Apontamentos sobre a relação família e escola no contexto da educação pública em municípios do Nordeste.
Palavras-chave:
política educacional, família, educação básicaResumo
A gênese deste artigo é uma pesquisa quantitativa de avaliação da execução do Plano de Ações Articuladas (PAR) no Nordeste do Brasil. Este Plano foi criado pelo MEC em 2007, como instrumento de gestão para as secretarias de educação com os piores índices educacionais, com o intuito melhorar a sua qualidade dos serviços por meio de mecanismo de planejamento e transferência de recursos da União para os municípios. O texto tem como foco um dos indicadores de qualidade apontados no Plano: o estreitamento da relação entre família e escola. Para tanto, partimos, em termos metodológicos, da análise do Ciclo de Políticas de Ball, em diálogo com estudos recentes da sociologia da educação com o intuito de elucidar a interrelação existente entre a “estrutura familiar” e sua influência no “contexto da prática escolar”. Os resultados apontam que não obstante o contexto de pobreza e de média de escolaridade de 6,5 anos de idade, de 91% de mulheres, existe um grande consenso em relação à necessidade da família acompanhar a trajetória escolar dos filhos traduzido, sobretudo, na sua frequência às reuniões e na observação dos resultados das provas. Uma alternativa ao acompanhamento, segundo as famílias, seria o reforço escolar, apontado por 19% e avaliado como positivo por 81% delas. As avaliações realizadas pelo MEC, segundo as famílias, por sua vez, não estão sendo muito difundidas.
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