A política de mão de obra no império brasileiro: da conturbada unificação à precarização do trabalho livre

Autores

  • Leandro Neves Diniz Universidade Federal de Pernambuco

DOI:

https://doi.org/10.51359/clio.issn2525-5649.2020.38.2.16

Palavras-chave:

Governo imperial, Livres e pobres, Sociedade escravista, Trabalho livre.

Resumo

A instabilidade política que se abateu sobre o Brasil imperial a partir da abdicação do imperador D. Pedro I em 1831 ocasionou uma série de revoltas e conflitos por todo país. Em todas as camadas sociais se refletiu um estado de tensão e a possibilidade de fragmentação do território nacional no período regencial tornava-se real. Nesta direção, este artigo objetiva analisar como a solidificação do arranjo político institucional posterior a esse período de instabilidades esteve imbricada ao problema central do tráfico internacional de escravos e como isso reverberou na política de mão de obra do Império. Demonstraremos também como a população de livres e pobres imersos nessa sociedade escravista esteve em segundo plano quanto à política de mão de obra, preteridos inicialmente pelo tráfico interprovincial de cativos e posteriormente pela imigração estrangeira. Esse cenário contribuiu na precarização do trabalho livre no Brasil da segunda metade do século XIX.

Biografia do Autor

Leandro Neves Diniz, Universidade Federal de Pernambuco

Mestre em História do programa de Pós-graduação em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Possui graduação pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB). Atualmente desenvolve pesquisa na área de história da Paraíba Oitocentista, com enfase no processo de transição do trabalho escravo para o livre. Tem interesse na área de História Social, com ênfase em História Agraria, Cultural, Politica e Poder.

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Publicado

20-10-2020