A política de mão de obra no império brasileiro: da conturbada unificação à precarização do trabalho livre
DOI:
https://doi.org/10.51359/clio.issn2525-5649.2020.38.2.16Palavras-chave:
Governo imperial, Livres e pobres, Sociedade escravista, Trabalho livre.Resumo
A instabilidade política que se abateu sobre o Brasil imperial a partir da abdicação do imperador D. Pedro I em 1831 ocasionou uma série de revoltas e conflitos por todo país. Em todas as camadas sociais se refletiu um estado de tensão e a possibilidade de fragmentação do território nacional no período regencial tornava-se real. Nesta direção, este artigo objetiva analisar como a solidificação do arranjo político institucional posterior a esse período de instabilidades esteve imbricada ao problema central do tráfico internacional de escravos e como isso reverberou na política de mão de obra do Império. Demonstraremos também como a população de livres e pobres imersos nessa sociedade escravista esteve em segundo plano quanto à política de mão de obra, preteridos inicialmente pelo tráfico interprovincial de cativos e posteriormente pela imigração estrangeira. Esse cenário contribuiu na precarização do trabalho livre no Brasil da segunda metade do século XIX.Referências
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