Informação persuasiva, diplomacia e Fake News na África islâmica: Marrocos, Songai e Futa Toro (c.1580-c.1600)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22264/clio.issn2525-5649.2023.41.2.10

Palavras-chave:

Diplomacia africana, Diplomacia moderna, História Global, Islã na época moderna

Resumo

O artigo analisa as interlocuções entre a expansão colonial do Marrocos através do deserto do Saara e os desenlaces duma crise dinástica no Futa Toro, ambos no final do séulo XVI, através do estudo de textos persuasivos. Os documentos em questão trazem as justificativas elaboradas pelo mulei Ahmad al-Mansour, do Marrocos, para sua política expansionista rumo à África sul-saariana; e as estratégias usadas por Lamba, um suposto dignitário do Futa Toro, para legitimar seus interesses e construir alianças diplomáticas. Eu parto da seguinte questão: como agentes africanos envolvidos em tramas que se estendiam de Meca a Madri, passando por Lisboa, Timbuctu, Marraquexe e Mazagão, produziram informação e desinformação com interesse político, num cenário cada vez mais global? Meu objetivo é demonstrar como discursos produzidos no continente africano participaram da política moderna, evidenciando a produção, obliteração e manipulação de informações como estratégias usadas por potentados africanos de forma persuasiva.

Biografia do Autor

Thiago Mota, Universidade Federal de Viçosa

Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. É professor de História da África no Departamento de História da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É autor de Portugueses e Muçulmanos na Senegâmbia: história e representações do Islã na África (c.1570-1625) (2016).

Contato: thiago.mota@ufv.br

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Publicado

27-02-2024