“O que seria um corpo sem alma?”: Estado e Igreja no recrutamento de trabalhadores do Ceará para a Amazônia (1942-1945)
DOI:
https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2022.40.1.9Palavras-chave:
Igreja, Estado, Guerra, Borracha.Resumo
A partir de 1942, em um contexto de guerra, a Igreja Católica e o Estado articularam-se na tarefa de arregimentar a partir da criação do SEMTA, “Soldados da Borracha”, “Soldados de Cristo” para a Batalha da Borracha. Logo, Vargas associa sua política demográfica denominada de “Marcha para Oeste”, orquestrando as migrações de interiorização do Brasil, notadamente, a de trabalhadores nordestinos para o Norte, de tal forma que representou um modo de asseverar a “redenção do sertão”; pois, se careciam possibilidades de trabalho, a alternativa estava em deslocar o excedente de mão de obra para a batalha da produção, aliando “planejamento, cientificismo e religião” no processo de recrutamento de força de trabalho para os seringais.
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