antigo. Classica, São Paulo, v. 9/10, n. 9/10, p. 255-261, 1997.

GARRAFFONI, Renata. Os bandidos entre os romanos: leituras eruditas e percepções populares. História, São Paulo, v. 26, n. 1, p. 133-151, 2007.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Tradução Andréa Souza de Menezes [et al.]. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.

HINGLEY, Richard. Globalizing Roman culture: unity, diversity and empire. New York: Routledge, 2005.

HOMERO. Odisseia. Tradução Carlos Alberto Nunes. 5 ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

HOMERUS. Odyssea. Ed. P. von der Muhll. Basel: Lichtenhahn, 1962.

KONSTAN, David. Sexual Symmetry: Love in the Ancient Novel and Related Genres. Princeton: Princeton University Press, 1994.

LALANNE, Sophie. Une éducation grecque: le roman grec ancien. Paris: La Découverte, 2006.

LAPLACE, Marcelle. Les légendes troyennes dans les “Roman” de Chariton Chairéas et Challirhoé. Revue de Ètudes Grecques, Tome 93, Fascicule 440-441, p. 83-125, Janvier-juin. 1980.

LUGINBILL, Robert D. Chariton’s Use of Thucydides’ “History” in Introducing the Egyptian Revolt (“Chaireas and Callirhoe” 6.8). Mnemosyne, Fourth Series, v. 53, f. 1, p. 1-11, Feb. 2000.

MacALISTER, Zuzanne. Dreams and suicides: the Greek novel from Antiquity to the Byzantine Empire. London; New York: Routledge, 2005.

MOTA, Ivan Luiz. O romance As Efesíacas de Xenofonte Efésio à meia-luz da antropologia literária. Dissertação (Mestrado em Letras), Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2003.

RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Tradução Alain François [et. al.]. Campinas: Unicamp, 2008.

SANO, Lúcia. Sendo homem: a guerra no romance grego. Tese (Doutorado em Letras), Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

SCHIAVONE, Aldo. Uma história rompida: Roma Antiga e Ocidente Moderno. Tradução Fábio Duarte Joly. São Paulo: USP, 2005.

SCHWARTZ, Saundra. Rome in the Greek novel? Images and ideas of Empire in Chariton’s Persia. Arethusa, v. 36, n. 3, p. 375-394, Fall, 2003.

SHAW, Brent. Bandits in the Roman Empire. Past & Present, n. 105, p. 3-52, Nov., 1984.

SILVA, Maria de Fátima. O motivo do sonho no romance de Cáriton. In: OLIVEIRA, Francisco de; FEDELI, Paolo; LEÃO, Delfim (orgs.). O romance antigo: origens de um gênero literário. Coimbra: Instituto de Estudos Clássicos de Coimbra, 2005.

TILG, Stefan. Chariton of Aphrodisias and the invention of the Greek Love Novel. Oxford: Oxford University Press, 2010.

WHITMARSH, Tim. Narrative and identity in the Ancient Greek Novel: returning romance. Cambridige: Cambridge University Press, 2011.

Downloads

Publicado

20-10-2020