Notas sobre a política de educação superior dos governos da década de 2000

Autores/as

  • Sidartha Sória Silva UFPE
  • Darcilene Cláudio Gomes Fundação Joaquim Nabuco

DOI:

https://doi.org/10.51359/2317-5427.2018.243406

Palabras clave:

ensino superior, políticas educacionais, atividades docentes

Resumen

Houve significativas mudanças no ensino superior no Brasil nas duas últimas décadas, desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), em 1996. Diferentes razões atuam nas mudanças. Além da LDB, deve-se considerar o crescimento do ensino superior privado, estimulado desde o governo FHC, e as políticas implementadas pelo Governo Lula. O objetivo deste trabalho é estudar este processo de transformações, no que foram analisadas algumas políticas, notadamente as que teriam tido maior impacto na configuração do ensino superior. Entre as conclusões do artigo, destaca-se o fato de que o atual sistema de ensino superior brasileiro representa um hibridismo, resultante da combinação de políticas dos governos FHC e Lula. A elevação do ritmo de trabalho planejada sob FHC levava em consideração o desmantelamento do tripé ensino-pesquisa-extensão - e o produtivismo acadêmico se abateria sobre uma classe já fragmentada por especializações. Sob Lula, manteve-se o tripé, nas não se rediscutiu o movimento de reenquadramento das atividades docentes pela lógica do produtivismo acadêmico. O resultado foi a continuidade do trabalho docente nos três pilares (mais a gestão acadêmica), mas em volume e intensidade sensivelmente ampliados pela lógica produtivista.

Biografía del autor/a

Sidartha Sória Silva, UFPE

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Uberlândia (2003), mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2005) e doutorado em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (2011). Professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, membro do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFU). Tem experiência nas áreas de Sociologia e Ciência Política, atuando nos seguintes temas: mercado de trabalho, condições e relações de trabalho no setor público, sindicalismo; Estado de Bem-Estar Social e políticas sociais; Estado e desenvolvimento.

Darcilene Cláudio Gomes, Fundação Joaquim Nabuco

Economista graduada pela Universidade Federal de Uberlândia e concluiu o doutorado em economia aplicada na Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco. Tem experiência na área de economia, com ênfase em economia do trabalho, atuando principalmente nos seguintes temas: desenvolvimento, mercado de trabalho, indicadores sociais e políticas sociais.

Citas

ALTMANN, H. “Influências do Banco Mundial no projeto educacional brasileiro”. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 28, n. 1 (jan/jun), 2002.

ARRUDA, A. L. B. Expansão da educação superior: uma análise do programa de apoio a planos de reestruturação e expansão das universidades federais (REUNI) na Universidade Federal de Pernambuco. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011.

BANCO MUNDIAL. Prioridades y estrategias para la educación: examen del Banco Mundial. Washington, Bird, 1996 (ISBN 0-8213-3411-5).

BRESSER-PEREIRA, L. C. A reforma do Estado nos anos 90: lógica e mecanismo de controle. Brasília, Ministério da Administração e Reforma do Estado, 1996. (Cadernos MARE da Reforma do Estado, n. 1).

BRESSER-PEREIRA, L. C. “From old to new developmentalism in Latin America”. In OCAMPO, J. A.; ROSS, J. (orgs.) Handbook of Latin American Economics. Oxford, Oxford University Press, 2011.

CARVALHO, C. H. A. A política pública para a educação superior no Brasil. Tese (Doutorado em Economia), Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2011.

CUNHA, L. A. “O ensino superior no octênio FHC”. Educação e Sociedade. Campinas, v. 24, n. 82 (abr), 2003.

CUNHA, L. A. A universidade temporã: o ensino superior, da colônia à Era Vargas. São Paulo, EdUNESP, 2007.

GOMES, D. C.; SORIA, S.; SILVA, L. B. “Condições e relações de trabalho no serviço público: o caso do governo Lula”. Revista de Sociologia e Política. Curitiba, v. 20, n. 42, 2012.

LIMA, P. G. Política científica & tecnológica no Brasil no governo Fernando Henrique Cardoso (1995-1998). Dourados (MS), Editora da UFGD, 2011.

MARQUES, A. C. H.; CEPÊDA, V. A. “Um perfil sobre a expansão do ensino superior recente no Brasil: aspectos democráticos e inclusivos”. Perspectivas. São Paulo, v. 42 (jul/dez), 2012.

PT. Programa de Governo 2002. São Paulo: Partido dos Trabalhadores, 2002 (Disponível em http://www.pt.org.br/. Acesso em 25/10/2006).

SAVIANI, D. “A expansão do ensino superior no Brasil: mudanças e continuidades”. Poiesis Pedagógica, v. 8, n. 2 (ago/dez), 2010.

SGUISSARDI, V.; SILVA JR., J. R. Trabalho intensificado nas federais: pós-graduação e produtivismo acadêmico. São Paulo, Xamã, 2009.

SORIA, S. S. “Novo desenvolvimentismo, governo Lula e dilemas de uma concepção de desenvolvimento inspirada em elementos do capitalismo anglo-saxão”. In CASTRO, I. S. B. (org.) Novas interpretações desenvolvimentistas. Rio de Janeiro, Centro Internacional Celso Furtado, 2013.

VIEIRA, S. L. “O discurso sobre a universidade nos anos 80”. Cadernos Cedes. Campinas, Papirus, n. 25, 1991.

WEBER, S. “Políticas do Ensino Superior: perspectivas para a próxima década”. Revista Tempo e Presença. Rio de Janeiro, v. 22, n. 312 (jul./ago), 2000.

Publicado

2019-11-20

Número

Sección

Artigos