Capitalismo e Bruxaria em Teorias Femininas

uma crítica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51359/2525-5649.2025.265759

Palavras-chave:

acumulação primitiva, capitalismo, bruxas, feminismo, gênero

Resumo

Este artigo apresenta e questiona teorias desenvolvidas a partir do final da década de 1960 por intelectuais feministas de vertente marxista que atribuem ao capitalismo um protagonismo ímpar na determinação da condição feminina na sociedade moderna. O desdobramento mais agudo dessas teorias é a vinculação do fenômeno da caça às bruxas ao capitalismo. A crítica a essas interpretações é feita com base na História Social e nos estudos de transição para o capitalismo e com a sinalização de contradições em alguns argumentos.

Biografia do Autor

Regina Weber, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional (UFRJ). Professora Títular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

 

Referências

Ana Paula Vosne Martins, Visões do feminino: a medicina da mulher nos séculos XIX e XX, Rio de Janeiro: Fiocruz, 2004.

André de Melo Araújo et al., A Época Moderna, Petrópolis: Vozes, 2024.

Christopher Hill, De la Reforma a la Revolución Industrial 1530-1780, Barcelona: Ariel, 1991.

Christopher Hill, “Uma revolução burguesa?”, Revista Brasileira de História. v. 4, n. 7 (1984), pp. 7-32.

Cláudia Fonseca, “A História Social no estudo da família: uma excursão interdisciplinar”, Boletim Informativo e Bibliográfico de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 1, n. 27 (1989), pp. 51-73.

Débora Diniz e Marcelo Medeiros, “Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna”, Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n. 1 (2010), pp. 959-966.

Edward Palmer Thompson, Costumes em comum, São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

Ellen Meiksins Wood, A origem do Capitalismo, Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Frances Amelia Yates, Ideas e ideales del Renacimiento en el norte de Europa, Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 1993.

Helô D'Angelo, “A caça às bruxas é uma história do presente, diz Silvia Federici em lançamento de livro em SP”, Cult, São Paulo, 21 jul. 2017, https://revistacult.uol.com.br/home/silvia-federici-caliba-e-a-bruxa/.

Immanuel Wallerstein, O sistema mundial moderno, Porto: Afrontamento, 1974.

Jack Goody, Família e casamento na Europa, Oeiras: Celta, 1995.

Jean Delumeau, História do medo no ocidente, São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

Julio Caro Baroja, As bruxas e o seu mundo, Lisboa: Veja, 1978.

Karl Marx, O capital: crítica da economia política: livro 1, São Paulo: Nova Cultural, 1988.

Keith Thomas, Religião e o declínio da magia: Crenças populares na Inglaterra, séculos XVI e XVII, São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Laura de Mello e Souza, A feitiçaria na Europa Moderna, São Paulo: Ática, 1987.

Laura de Mello e Souza, Inferno Atlântico: Demonologia e colonização Séculos XVI-XVIII, São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

Margaret Benston, “The Political Economy of Women’s Liberation”, Monthly Review, https://monthlyreview.org/2019/09/01/the-political-economy-of-womens-liberation/.

Maria Mies, Patriarcado e acumulação em escala mundial: mulheres na divisão internacional do trabalho, São Paulo: Ema Livros/Editora Timo, 2022.

Mariarosa Dalla Costa e Selma James, “Women and the Subversion of the Community”, in The Power of Women and the Subversion of the Community, Bristol: Falling Wall, 1975, pp. 21-56.

Natalie Zemon Davis, Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.

Neuma Aguiar, “Patriarcado, sociedade e patrimonialismo”, Sociedade e Estado, v. 15, n. 2 (2000), pp. 303-330.

Paolo Rossi, Os filósofos e as máquinas, São Paulo, Companhia das Letras, 1989.

Paul Sweezy et al., A transição do feudalismo para o capitalismo, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

Peter Johann Mainka, “A bruxaria nos tempos modernos – Sintoma de crise na transição para a modernidade”, História: Questões & Debates, v. 37, n. 2 (2002) pp. 113-144.

Peter Linebaugh, “Todas as montanhas atlânticas estremeceram”, Revista Brasileira de História, v. 3, n. 6 (1983), pp. 7- 46.

Philippe Ariés, História Social da criança e da família, Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

Piotr Sztompka, A sociologia da mudança social, Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Quentin Skinner, As fundações do pensamento político moderno, São Paulo: Companhia das Letras, 1996.

Richard Van Dülmen, Los inícios de la Europa moderna. 1550-1648, Madrid: Siglo XXI, 1990.

Robert Mandrou, Magistrados e feiticeiros na França do século XVII, São Paulo: Perspectiva, 1979.

Roland Mousnier, “Os séculos XVI e XVII”, in Maurice Crouzet (org.), História geral das civilizações, Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.

Rose Marie Muraro, “Breve introdução histórica (ao livro O martelo das feiticeiras)”, Em aberto, v. 27, n. 92 (2014), pp. 177-187.

Silvia Federici, “On Margaret Benston: The Political Economy of Women's Liberation”, Monthly Review, New York, Set. 2019 https://monthlyreview.org/articles/on-margaret-benston/.

Silvia Federici, Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva, São Paulo, Elefante, 2017.

Silvia Federici, Caliban and the Witch, New York: Autonomedia, 2004.

Simon Schama, O desconforto da riqueza: a cultura holandesa na Época do Ouro, São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

Stuart Clark. Pensando com demônios. A ideia de bruxaria no princípio da Era Moderna, São Paulo: Edusp, 2006.

Thomas Southcliffe Ashton, A Revolução Industrial 1760-1830, Lisboa: Publicações Europa-América, 1971.

Downloads

Publicado

16-10-2025