Um assassinato transformado em suicídio
ação conjunta das agências de segurança estaduais e federais na repressão à luta armada durante a ditadura civil-militar na Bahia (1971)
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-5649.2025.264423Palavras-chave:
ditadura civil-militar, suicídio forjado, organizações de luta armada, órgãos de segurança, polícia federalResumo
Este artigo busca explorar as ações dos órgãos de repressão política na Bahia durante a ditadura civil-militar brasileira, com foco em um evento chave ocorrido em 1971: uma operação policial que levou à morte de Iara Iavelberg, integrante do grupo de luta armada Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Apesar de ter se tratado de um assassinato, a narrativa oficial – elaborada em conjunto por agências locais e nacionais do regime – afirmou que Iavelberg havia cometido suicídio. O estudo analisa testemunhos e documentos oficiais da época, com ênfase especial no inquérito da operação, um documento inédito nos estudos históricos sobre a ditadura. Essa abordagem destaca de maneira abrangente os mecanismos de repressão estatal e a manipulação de informações naquele período, fazendo uso da história oral e da análise de fontes sensíveis.
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