O geossímbolo arpillera como linguagem de resistência política
DOI:
https://doi.org/10.51359/2238-6211.2024.264174Schlagworte:
Chile, arpillera, geossímbolo, signosAbstract
No período ditatorial chileno (1973-1990), o artesanato arpillera despontou como documento social de denúncia ao mundo, sobre as circunstâncias do regime. A arte consistia em costurar num tecido rústico, retalhos de roupas de desaparecidos políticos para formular cenas de enredos dramáticos, a exemplo das torturas e clamores por justiça. Em razão de sua força discursiva, outras causas e países aderiram à prática arpillerista fortificando assim, seu status geossimbólico. Neste estudo adotamos conceitos próprios da semiótica americana para analogia dos signos presentes nas arpilleras e seus processos de significação. Entendemos esse artesanato como linguagem de resistência política feminina, pois sua prática instituiu um idioma comum pelo recurso da imagem, engendrando uma expressão semiótica de composição coletiva, unida aos símbolos que transpõem barreiras linguísticas.
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