O Clube do Cupim e a participação da população negra nas eleições de 1887
DOI:
https://doi.org/10.51359/2525-5649.2024.264455Palavras-chave:
abolicionismo, clube do cupim, escravidão, cidadania políticaResumo
As eleições de 1887, em Pernambuco - para Deputado Geral – foram marcadas por uma forte disputa entre Machado Portella, candidato do partido conservador e Joaquim Nabuco, membro e liderança abolicionista, candidato do partido liberal. Todavia, não foram os nomes de Nabuco e Portella que reverberaram nas ruas naquelas eleições, mas sim a dualidade e a oposição que ambos representavam: escravismo x abolicionismo, políticas raciais e imigrantistas x valorização do trabalhador nacional. Nesse contexto de disputas acirradas, e de grande ebulição do movimento abolicionista, nas ruas e nos jornais, a participação da população negra em Pernambuco foi decisiva para a vitória de Nabuco, nas eleições de 1887. A luta da população negra nas eleições de 1887, frente a uma disputa eleitoral de peso, merece mais atenção por parte da historiografia brasileira.
Referências
Angela Alonso, Joaquim Nabuco: Os salões e as ruas, São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Angela Alonso, Flores, votos e balas. O movimento abolicionista brasileiro, São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
Arthur Danillo Castelo Branco de Souza, “Corroendo a árvore da escravidão: o Clube do Cupim e o movimento abolicionista em Pernambuco 1880-1900”, Tese (Doutorado em História), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2023.
Celso Castilho, Slave Emancipation and Transformations in Brazilian Political Citizenship, Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 2016.
Celso Castilho, “O ‘25 de março’ e a radicalização dos embates abolicionistas no Recife”, Anais do XXVI Simpósio Nacional de História, São Paulo: ANPUH, 2011, pp. 1-22.
Celso Castilho e Maria Helena P. T. Machado (orgs.), Tornando-se livre. Agentes históricos e lutas sociais no processo de abolição, São Paulo: Edusp, 2015, pp. 335-368.
Felipe Azevedo e Souza, “A participação política das classes populares em três movimentos, Recife (c. 1880 – c. 1900)”, Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2018.
Felipe de Azevedo e Souza, Nas ruas: abolicionismo, republicanismo e movimento operário no Recife, Salvador: EDUFBA, 2021.
Felipe Azevedo Souza, “De repente ‘povo’: maneiras de pensar a participação política a partir da campanha abolicionista de 1884”, Clio: Revista de Pesquisa Histórica, v. 34, n. 1 (2016).
Felipe Azevedo Souza, “A blusa e a urna: metamorfoses do associativismo de trabalhadores em Pernambuco entre o Império e a República”, Revista Mundos do Trabalho, v. 12 (2020), pp. 1-18 (p. 10).
Fernando da Cruz Gouvêa, Abolição: a liberdade veio do Norte, Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Editora Massangana, 1988.
Flávia Bruna Ribeiro da Silva Braga. “”Ditadura”, Abolição e República: A propaganda da geração positivista em Pernambuco (1875-1889)”. Dissertação (Mestrado em História), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2017.
Izabel Andrade Marson, Política, História e Método em Joaquim Nabuco: tessituras da revolução e da escravidão, Uberlândia: EDUFU, 2008.
José Bento Rosa da Silva e Arthur Danilo Castelo Branco Souza. “Doutor Feliciano André Gomes (1859-1927): Notas preliminares sobre um tribuno negro em Pernambuco”, Sæculum – Revista de História, v. 26, n. 44 (2021), pp. 190-207.
Leslie Bethell e José Murilo de Carvalho, “Joaquim Nabuco e os abolicionistas britânicos: correspondência, 1880-1905”, Estudos Avançados, v. 23, n. 65 (2009), pp. 207-229.
Lucillene Reginaldo, Os rosários dos angolas: irmandades de africanos e crioulos na Bahia setecentista, São Paulo: Alameda, 2011.
Luiz do Nascimento, História da imprensa de Pernambuco, Recife: Imprensa Universitária, 1966.
Marc Jay Hoffnagel, “O Partido Liberal de Pernambuco e a questão abolicionista, 1880-1888”, Clio: Revista de Pesquisa Histórica, Recife, n. 23 (2005), pp. 7-24.
Marcelo Marc Cord, O rosário de D. Antônio: irmandades negras, alianças e conflitos na história social do Recife (1848-1872), Recife: Editora da UFPE, 2005.
Marcelo Mac Cord. “Andaimes, casacas, tijolos e livros: uma associação de artífices no Recife”, 1836-1880, Tese (Doutorado), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2009.
Marcelo Mac Cord, “A “união artística”: construção e legitimidade de uma entidade de classe, Recife, década de 1870”, Revista Perseu, n. 4 (2009), pp. 48-52.
Maria Emília Vasconcelos dos Santos, “Antes do 13 de maio: o 25 de março no Ceará e o Movimento Abolicionista em Pernambuco”, Afro-Ásia, n. 53 (2016), pp. 149-183.
Maria Helena Machado, O plano e o pânico. Os movimentos sociais na década da abolição, São Paulo: Rio de Janeiro: Edusp/Editora da UFRJ, 1994.
Petrônio Domingues, "Vai ficar tudo preto: Monteiro Lopes e a cor na política”, Novos estudos CEBRAP, n. 95 (2013), São Paulo, pp. 59-81.
Petrônio Domingues, “Cidadania por um fio: o associativismo negro no Rio de Janeiro (1888-1930)”, Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 34, n. 67 (2014), pp. 251-282.
Robert Conrad, Os últimos anos da escravatura no Brasil (1850-1888), Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
Walter Fraga, Encruzilhadas da liberdade, Campinas: Editora da Unicamp, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Arthur Danillo Castelo Branco de Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Ao submeter um artigo à CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, o autor garante que o artigo é original, e que não contém declarações caluniosas ou difamatórias, que não infringe quaisquer direitos de propriedade intelectual, comercial ou industrial de terceiros, bem como ressarcir prontamente a Universidade Federal de Pernambuco/CLIO: Revista de Pesquisa Histórica por quaisquer indenizações, prejuízos ou despesas que possam ocorrer em razão da quebra destas garantias.
O autor mantém os direitos autorais sobre o artigo, autorizando, no entanto, a Universidade Federal de Pernambuco/CLIO: Revista de Pesquisa Histórica, a utilizar o referido artigo, no todo ou em parte, editado ou integral, em língua portuguesa ou qualquer outro idioma, em versão impressa, ou qualquer outro meio de divulgação, ficando assim, a referida instituição isenta de qualquer pagamento de direitos autorais ao autor.
