Notas sobre a política de educação superior dos governos da década de 2000
DOI:
https://doi.org/10.51359/2317-5427.2018.243406Palavras-chave:
ensino superior, políticas educacionais, atividades docentesResumo
Houve significativas mudanças no ensino superior no Brasil nas duas últimas décadas, desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996. Diferentes razões atuam nas mudanças. Além da LDB, deve-se considerar o crescimento do ensino superior privado, estimulado desde o governo FHC, e as políticas implementadas pelo Governo Lula. O objetivo deste trabalho é estudar este processo de transformações, no que foram analisadas algumas políticas, notadamente as que teriam tido maior impacto na configuração do ensino superior. Entre as conclusões do artigo, destaca-se o fato de que o atual sistema de ensino superior brasileiro representa um hibridismo, resultante da combinação de políticas dos governos FHC e Lula. A elevação do ritmo de trabalho planejada sob FHC levava em consideração o desmantelamento do tripé ensino-pesquisa-extensão - e o produtivismo acadêmico se abateria sobre uma classe já fragmentada por especializações. Sob Lula, manteve-se o tripé, nas não se rediscutiu o movimento de reenquadramento das atividades docentes pela lógica do produtivismo acadêmico. O resultado foi a continuidade do trabalho docente nos três pilares (mais a gestão acadêmica), mas em volume e intensidade sensivelmente ampliados pela lógica produtivista.
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