“Nunca pode, um sequer, ser preso pela ativa guarda”: a Guarda Cívica do Recife e as críticas ao policiamento urbano no século XIX (1876-1890)

Autores

  • Jeffrey Aislan de Souza Silva Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2021.39.1.03

Palavras-chave:

Policiamento Urbano, Guarda Cívica, Recife no Século XIX, Periódicos

Resumo

O artigo analisa aspectos da atuação da Guarda Cívica, instituição criada em 1876 para fazer o policiamento das áreas centrais do Recife. A Guarda Cívica constituiu-se em um dos projetos instituídos para o Recife no século XIX, para combater a criminalidade e disciplinar a população. As praças da instituição deveriam se portar civilizados, polidos e corteses com todos, apresentando a nova maneira de se comportar no ambiente urbano. Contudo, como procuramos mostrar, nem sempre as praças atuaram de acordo com o instituído em seus regulamentos. A imprensa, especialmente os periódicos de restrita circulação apresentaram diversas críticas sobre o funcionamento da instituição.

Biografia do Autor

Jeffrey Aislan de Souza Silva, Universidade Federal de Pernambuco

Graduado em Licenciatura em História pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), 2013. Mestre em História Social da Cultura pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), 2016. Foi bolsista PIBIC/FACEPE entre 2011.2 e 2013.1. Em 2013 foi premiado na 17ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE por excelência na realização e apresentação do projeto de pesquisa. Em 2015 recebeu menção honrosa entre os melhores trabalhos apresentados na Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFRPE.  Atualmente é doutorando em História na Universidade Federal de Pernambuco.

Referências

BRETAS, Marcos; ROSEMBERG, André. A História da Polícia no Brasil: Balanço e Perspectiva. Topoi, Rio de Janeiro, v. 14, n. 26, p. 162-173. 2013.

CHALHOUB, Sidney; SILVA, Fernando Teixeira. Sujeitos no imaginário acadêmico: escravos e trabalhadores na historiografia brasileira desde os anos 1980. Cadernos Arquivo Edgard Leuenroth, Campinas, v. 14, n. 26, p. 14-47, 2009.

CASTRO, Jeanne Berrance de. “A Guarda Nacional” In: HOLANDA, Sérgio Buarque (Org.). História Geral da Civilização Brasileira, São Paulo: Difel, 1985, t. II v. 4, p.

EMSLEY, Clive. Los modelos de policía en el siglo XIX. In: KAMINSKY, Gregorio; GALEANO, Diego (Orgs.) Mirada (de) uniforme: historia e crítica de la razón policial. 1ª ed. Buenos Aires: Teseo, 2011.

GONÇALVES, Gonçalo Rocha. A transformação liberal do sistema policial português, 1861-1868. In: CARVALHO, José Murilo (Org.) Linguagens e Fronteiras do Poder. 1ª ed. Rio de Janeiro. FGV Editora, 2011, p. 238-246.

HOLLOWAY, Thomas. Polícia no Rio de Janeiro: repressão e resistência numa cidade do século XIX. Tradução Francisco de Castro Azevedo. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1997.

KALIFA, Dominque. Os lugares do crime: topografia criminal e imaginário social em Paris no século XIX. Topoi. Rio de Janeiro, v. 15, n. 28, p. 287-307, 2014.

LIMA, Emmanuelle Valeska Guimarães. “Não temos governo, não temos polícia...”: os jornais e a crítica aos aparatos policiais no Recife oitocentista (1850-1874). Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2013.

MAIA, Clarissa Nunes. Policiados: controle e disciplina das classes populares na cidade do Recife, 1865-1915. Tese (Doutorado em História), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

MARTINS, Ana Luiz. Imprensa em Tempos de Império. In: MARTINS, Ana Luiz; LUCA, Tania Regina (Org.) História da Imprensa no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Editora Contexto, 2013.

MATTOS, Marcelo Badaró (Org.). Trabalhadores em greve, polícia em guarda: greves e repressão policial na formação da classe trabalhadora carioca. 1ª ed. Rio de Janeiro: Bom Tempo: Faperj, 2004.

ROSEMBERG, André. Para quando o calo aperta os trabalhadores-policiais do Corpo Policial Permanente de São Paulo no final do Império. Locus. Juiz de Fora, v. 15, n. 01, p. 77-90, 2009.

ROSEMBERG, André. De Chumbo e Festim: uma história da polícia paulista no final do império. 1ª ed. São Paulo: Edusp; Fapesp, 2010.

ROSEMBERG, André; LIMA, João Marcelo Maciel. De Foucault a Bittner: uma teoria da polícia é possível? In: SOUZA, Luís Antônio Francisco (Org.) Michel Foucault: sexualidade, corpo e direito. 1ª ed. Marília: Cultura Acadêmica Editora, 2011.

SILVA, Wellington Barbosa. Rebeldes encarcerados: repressão policial durante a Revolução Praieira (Recife, 1848-1849). História Social. Campinas, v. 16, n. 01, p. 29-44, 2009.

SILVA, Wellington Barbosa. Sob o império da necessidade: Guarda Nacional e policiamento no Recife oitocentista (1830-1850). Clio (UFPE). Recife, v. 28, n. 02, p. 1-17, 2010.

SILVA, Wellington Barbosa da (Org.) Uma cidade, várias histórias: o Recife no século XIX. 1ª ed. Recife: Editora Bagaço, 2012.

SILVA, Wellington Barbosa da. Entre sobrados e mocambos: fuga de escravos e ação policial no Recife oitocentista (1840-1850). In: CABRAL, Flávio; COSTA, Robson (Org.) História da Escravidão em Pernambuco. 1ª ed. Recife: Editora da UFPE, 2012.

SILVA, Wellington Barbosa da. Entre a liturgia e o salário: a formação dos aparatos policiais no Recife do século XIX (1830-1850).1ª ed. Jundiaí: Paco Editorial, 2014.

SOUZA, Luís Antônio Francisco. Autoridade, Violência e Reforma Policial. A Polícia Preventiva Através da Historiografia de Língua Inglesa. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, v. 12, n. 22, p. 265-293, 1998.

STORCH, Robert. O Policiamento do Cotidiano na Cidade Vitoriana. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 5, n. 8/9, p. 07-33, set 1984/abril 1985.

Downloads

Publicado

25-03-2021